Vereadores de Torres opinam sobre votação na rejeição do PL que modificaria bases para cálculo do IPTU

Projeto não passou com o escore de seis votos contra e cinco a favor. PDT - que é da base aliada - votou contra o governo

22 de novembro de 2017

Em seus pronunciamentos durante a última sessão da Câmara Municipal de Torres, realizada na segunda-feira (dia 13/11), alguns vereadores ainda comentaram sobre seus votos e sobre a repercussão da rejeição ao projeto de lei (PL) que iria modificar a base da planta de valores para cálculo do IPTU de Torres, bem como a tabela de alíquotas para a cobrança do mesmo tributo.  Até edis que optaram por não se posicionar na discussão do PL acabaram dando sua opinião nesta sessão após a votação, de certa forma explicando suas posturas.

 

Critica a jornal

 

O vereador Pardal (PRB) reclamou de opiniões dadas pela imprensa (não dando nome ao meio de comunicação ao qual criticou), dizendo que não concordava com o conceito de “Bagunça” e “palhaçada” (dado por este meio jornalístico) à postura da população presente no plenário da Câmara. Para Pardal, um meio de comunicação não deveria criticar a participação popular, para ele “legítima”. Ele inclusive elogiou a postura da presidente da Câmara, Gisa Webber, que, mesmo tendo de ameaçar interromper a sessão, acabou deixando os ritos da votação do PL andarem normalmente, mesmo com as manifestações um pouco fora do regimento da Câmara feita por presentes na sessão polêmica.

 

Sem flexibilização e “com discursos demagogos” 

 

Já Gimi (PMDB), em seu pronunciamento na sessão sobre este tema, lamentou a falta de debate que houve antes da votação. Para ele, o PL tinha muita coisa boa e podia ser flexibilizado na implantação  para que não gerasse “sustos” financeiros aos contribuintes – com as novas avaliações de seus imóveis após 12 anos sem ter seus valores venais medidos. O vereador também lamentou discursos para ele “demagogos” dados por colegas seus, que foram contra o PL no dia da votação. Ele justificou que votou contra porque não concordou com a falta de debate.

 

Elogios aos direitos de divergência e confirmação de voto à favor 

 

Em seu espaço, o vereador Jacques (PMDB) defendeu seu voto, sua convicção por votar a favor da aprovação do PL, mesmo sendo de partido da oposição. Ele elogiou a todos os vereadores por terem eles deixado claro suas posições sobre o tema, mas elogiou principalmente os vereadores que, como ele, votaram a favor do PL, citando os nomes dos outros quatro colegas que votaram a favor do projeto que iria modificar a base da planta de valores para cálculo do IPTU de Torres.

 

Faltou negociação por parte da prefeitura

 

O vereador Tubarão (PMDB) disse que as pessoas deveriam ser mais bem informadas sobre o conteúdo do projeto. Ele explicou sua convicção de votar contra, por ter ele percorrido padarias, farmácias e lojas em geral e ter ouvido da maioria das pessoas que eram contra o PL. Para o vereador, a prefeitura colocou o projeto tudo que queria – contando com a aprovação de sua base na casa legislativa – e, ao não conseguir este apoio dos vereadores de sua própria base, acabou não conseguindo nada. Ele lamentou que não tivesse tido um esforço para se chegar ao meio termo.

 

Temporal depois de temporal…

 

O vereador Deomar Goulart (PDT) reclamou com uma brincadeira. É que ele votou contra o PL e seu PDT faz parte da base do governo. “Dizem que depois da tempestade vem a bonança, mas no meu caso veio raios e mais raios, de todos os lados”, brincou Dê. “Mas estamos negociando bem e falo mais sobre isto mais adiante”, encerrou o assunto o vereador brizolista.

 

Em sessão seguinte, mais vereadores se posicionam sobre rejeição do

PL do IPTU de Torres

Jéferson defendeu sua posição e culpou manipulação da oposição

 

Na sessão da segunda-feira, dia 20/11, mais vereadores aproveitaram que tinham seus espaços de pronunciamentos da sessão, para dar suas opiniões sobre seus votos na sessão que rejeitou o PL que modificaria a Planta de Valores que é base para cálculo do IPTU do município de Torres, opiniões que NÃO foram dadas no dia da votação (duas semanas antes). E o tema chegou a gerar embates.

O vereador Jeferson (PTB) lamentou que o PL não tivesse passado. Para ele, o que gerou a rejeição foram as mentiras ditas em redes sociais da internet que acabaram depreciando o trabalho. Jeferson disse que foram feitas “montagens de postagens para denegrir a imagem dos adversários de voto e que a população acabou acreditando nestas montagens”.  O vereador lamentou, no entanto, a perda da cidade com a rejeição. Para ele o PL traria justiça social para os munícipes, diminuindo taxações para os mais pobres, cobrando a diferença dos mais ricos, além de a municipalidade ter verbas para trabalhar melhor. E para exemplificar, Jeferson citou uma situação na Vila São João, onde pessoas estariam pagando IPTU que não deveriam, alertando que o PL – e não fosse rejeitado – arrumaria a lei para que a prefeitura pudesse parar de cobrar o tributo.

 

Ataques aos que apoiaram e ao prefeito Carlos

 

Rogerinho atacou prefeito e vereadores que brigaram pela aprovação do PL

 

Já o vereador Rogerinho (PDT) atacou o prefeito e de certa forma alfinetou as pessoas (e vereadores) que apoiaram a aprovação do PL, diferente dele que votou contra. O vereador citou uma reportagem do jornal A FOLHA que dizia que o prefeito Carlos Souza “lamentara a votação contrária da base aliada, quando elogiou a fidelidade dos vereadores da base aliada que votaram a favor e foram fiéis”, em discurso dado em um encontro de política do PP que aconteceu na cidade uma semana antes. “Se o prefeito falou que não sabia que eu votaria contra, o prefeito está mentindo”, disse Rogerinho. Para o vereador que votou contra o PL da Planta de Valores – mesmo sendo da base aliada do governo – o prefeito que promete melhorias e depois reclama que não tem dinheiro para aumentar arrecadação está errado. E disse que, para ele, era isto que o governo estaria fazendo.

Rogerinho adiante reclamou do excesso de cargos de confiança da prefeitura, de outras manobras para dar emprego, alegando que uma gestão melhor poderia diminuir despesas para melhorar as finanças da municipalidade. E afinal acabou dizendo que os vereadores que votaram a favor são pessoas que teriam interesses pessoais no governo. Rogerinho chegou a denunciar que – em negociação com o prefeito sobre o PL no dia da votação – “teve vereador que trocou seu voto a favor por apoio à sua candidatura à presidência da Câmara, mas que na última hora trocou de voto”, sem citar nomes.

A seguir o vereador Jeferson pediu retratação, lamentando a avaliação do vereador Rogerinho. Mas na retratação manteve sua opinião que houve manipulação de dados. Rogerinho pediu a palavra e lamentou que tivesse, ainda, pessoas que insistiam em apoiar o PL, para ele um tema que defenderia até com carro volante para a rejeição.

 

 

 


Publicado em: Política






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