Agricultura ecológica da região de Torres integra projeto de preservação das abelhas nativas

Aliadas dos cultivos e das florestas, as abelhas nativas e sem ferrão são o foco de um projeto do Grupo de Estudos em Abelhas do Instituto Federal Catarinense de Santa Rosa do Sul, Santa Catarina, em parceria com o Centro Ecológico, comunidades tradicionais e famílias agricultoras.

25 de janeiro de 2023

Aliadas dos cultivos e das florestas, as abelhas nativas e sem ferrão são o foco de um projeto do Grupo de Estudos em Abelhas do Instituto Federal Catarinense de Santa Rosa do Sul, Santa Catarina, em parceria com o Centro Ecológico, comunidades tradicionais e famílias agricultoras. Por meio desse projeto, a família Fernandes recebeu, na quinta-feira, 19 de janeiro, na propriedade rural na comunidade da Raposa, em Três Cachoeiras, três enxames de espécies nativas do bioma mata atlântica: Mirim droryana ( Plebeia droryana) e Mirim Guaçu ( Plebeia remota).

Depois da instalação das caixas, o agricultor e estudante de Agronomia João Luiz Fernandes observou as abelhas entrando e saindo da caixa. As que entravam, traziam nas patas traseiras grande quantidade de pólen. “O pólen tinha coloração bem clara  e o Pedro (Bernhardt) comentou que tinha grandes chances do pólen dessa cor ser das flores das juçaras”. João agora vai acompanhar o desenvolvimento das novas hóspedes e cuidar para que no futuro possam multiplicar os ninhos. “Na próxima eu levo um xarope e coloco para elas terem um alimento fácil e não sofrerem tanto com a adaptação ao novo local”.

Conforme Pedro Bernhardt, do Gea – IFC, as abelhas podem garantir a segurança alimentar das populações de várias maneiras. “A primeira é com seus serviços ecossistêmicos de polinização. A segunda é com a produção de alimentos, como o mel e o pólen. A terceira é com a obtenção de renda através da comercialização de enxames e seus produtos, entre outros”.

 

Oficinas e cursos

 

O estudante de Agronomia explica que o projeto será desenvolvido em quatro etapas, até maio deste ano. Na primeira, três enxames serão levados a cada propriedade, onde serão instalados e passarão por um tempo de adaptação.

A segunda etapa será a realização de oficinas e minicursos de um dia, demonstrando manejos e informações para criação de abelhas. “A terceira etapa será constituída da certificação das pessoas que participaram integralmente da segunda etapa, por intermédio do Grupo de Estudos em Abelhas do IFC – Santa Rosa do Sul e, por fim, a quarta etapa será a possível doação de alguns enxames para aqueles que querem dar seguimento ao trabalho com as abelhas nativas”.

No Centro Ecológico, o incentivo à preservação das abelhas sem ferrão em sistemas agroflorestais com palmeiras juçara tem apoio do Fundo de Adaptação e Inovação Climática (AFCIA, na sigla em inglês).

 

Curiosidades sobre abelhas no Brasil

 

>>No Brasil, os indígenas foram os primeiros a usar os produtos das abelhas sem ferrão na alimentação, produção de ferramentas para caça e impermeabilização de cestaria

 

>>Até 1838, quando foram importadas as Apis mellifera, as abelhas sem ferrão eram as únicas produtoras de mel no Brasil.

 

>> Meliponicultura é o nome da criação das abelhas sem ferrão. Apicultura é a criação da Apis mellifera.

 

 


Publicado em: Meio Ambiente






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