Agroecologistas da região de Torres recebem agricultores e técnicos de São Tomé e Príncipe

Por meio de uma viagem técnica viabilizada pela organização internacional Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), agricultores de São Tomé e Príncipe conheceram o trabalho de uma das primeiras unidades produtivas agroecológicas do litoral norte do Rio Grande do Sul, entre outras visitas

23 de novembro de 2022

Em forro, um dos idiomas de São Tomé e Príncipe, kuá ku buá na ká tadafá significa “bons momentos passam muito rápido”. Foi assim que a agricultora Ana Bela da Costa Cabral resumiu o dia com a família Becker, na comunidade de Morro Azul, em Três Cachoeiras. Por meio de uma viagem técnica viabilizada pela organização internacional Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), ela e o colega Lucilio Vaz Furtado conheceram o trabalho de uma das primeiras unidades produtivas agroecológicas do litoral norte do Rio Grande do Sul.

“Esta família é agricultura, horticultura, transformadora, terapeuta. Vi aqui “agroturismo”. Esta realidade pode contribuir para o meu trabalho porque há uma diversidade de atividades que realmente estão nos projetos da minha família”, avaliou a produtora orgânica de São Tomé.

Além de Cabral e Furtado, mais sete agricultores e técnicos trabalharam e pernoitaram nas propriedades das famílias Martins Rosa, em Torres, Cardoso Martins, em Morrinhos do Sul e Fernandes, em Três Cachoeiras. A vivência integrou a agenda proposta pelo Centro Ecológico para o grupo na região, entre os dias 13 e 19 de novembro. Nessa semana, visitaram os  Orgânicos Schardosim, em Dom Pedro de Alcântara, a cooperativa de consumidores Ecotorres e a Feira Ecológica Lagoa do Violão.

 

Conhecimento da realidade

 

Conforme o agrônomo Ailton Mandinga, a escolha da região se deu pelo conhecimento prévio do IMVF a respeito do Centro Ecológico, sobre o qual tinham algumas referências a partir dos cursos ministrados pelo agrônomo Laércio Meirelles em São Tomé e Príncipe. “Ele fala com alguma propriedade de conhecer a realidade são-tomense, que é uma realidade muito diferente da realidade brasileira”.

Mandinga explicou que a insegurança alimentar no país é muito grande, há escassez de alimentos. Apesar de ter  70% da área com produção orgânica, são essencialmente culturas de exportação como cacau, café, pimenta do reino e coco. Por isso, existe o interesse de conhecer as tecnologias capazes de produzir hortaliças e alimentos em geral sem o uso de agrotóxicos.

Antes da região de Torres, o grupo visitou, em parceria com a Epagri de Florianópolis, em Santa Catarina, a agricultura do município de Angelina. No dia 19 foram para Porto Alegre, onde estava agendada uma visita à Faculdade de Agronomia da Ufrgs e uma experiência em Viamão.

A viagem técnica foi realizada no âmbito do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação, que é um projeto financiado pela União Europeia e pelo Instituto Camões e implementado, neste caso, pelo IMVF.


Publicado em: Social






Veja Também





Links Patrocinados