As chuvas torrenciais e persistentes – como as da última sexta (17) e sábado (18) – ocasionaram alagamentos em toda a área rural de Torres. A Prefeitura de Torres, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Pesca, intensificou o trabalho de manutenção e recuperação de estradas vicinais após as fortes chuvas que caíram no município nos últimos dias. A recuperação nos pontos mais afetados pela água pluvial está sendo realizada em vários trechos da Estrada do Jacaré, no Rio Verde, Pirataba, João XXIII, Areia Grande e Barro Cortado.
Conforme o secretário José Vanderlei Brocca, a preocupação não se refere somente aos pontos obstruídos e acesos interditados, mas também com relação a perda na produção. As chuvas torrenciais e persistentes ocasionaram alagamentos em toda a área rural de Torres. Com relação à produção, foi contabilizado um prejuízo financeiro próximo a R$ 8milhões.
Com a utilização de caminhões, escadeira hidráulica, retroescavadeira e outros equipamentos, a equipe da Secretaria concentra o trabalho em várias estradas que mais sofreram com a ação da chuva. Está em andamento um reforço na manutenção de trechos em praticamente toda a região. De uma maneira geral, as propriedades rurais não chegaram a ser danificadas, porém, as produções e as estradas ficaram bastante comprometidas. Praticamente toda a produção de arroz está coberta por água. Também foram muito prejudicadas o cultivo das hortaliças, milho, e o maracujá. A Prefeitura está dando o suporte necessário, destaca, mas comenta que após as águas descerem para o mar, muito prejuízos ainda serão computados, tanto nas culturas como nas estradas vicinais.
Este é o laudo da Secretaria sobre os danos na Agricultura:
ARROZ IRRIGADO – o prejuízo na lavoura de arroz irrigado consiste em mortalidade das plântulas a pouco germinadas devido a lâmina de água ficar muito além do máximo tolerado pela plântula. Estimamos que 60% da área estavam com as plântulas neste estágio de desenvolvimento, totalizando 1830 hectares que ocasionaram a perda total. Esta perda foi calculada em função dos insumos utilizados na implantação desta área, considerando sementes, adubação e hora máquina. O custo por hectare estimado foi de R$ 1.420,00 por hectare, totalizando uma perda financeira de R$ 2.598.600,00.
MILHO – o prejuízo na lavoura de milho consiste no subdesenvolvimento da lavoura em função do excesso de chuvas, afogamento de lavouras, baixa temperatura do ar e do solo e baixa radiação solar. Este subdesenvolvimento provocará a eliminação destas lavouras para replantio quando a condição climática permitir. Estimamos que 40% da área de milho foi atingida por esta condição e a perda financeira foi calculada em valores relativos a semente, adubo e hora máquina. Este custo foi estimado em R$1.800,00 por hectare, totalizando uma perda de R$ 129.600,00.
HORTALIÇAS – cem por cento da área de hortaliças foi atingida sendo que os danos foram provenientes de chuvas pesadas e estresse hipoxítico e anoxítico. Os produtos folhosos e os subterrâneos foram os mais danificados enquanto os de frutas e flores foram um pouco menos afetados. Considerando-se o que deixará de ser comercializado e o que apresentou perda de qualidade estimamos o valor de R$ 936.000,00.
MARACUJÁ – cem por cento da área plantada com maracujá foi afetada pela condição climática, os danos causados foram por desmineralização do solo, estresse por hipoxia e anoxia. Estas condições reduzirão a produção total da lavoura e acarretarão uma redução na qualidade final dos frutos. Este prejuízo foi calculado em uma quebra de 50% no faturamento da lavoura em relação ao ano passado, representando um valor aproximado de R$ 3.700.000,00.