Com a menor taxa de crescimento populacional do país, o Rio Grande do Sul vê o percentual de idosos aumentar, ao mesmo tempo em que diminui o número de pessoas que integram o grupo em idade potencialmente ativa (15 a 64 anos). E, por atrair poucas pessoas, o RS já perdeu 700 mil habitantes nas trocas migratórias. É o que aponta estudo realizado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Orçamento, Planejamento e Gestão (Seplag).
Considerando o critério de migração que confronta local de residência e local de nascimento, ou seja, que engloba as trocas migratórias das últimas décadas, Santa Catarina lidera o ranking dos destinos dos gaúchos que decidem morar acima do rio Mampituba: entre saídas e chegadas, o saldo é negativo em mais de 280 mil pessoas. Em seguida estão Paraná (saldo migratório de -177 mil), do Mato Grosso (-90 mil), de São Paulo (-37 mil) e Mato Grosso do Sul (-33 mil), que fecham a lista dos cinco principais destinos.
O estudo também avalia que os municípios da Fronteira Oeste e Noroeste têm as maiores perdas populacionais dos últimos anos, em parte migrando para outros Estados, em parte devido à migração interna em favor de cidades próximas a Porto Alegre, Caxias do Sul, Lajeado e Litoral Norte. Das dez cidades que mais tiveram variação proporcional de suas populações (2010-2017), seis estão localizadas próximas às praias.
Crescimento do Litoral
Conforme o estudo da DEE, o Litoral Norte do Rio Grande do Sul é uma das regiões do estado com maior aumento populacional no período de oito anos, entre 2010 e 2017. Dos 20 municípios gaúchos como maior crescimento populacional proporcional, sete estão na região.
O ranking estadual, divulgado nessa segunda-feira (15), é liderado por Arroio do Sal e Imbé, mas também inclui os municípios de Xangri-lá, Capão da Canoa, Tramandaí, Balneário Pinhal e Cidreira. Juntos, esses municípios ganharam 29.089 habitantes em oito anos.
Segundo o DEE, a população de Arroio do Sal cresceu 24,70% no período, um incremento de 1.952 habitantes. Em Imbé, a alta foi de 23,72%, com 4.281 moradores a mais. A população de Xangri-lá aumentou 20,88%, o que representa 2.654 habitantes a mais em 2017 em comparação com 2010.
Em Capão da Canoa e Tramandaí, as maiores cidades do Litoral Norte, a população cresceu 19,41% e 18,85%, respectivamente. Em números absolutos, os dois municípios tiveram o maior incremento populacional da região e ficaram em segundo e terceiro lugares no Estado entre os 20 que mais crescerem, atrás apenas de Lajeado, no Vale do Taquari. Nesses oito anos, Capão da Canoa ganhou 8.337 habitantes, chegando a uma população estimada em 51.299 pessoas em 2017. Já em Tramandaí, são 8.009 moradores a mais, como uma população estimada em 50.501 habitantes em 2017.
- Com informações de Seplag e Litoral na Rede