ENTREVISTA com: Delci Dimer
Prefeito Eleito de Torres
1 – De onde veio a ideia de se candidatar a prefeito de Torres? Era um projeto antigo ou foi uma oportunidade que apareceu e foi abraçada?
DELCI – O projeto tem mais de 30 anos. No dia do primeiro contrato que assinei com uma prefeitura na minha vida eu disse pra mim mesmo que um dia eu estaria no outro lado, o lado de prefeito. Não falei pra ninguém. Somente nos últimos dias abri para um amigo e depois para a Cibele, minha esposa. Foram 30 anos de um sonho íntimo.
2 – Qual o teu sentimento da população quando definistes que querias trabalhar para ser prefeito no início da campanha?
DELCI – No início, as pessoas diziam que eu era muito sério para entrar na política principalmente para lutar contra uma chapa do governo que estava forte e organizada. As pessoas tinham dó do Delci… Só que com o tempo eu passei a escutar dos mesmos que a situação era muito forte, iria vencer fácil, mas que eles não iriam votar na mesma situação na qual eles diziam que iria ganhar. Realmente a organização da chapa da situação nos deixou pequeninhos pelo potencial que apresentavam na campanha.
A virada foi quando os mesmos, agora, passaram a nos dizer que votavam em nós e achavam, ainda, que agora a eleição estaria se tornando realidade para nosso lado, uma virada de opinião, que acabou sendo a nossa vitória.
3 – E a ideia do chapéu de palha? Foi tua ou foi uma estratégia de campanha?
DELCI – Meu sócio me deu ele há dois anos, quando passei a utilizar o chapéu em dias de chuva, principalmente. Daí as pessoas começaram a falar do homem do chapéu. O André (meu vice) antigamente também costumava usar um chapéu no dia-a-dia e também passou a utilizar na campanha. Com o tempo as pessoas começaram a me chamar de “O Homem do Chapéu”. Dizer que o Homem do chapéu iria conseguir derrubar o adversário…, dentre outras brincadeiras. E aí nós utilizamos isto como uma característica a nosso favor.
4 – Em que momento que avaliastes que a eleição poderia ser ganha? Foi por conta de pesquisas ou por conta de observações do povo perante a sua caminhada?
DELCI – Uns quinze dias antes do pleito nós fizemos uma pesquisa interna e vimos que a eleição era nossa… No início notávamos que saíamos do fundo do poço, mas sempre subindo nas pesquisas. Quinze dias antes, notamos que a eleição era nossa porque ultrapassamos o adversário e o movimento era constante e crescente, sem volta. Foi só manter a postura e não inventar nada, porque em time que ganha não se mexe.
5 – Qual o estilo da administração que vocês pretendem dar como a identidade central do governo a partir de janeiro?
DELCI – A identidade é de um governo que vai ATENDER a população. Vai ouvir as prioridades antes de implementar um programa ou um projeto.
6 – Qual o perfil do governo? Mais secretarias ou menos secretarias? Por que?
DELCI – Manter as secretarias atuais. Vamos criar outra somente em caso de haver uma necessidade técnica para que possamos nos adaptar a uma exigência do sistema perante outras esfera da administração. Não vamos diminuir, também, porque ainda não vimos um ganho efetivo nesta diminuição. Vamos manter como está.
7- Qual o perfil dos secretários e diretores de nomeação nos CCs? Técnico ou político?
DELCI – Têm que ser técnico, mas tem que ser um pouco fruto de opções políticas, também. A prioridade é técnica, mas caso não consigamos atender a alguma proposta política, vamos nomear casos politicamente, mas a opção principal é técnica.
8 – As contratações priorizarão técnicos ou políticos locais ou a prioridade é a capacidade técnica, independente da vivência geográfica do profissional?
DELCI – Local. Só vamos buscar pessoas de fora quando não houver nenhuma opção torrense. Tem uma pessoa que eu convidei para ser meu secretário aqui de Torres, que nunca esteve na política que não me respondeu até hoje. Eu não o vi durante toda a campanha, mas o escolhi por minha avaliação técnica, por exemplo. Estou aguardando. Isto mostra que as coisas às vezes não funcionam como gostaríamos e temos de mudar.
9 – A ideia é manter a utilização do prédio na Administração como central da prefeitura ou tem alguma outra alternativa?
DELCI – Vamos manter pelo menos de início. Talvez a ideia de projetar a construção de um prédio específico para atender a central do governo seria certo, porque na minha opinião o prédio atual não tem as características ideais. Mas iremos avaliar somente se aparecer uma ideia que devamos aproveitar. Caso contrário iremos permanecer lá e trabalhar em outras frentes diferentes da de troca de local de trabalho. Vamos fazer um estudo com técnicos, mas não é uma prioridade o prédio.
10 – Qual a área de atendimento público que tem mais necessidade de ser mais bem atendida em sua avaliação?
DELCI – As vias! As pessoas querem as ruas melhoradas ou arrumadas. Delci, queremos rua… Delci, queremos ruas, nos dizem todos. Devemos obedecer a esta demanda.
11 – Os investimentos no Turismo serão mais na estrutura urbana e social ou em eventos?
DELCI – Investir mais em eventos, e na divulgação de um forte calendário de eventos em Torres. Temos a avaliação que principalmente as atividades de turismo não foram bem divulgadas quando realizadas. Tem um ditado antigo que sugere que “As pessoas compram ovo de galinha e não compram de pato porque as galinhas cacarejam quando colocam o ovo.
12 – Existe a ideia de envolver o Parque Estadual de Itapeva nos diferenciais turísticos de Torres para trazer mais e melhor públicos para o município – ou se manterá do jeito que está?
– Vamos nos reunir com os gestores do parque no sentido de colocar o local dentro da cidade e dos atrativos de Torres. Temos que criar mais alguma coisa para ajudar que o parque sirva para atrair o turismo.
13 – O enfoque conceitual do Turismo local será mais de Turismo Cultural (coisas locais, costumes locais) ou de Turismo Industrial (Equipamentos de fora ou existentes em outras cidades de turismo que servem para ser consumido em qualquer lugar)?
Acho que têm que ser o cultural. Vamos fomentar mais as coisas locais, da cultura local, das pessoas de Torres. Mas se aparecer propostas boas deste turismo industrial que for interessante para compor os atrativos, também vamos fazer este esforço. Mas o programa será mais para forçar o Turismo Cultural. Tem que cuidar primeiro dos que são daqui!
14 – Como está prevista a relação do governo com a Câmara Municipal? Envolvendo-a desde o início quando da idealização de projetos e programas institucionais, ou será mais de relação de parceria para votar a favor dos planos a serem implementados por lei pelo governo?
– Vamos sempre fazer a construção dos programas e projetos que necessitam ser aprovados pelos vereadores chamando o legislativo antes, porque sempre pode ter novidades vindas dos vereadores que podem servir para melhorar e para viabilizar melhor a ideia. Vou procurar trabalhar junto com eles.
15 – Na segurança Pública e no Trânsito, está previsto mais responsabilidades da estrutura da Guarda Municipal ou se manterá mais baseada na atividade de Brigada Militar que é ligada ao Governo Estadual?
– A Guarda Municipal não está sendo bem utilizada. Temos que analisar com eles como eles podem colaborar mais com a cidade além da guarda patrimonial. Temos que abrir espaço para que eles possam ampliar a suas funções na sociedade. Mas temos que ver bem as leis para que possamos fazer as adaptações. Tem casos, como o uso de armas, que se faz necessária a qualificação, o que teremos que medir antes de decidir. Mas queremos aproveitar mais a Guarda Municipal.
16 – Queres aproveitar vereadores nomeando-os para secretarias ou outras funções executivas, para dar espaço para que os vereadores suplentes tenham chance de assumir a função pela saída do colega para o executivo?
– Não vamos forçar nada. Os vereadores foram eleitos para serem vereadores. Mas se caso algum deles queira trabalhar no Poder Executivo e se encaixe no perfil, podemos adaptar a situação chamando o suplente. Mas será visto ponto a ponto, situação a situação.
*entrevista conduzida por Fausto Júnior