O gato-do-mato-do-sul é um pequeno felino silvestre subtropical que habita o Parque Estadual de Itapeva em Torres – considerado vulnerável no mundo todo. Estudos ainda não publicados indicam que a população na região é a maior descrita na literatura científica. Esse pequeno felino, um pouco maior que o gato-doméstico e lembrando a tão conhecida jaguatirica, é um importante carnívoro da família dos felinos e fundamentais no equilíbrio do ecossistema. Outros estudos tem buscado avaliar como a presença de cães e gatos domésticos próximos a áreas protegidas, ou até mesmo dentro desses espaços territoriais, podem afetar as populações silvestres e vice e versa. Um dos fatores de risco observado são as doenças que podem ser transmitidas de um animal infectado para outro. Doenças como a raiva, a cinomose e a parvovirose, entre outras, podem atingir drasticamente as populações de animais silvestres devido a presença de cães e gatos domésticos soltos no interior de áreas protegidas.
No intuito de reduzir ou eliminar esses riscos, muitos projetos e grupos de conservação tem buscado promover campanhas de vacinação tendo como alvo os cães e gatos domiciliados no entorno desses espaços protegidos. Aqui em Torres, a Associação Torrense de Proteção aos Animais com o apoio do Parque Estadual de Itapeva uniram forças para realizar a primeira campanha internacional de vacinação da América Latina promovida pelo grupo conservacionista Tiger Cats Conservation Initiative (TCCI).
No dia 25 de março, numa ação conjunta com outros 16 projetos, de 6 países e 3 continentes, 35 cães domésticos de Tores foram vacinados contra a raiva (antirrábica) e contra uma série de doenças virais, sem custo aos tutores. As vacinas foram aplicadas mediante um cadastro voluntário que qualifica os moradores como beneficiários do projeto Itapeva Tiger Cats (ITC), um projeto local criado para coordenar ações de pesquisa e conservação para o pequeno felino. “As vacinações foram conduzidas dando prioridade aos animais que possuem tutor responsável dentro da Zona de Amortecimento do Parque. Além desta, outras ações de vacinação estão sendo programadas para serem conduzidas pela ATPA com apoio do Parque Estadual de Itapeva. Essas ações ampliarão as formas de imunização e redução de riscos conforme o projeto for sendo implementado”, ressalta a organização.
Esperamos que ações periódicas de vacinação, castração e medicação possam reduzir o risco de transmissão de doenças entre essas populações, promover a qualidade de vida de nossos animais domésticos, evitar o surgimento de zoonoses, beneficiar e incentivar a tutoria responsável, promover parcerias e ações de conservação conjuntas e afastar o risco de extinção do gato-do-mato-do-sul e de outras espécies silvestres.
*Com informações de ASCOM ATPA
