Audiência Pública questiona decisão judicial pela retirada de quiosques da orla da Praia Grande e Mampituba

Durante a audiência pública, realizada nesta quinta (29) na Câmara de Torres, muitas pessoas carregavam cartazes em apoio a manutenção dos quiosques. Diversas considerações (a maioria a favor dos quiosqueiros) foram feitas. O Ministério Público não mandou representantes, o que gerou lamentos dos organizadores.

30 de junho de 2023

Uma Audiência Pública, realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS (CDHALRS), aconteceu  no final de tarde desta quinta-feira (29), na Câmara dos Vereadores de Torres. O Evento foi presidido pelo deputado Felipe Camozzato (Novo).

O objetivo do evento, conforme o deputado Camozzato (proponente da ação) foi questionar processo que sinaliza a possibilidade de demolição dos quiosques de beira de praia em Torres. “A ideia é retirar está espada apontada para os quiosqueiros para que possam manter e investir em seus negócios”, ressalta Camozzato.

 

Manifestações diversas

 

Durante a audiência pública, muitas pessoas carregavam cartazes em apoio a manutenção dos quiosques da beira-mar de Torres. O Ministério público Federal e o MP Estadual não mandaram representantes, o que gerou lamentos dos organizadores.

Na abertura do evento, falou o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Ricardo Chagas, disse que o Conselho Estadual do Meio Ambiente deixou claro que o regramento do uso de faixa de praia cabe ao município. Explicando o trabalho da Fepam, Chagas esclareceu que o órgão avalia periodicamente se o quiosques tem equipamentos de controle ambiental e se está conectado ao esgoto, por exemplo.

O prefeito de Torres, Carlos Souza, ressaltou que o município está tomando as medidas necessárias sobre esse tema e que o Judiciário retira muitas das autonomias do poder público municipal.

O deputado Camozzato destacou o impacto social da remoção dos quiosques. “Os empreendedores locais, que estão operando com licenças municipais, serão extremamente prejudicados. Precisamos buscar uma solução que minimize os impactos”, pontuou.

Em tom semelhante, o advogado e promotor de Justiça aposentado, Júlio Almeida afirmou que a retirada dos estabelecimentos irá causar um prejuízo urbano significativo na região. “Se as pessoas não olharem para o rosto e para a dificuldade do empreendedor, estamos indo contra os direitos humanos”, opinou.

Também participaram da audiência diversos vereadores de Torres, advogados e empresários locais.

 

Levantamento prevê 15 estabelecimentos irregulares

O levantamento do Ministério Público prevê 15 estabelecimentos irregulares e que deveriam ser demolidos em Torres – na beira mar da Praia Grande e orla do rio Mampituba. Além dos comerciantes, também é réu o Município de Torres, que foi o responsável pela concessão dos alvarás de funcionamento dos comércios.

Dentre os questionamentos da CDHALRS sobre a decisão judicial de retirada dos estabelecimentos está o baixo impacto ambiental, já que a atuação dos estabelecimentos se dá de forma mais intensa somente no verão e a questão da ingerência da Justiça Federal em área de responsabilidade do município, já que a gestão da orla foi repassada pela União ao município há alguns anos.


Publicado em: Política






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