AS HISTÓRIAS MAL CONTADAS DO 8 DE JANEIRO – OPINIÃO – Fausto Jr – A FOLHA – Torres – RS

Quem vai responder pela morte de Clériston Andrade, o Clezão, um dos mantidos em prisão ilegal que morreu durante um mal súbito na Papuda, depois de dezenas de atendimentos médicos e de um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República à sua liberdade provisória?

Foto: EBC ( Empresa Brasileira de Comunicação)
17 de janeiro de 2024
Por Fausto Júnior

O Partido Novo, pra mim a única agremiação política no Brasil que ainda não experimentou as benesses das trocas políticas de participação no corporativismo estatal por aceitação dos interesses destes corporativistas ( diga-se de passagem – que  estão nos três poderes da República brasileira) escreveu este editorial sobre as “comemorações” da data do 8 de janeiro de 2023.  Vejam:

“Em vez de armar um teatro “em defesa da democracia” e promover sua narrativa sobre os ataques de 8 de janeiro, Lula e o STF deveriam aproveitar a data para esclarecer questões ainda mal respondidas aos brasileiros.

Como perguntou na semana passada o embaixador do NOVO, Deltan Dallagnol, por que o ministro Alexandre de Moraes revelou só agora que havia um plano para matá-lo? Por que não mostrou provas desse plano? Por que não se declarou impedido de julgar esses acusados, tendo em vista que é um potencial vítima dos agressores?

Não há dúvida que os atos de 8 de janeiro foram criminosos. Mas podem ser considerados “autores de uma tentativa de golpe” os vândalos que atacaram palácios vazios num domingo, não tentaram prender ou matar autoridades e que abandonaram o local sem resistência assim que alguns policiais começaram a agir?

Por que outras invasões a prédios públicos, como as cometidas corriqueiramente pelo MST e pela esquerda, não foram tratadas como crimes?

Por que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, não liberou imagens de dezenas de câmeras do seu ministério? Se os petistas se esforçam para parecer comovidos pelos ataques, por que resistiram a esclarecer a atuação das autoridades durante o episódio?

Por que, diante dos condenáveis atos de vandalismo e invasão dos palácios, a Força Nacional foi tão omissa quanto a Polícia Militar? É inconsistente o argumento, utilizado por Flávio Dino, de que a guarda precisaria de autorização estadual. Qualquer cidadão pode atuar para deter alguém em flagrante delito. No caso de agentes da lei, cruzar os braços durante a ocorrência de crimes pode até mesmo ser considerado coautoria por omissão. Diante de inúmeros alertas, a Força Nacional poderia, sim, ter liderado uma resposta emergencial.

Falando em omissão, por que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional abriu as portas do Palácio do Planalto? O que ele conversou com o presidente Lula logo antes de deixar os vândalos ingressarem na sede do Executivo?

Quem vai responder pela morte de Clériston Andrade, o Clezão, um dos mantidos em prisão ilegal que morreu durante um mal súbito na Papuda, depois de dezenas de atendimentos médicos e de um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República à sua liberdade provisória?

Como se pode falar em “defesa do Estado de Direito” quando, um ano depois do 8 de janeiro, 65 pessoas ainda estão presas preventivamente, das quais 33 sequer foram denunciadas pelo Ministério Público?

Por fim, como podem falar em defesa da democracia aqueles que dia após dia atropelam decisões democráticas tomadas pelos representantes do povo no Congresso Nacional?”

 

Partido Novo em janeiro de 2024

 

GOLPE OU POLÍTICA? HISTÓRIA OU ESTÓRIA?

 

Os golpes de Estado que ocorreram na história do Brasil desde a independência foram:

A Noite da Agonia (1823); Golpe da Maioridade (1840); Proclamação da República (1889); Golpe de 3 de novembro de 1891; O curioso caso de Floriano Peixoto; Revolução de 1930; Estado Novo (1937); Deposição de Getúlio Vargas em 1945; e o Golpe de 1964.

Em 2016, com o Impeachment de Dilma Roussef, em 31 de agosto, a esquerda e parte de artistas politizados   também batizaram o impedimento ritualizado pela lei como um Golpe. Parece que isto ficou na “Estória” da esquerda” e não na história do Brasil, então.

E agora? Os atos de manifestações e de depredações de 8 de janeiro de 2023 ficarão na história como uma manifestação violenta ou como tentativa de golpe, como acontecera na época dos movimentos armados de guerrilha no Brasil, onde eles pegavam em armas, assaltavam e até matavam para se manifestar contra o golpe do exército e chamavam isto de “revolução”?

Penso que: 1 – ou o Brasil só foi governado por golpistas, mudando somente o período de validade do golpe anterior; 2 – ou o Brasil foi governado por políticos eleitos, mas que a eleição foi (e é) chamado de Golpe por quem perde, que a seguir por sua vez será o vencedor ou o golpista, depende da narrativa.

Ou seja: talvez, a política seja a arte de executar um golpe que funcione e de transformar em golpe o que não é golpe. Acho que é isto.

 

BARULHO: FALTA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

 

Um leitor assíduo de A FOLHA, o médico Evandro Parisotto, ele sabedor dos limites que as decisões de prioridades da prefeitura trazem (por conta de não haver nunca uma decisão que agrade a todos), desta vez relatou para nós sobre o que via.

Ele mora na Lagoa do Violão, na rua que a contorna. E reclamou que antes das 5 horas da manhã (logo que aparece o sol), funcionários da prefeitura faziam barulho com os cortadores de grama à gasolina, na frente da Lagoa do Violão. Para ele, “um absurdo!”

Sabemos que:  1 – Os cortes de grama procuram ser feitos quando não têm carros estacionados, para que pedras e britas que estão nos locais de corte de grama não pulem e amassem os veículos; 2 – Que as máquinas à gasolina são a forma de cortar grama sem ter de buscar energia em uma tomada de terceiros, a outra alternativa – corte com máquinas elétricas. E buscar energia em casas de terceiros é uma invasão de privacidade e uma coerção em alguns casos. 3 – Que a grama cresce muito nestas épocas e a falta do corte gera aspectos ruins na urbe e para os turistas que aqui nos visitam.

Mas neste caso por exemplo, da Lagoa do Violão: em sua parte próxima a margem, não é permitido o estacionamento. Portanto, as podas e corte de grama podem ser feitas a qualquer horário. Penso também que o serviço pode ser feitos á noitinha, outro horário de pouco estacionamento nas vagas utilizadas por veranistas, já que estes estão em casa, já saíram da diversão diária. Mas buscar um equipamento menos barulhento e com menos impacto nos cortes, como os com proteção contra impulsionamento de pedras, seria o ideal.

Somos uma cidade turística e o visitante (que paga caro para estar aqui na temporada) vai gravar isto na memória caso seja acordado as 5 da manhã, quando em férias, por barulho de motor de combustão em sua janela. E pode não voltar para a cidade justamente quando ponderar sobre este assunto.

Olho no Lance

 

 

 

 




Veja Também





Links Patrocinados