COVID-19 E ESTATÍSTICAS DISTORCIDAS

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

coronavirus,3d render
12 de maio de 2020
Por Fausto Júnior

Diariamente assistimos canais em todas as plataformas de comunicação informando dados sobre a Pandemia do “Novo” Coronavírus. E o número de casos novos é a base mundial para classificar os países. E é a base para no Brasil classificar Estados e Municípios, classificações estas que geram índices. Mas todos baseados no número de casos.

As mesmas plataformas de informação (oficiais e mídia) comentam que as coisas mudam em um determinado lugar porque os testes estão aumentando. Mudam porque os testes estão sendo apurados. Mudam porque um lugar faz pouco teste ou que outro lugar faz muitos testes. Que incoerência! Como podemos pegar uma base que é medida de forma diferenciada como o pilar de dados para a classificação em rankings? Trata-se para mim de um erro grotesco.

Na verdade o número de mortos é o dado  que deveria servir para se medir os impactos da Covid-19 no mundo e nas cidades. O dado é uma prova cabal. O número de infectados só serve para ter uma amostra estatística para trabalhar nas causas da proliferação. Esta é a utilidade dos números de casos estimados. Portanto, este tal de “Índice de fatalidade” é fatalmente burro, pois em cada cidade ou estado,  o número de testagem está sendo diferente, consequentemente o índice é altamente distorcido.

Em minha opinião, TODOS os dados informados para o cidadão comum e utilizados para diagnosticar uma cidade, um estado e um país deveriam ser somente baseados no número de MORTOS, no número de pessoas em UTIs e no numero de pessoas que saem das UTIs.  São dados ABSOLUTOS e os únicos que podem dar sinais um pouco mais confiáveis. Mas se as autoridades insistirem em continuar utilizando o número de casos como forma de diagnóstico, deveria ter uma metodologia PADRÃO, similar em todos os lugares, feita por projeções estatísticas similares. Mas não. Atualmente, uma cidade resolve testar mais e aumenta os casos. Outra, não testa e diminui os casos, consequentemente aumentando o índice de fatalidade porque o número de casos é o denominador da equação: Fatalidade = mortos/casos.

Estamos usando régua pra medir curva ou compasso para desenhar ângulos retos.

Olho no lance!

 

 




Veja Também





Links Patrocinados