O Brasil, com tanta diversidade de raças e cores, recebe o título de campeão mundial em homofobia no trabalho, segundo um estudo da ONG americana Out Now. Segundo pesquisa da própria ONG, 68% de empregados LGBTQIA +, já ouviram comentários de cunho preconceituoso dentro das organizações – não rara às vezes, eles estavam disfarçados de piadas (eu, que lhe escrevo, já ouvi muitos, inclusive). E para pasmar, 33% das empresas brasileiras afirmaram que não contratariam pessoas LGBTQIA + para posições de liderança.
Frente a isso, empresas que possuem a coragem de levantar a bandeira da inclusão e trabalhar sua cultura organizacional, no sentido de proporcionar um ambiente diverso, estão transformando o mercado – e abrindo espaço para lideranças de todos os tipos. Construindo times fortes, diversos e de excelência.
Cultivar um ambiente de trabalho, onde as pessoas possam ser quem elas são, ajuda a transformar os objetivos da empresa em realidade, todos os dias. E assim todos saem ganhando! Pode parecer bobagem, mas isso faz toda a diferença. De acordo com a pesquisa da Out Now, 75% dos LGBTQIA + declarados, acreditam que são produtivos no trabalho – enquanto esse número cai para 46% entre os que não falam sobre esta questão.
E aqui entra a importância da representatividade! Isto é, quando uma pessoa se vê identificada em outra, percebe-se melhorias no clima organizacional e torna o ambiente da empresa mais salubre. Ainda segundo o estudo, um em cada três gestores LGBTQIA + do Brasil já não sente medo de se esconder para seus líderes e pares. É um avanço, mas ainda temos muito o que evoluir.
Mas ainda precisamos, de cada vez mais, pessoas diversas ocupando posições de liderança nas empresas, tomando decisões, questionando o status quo e abrindo espaço para outras lideranças virem em seguida. A falta de lideranças, com as quais possam se identificar, faz com que ocorram questionamentos sobre aceitação e possibilidades de crescimento para estas pessoas dentro das empresas que atuam.
Não existe fórmula pronta para garantir esse processo, só existe o exercício constante de ouvir, aprender, testar, ouvir de novo, reaprender e crescer com isso. É preciso rever o quadro de gestores e considerar uma liderança LGBTQIA + em sua empresa, que represente a comunidade e tenha um posicionamento ativo.
Além dos motivos que já escrevi, sobre a importância da diversidade, há estudos que apontam que companhias com pessoas LGBTQIA + em cargos de alto escalão tem uma performance 61% maior em comparação a empresas sem profissionais de diferentes orientações sexuais, principalmente em áreas como responsabilidade social corporativa, práticas de RH e qualidade da força de trabalho.
E para criar ações de liderança mais inclusivas, você pode, por exemplo, desenvolver e comunicar uma missão clara a todos os colaboradores, por meio de treinamentos em educação sobre suas políticas de inclusão e estratégias para apoiar os funcionários LGBTQIA +.
Você pode também, levar a discriminação a sério em suas práticas de recrutamento e promoção. Estabelecer uma forte política antidiscriminação e garantir que todos saibam o que não é tolerado no local de trabalho, além de reconhecer prontamente o problema e agir, pois entende-se que procrastinar decisões de cunho preconceituoso, é validar comportamentos discriminatórios.
A liderança LGBTQIA + nas empresas, é apenas um dos passos para um mercado de trabalho mais rico, próspero, diverso e repleto de talentos. Que tal repensar práticas e começar um mindset mais inclusivo na sua organização?