Egocentrismo e possessividade na criança

A possessividade infantil, muitas vezes é compreendida erroneamente como problema por pais e educadores, e não como uma etapa típica do desenvolvimento infantil. (por psicóloga Paula Borowski)

14 de setembro de 2018

 

 

A possessividade infantil, muitas vezes é compreendida erroneamente como problema por pais e educadores, e não como uma etapa típica do desenvolvimento infantil.

A relação de posse da criança está intimamente associada a fase do egocentrismo até por volta dos 6 anos, sendo um comportamento normal. Entretanto, muitas vexes é taxada de egoísta na escola sendo obrigada a dividir seus brinquedos.

Considerando a questão enquanto problemática, pode ser dito que a literatura em psicologia bem como em psicanálise descreve a criança primeiro como egocêntrica, com sentimentos de autossuficiência .O fato é que a generosidade é compreendida como aspecto da maturidade, não sendo muito típica em criança.

A criança e sua relação com o objeto é uma relação de posse, justamente porque a criança pouco difere entre o objeto e seu próprio corpo. Os objetos como figuras humanas por sua vez é representação das figuras parentais como demonstrado com o brincar infantil.

Um estudo sobre a possessividade infantil pode contribuir, tanto junto aos pais, quanto para os educadores, no sentido de esclarecer que a possessividade “típica” da criança, não é algo a ser visto como problemática, mas sim, como um aspecto a ser compreendido e inserido no contexto educacional geral.

Por ouro lado, quando a criança sente falta da presença e afeto dos pais, ela tenderá a se apegar mais aos objetos como substitutos parentais.

Entre os 3 a 6 anos  a criança está mais voltada para o seu “eu” e, portanto apegada e possessiva aos objetos e aos pais.

A criança tende a ser naturalmente ciumenta, egoísta e egocêntrica, tendo a característica da possessividade  como um traço típico de personalidade infantil, principalmente em determinadas fases da infância. É claro, que estas características de comportamento tendem a ser transitórias, mas caso persistam será preciso avaliar com profissional.

Vários fatores como educação, sentimento de segurança, proteção, incentivo a autonomia e abertura para desapego das figuras parentais, podem levar a mudança na qualidade da posse infantil. A estima e o amor da criança também são elemento que alteram significativamente a qualidade da possessividade infantil, principalmente em crianças maiores, próximo à fase da adolescência, quando elas já se encontram capazes de estabelecer novos vínculos significativos para além das relações parentais e ou familiares.

À medida que a criança vai se desenvolvendo, ela vai adquirindo autonomia, ou condições de desenvolver algumas atividades básicas por si mesmo, o que naturalmente vai diminuindo sua dependência de terceiros e consequentemente a possessividade. Quanto mais autônoma a criança, menos possessiva será. A relação de superproteção dos pais pode causar dependência nos filhos e aumentar a possessividade de ambas as partes.




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