Sei que ninguém aguenta mais levar bronca mas esse é mais um texto da série “o que você está fazendo pra evoluir e fazer desse mundo um lugar melhor?” Tem coisas que a gente precisa dizer incontáveis vezes pra ver se entra na matrix individual de cada um. De uns tempos pra cá as pessoas vem procurando se espiritualizar de alguma forma porque acreditam que só assim elas vão conseguir melhorar como pessoas. Uns começam a frequentar alguma igreja ou religião e outros escolhem o caminho da espiritualidade sem dogmas porque o conceito de espiritualidade é compreendido de várias formas por cada um de nós. Será que a nossa evolução moral está completamente ligada à religiosidade? Terá sido só a igreja que ensinou a humanidade sobre o bem e o mal? A maioria das pessoas se lembra da Bíblia quando a gente fala em escrita religiosa. A Bíblia mais antiga do mundo fala sobre o bem e o mal, o certo e o errado… mas e a filosofia? Será que os filósofos que subiam nas pedras pra discursar sobre como o homem deveria se comportar no coletivo fizeram um caminho totalmente diferente no que diz respeito à evolução moral?
400 anos antes de Jesus, o filósofo pré-socrático Demócrito de Abdera (460 aC – 370 aC) surgiu com o conceito do bem e do mal, além das confabulações sobre ética. Platão (428 aC – 347 aC) conceitua sobre a moral. Jesus vem depois e pede pra gente colocar amor incondicional em tudo isso. Enfim, fazendo um mix filosófico-religioso, penso que evoluir tem a ver com a forma que a gente se trata e trata os outros em todos os sentidos. Charles Darwin (1809-1882) virou do avesso a temática sobre a evolução do Australopithecus, mas obviamente não no sentido individual, moral ou espiritual. A filosofia foi a primeira a contextualizar a evolução do ser humano no sentido moral da coisa em toda a história. Evoluir é progredir, tem a ver com aperfeiçoamento, mas a gente não vai conversar aqui hoje sobre aquele macaco que virou um Homo Sapiens obeso sentado na frente da tv. Não é sobre essa evolução que a gente precisa filosofar e refletir. É sobre a nossa procrastinação em relação ao agir de acordo com o que dizem os ensinamentos, tanto religiosos quanto filosóficos e até mesmo sociológicos.
Resumindo: Não adianta ir na missa e não dividir o pão com o andarilho. Não adianta acender vela pra Santa Maria e xingar a mãe. Não adianta tomar passe e falar mal do vizinho. Não adianta levar um agrado pro Preto Velho e maltratar o avô. Não adianta meditar na frente de uma estátua de Buda e tentar apagar a luz dos outros. Não adianta acender um incenso pra Ganesha e ser um obstáculo na vida de alguém. Não adianta rezar se a gente esqueceu de ser grato. Filosófica e socialmente falando, não adianta pregar a moral de cuecas. Fica então a reflexão… e que a gente não fique com essas ideias só no pensamento. A gente precisa agir! Boa semana, vagalumes!