OPINIÃO – Bairros torrenses banhados pelo Riacho/ Arroio/ Valão

A Prefeitura de Torres deveria buscar recursos do Governo Federal para revitalização do Riacho (também chamado de Arroio ou Valão) que liga o Mampituba e a Lagoa do Violão, mas pouco foi feito pelas administrações municipais nos últimos anos.

O Riacho de Torres, que cruza região central da cidade
31 de outubro de 2023

A Prefeitura de Torres deveria buscar recursos do Governo Federal para revitalização do Riacho (também chamado de Arroio ou Valão) que liga o Mampituba e a Lagoa do Violão, mas pouco foi feito pelas administrações municipais nos últimos anos. A expectativa dos moradores é de que seja revitalizado em todo o seu percurso, com novos muros de fixação de suas margens no lado norte com piso impermeável de fácil limpeza quando necessário. Mas até então a estrutura continua a mesma, em muitos locais inclusive desmoronando. No arroio presenciamos o lançamento de esgotos de águas servidas e de outros resíduos sem nenhum tipo de tratamento; ao andarmos em suas margens, vimos que o local não está tendo nenhum tipo de cuidado. Atualmente no local encontramos todo tipo lixo doméstico e caliças de construção. Segundo um morador da Av. Do Riacho, que não quer ser identificado, “era a Associação de Moradores do bairro Stan que fazia reivindicação de limpeza e denunciava os maus cuidados com o valão”. Afirma ainda que o bairro “tem boas lembranças da luta comunitária da saudosa Maria Matos”. Mas a última direção da Associação terminou dando baixa no CNPJ da entidade sem consulta aos moradores. E hoje o bairro Stan está sem representatividade e a prefeitura faz projetos para a comunidade sem ouvir a população. As demandas principais são a revitalização do valão em toda sua extensão e a construção de espaços sobre o mesmo, onde os moradores possam ter atividades com projetos sociais para a comunidade, crianças, clube de mães e idosos, podendo também criar espaços para vendas de produtos de produção familiar e artesanatos.

 

A QUESTÃO DO ARROIO – Um dos maiores problemas presentes para a comunidade é o Riacho. O Valão como é conhecido, está localizado no centro da cidade, passando por quatro (04) bairros, o que acaba impactando na vida de muitos moradores, atualmente insatisfeitos com os maus cuidados e com as consequências que isto causa à população. O Riacho que inicia na Lagoa do Violão corta o bairro Stan e desagua no rio Mampitupa. Ele também divide os bairros Getúlio Vargas, ao leste, e   ao oeste o bairro Igra. O riacho muitas vezes transborda, alagando a cidade. A Defesa Civil deveria orientar os moradores que cercam o valão fazendo campanha de educação, principalmente nos que estão inseridos em áreas de risco, pois sua margem acabou se transformando em depósito de todo tipo de lixo doméstico, entulhos e podas de árvores. Fiscalizar, identificar e notificar os pontos de esgotos irregulares, os depósitos de lixo deveria ser tarefa sistêmica da municipalidade. Uma reivindicação antiga dos moradores dos dois bairros é a implantação de uma praça na foz do arroio, junto ao rio Mampitupa, para o bem estar social dos moradores, assim preservando os mangues que vêm sofrendo destruição. Cidadão alegam que já pediram à Prefeitura providências, porém a resposta é sempre a mesma: promessas que não são cumpridas. A moradora Sonia da Silva, por exemplo, conta que os próprios moradores fazem a limpeza do arroio em frente as suas residências, porém o cheiro que sai do local é quase insuportável. “A Prefeitura deveria manter uma equipe fixa para limpeza, fazendo manutenção das redes de manilhamento, arrumando as bocas de lobo e fixando placas de proibição de descarte de qualquer material em suas margens. Mas o   problema mais urgente é a falta de canalização do arroio. O cheiro está muito forte para quem vive por perto”, alega.

O engenheiro florestal Edmilson Quadros, ressalta que a canalização do Riacho na parte norte se faz necessário através da construção de comportas junto ao rio Mampitupa e da  colocação de bombas que iriam amenizar em grande parte os alagamentos, principalmente no bairro Getúlio Vargas, pois o arroio não mais transbordaria com estes equipamentos instalados. Ele diz ainda que é dever do órgão municipal fazer um trabalho de conscientização da população, com projetos de retirada de todo o esgoto de águas servidas que poluam o valo e a colocação de pavimentação adequada nas ruas laterais que margeiam o Riacho.

Moradores do bairro Getúlio Vargas querem que seja feita a pavimentação com asfalto e a colocação de pontes unindo os bairros. E reivindicam a recuperação e revitalização da área descampada da antiga ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da Corsan, que está ociosa, para evitar o tráfico de drogas a noite e segurança das crianças que brincam no local. Eles dizem que o município poderia reivindicar esta área para uso da comunidade, que é carente de espaços de convivência social, criando um centro público de apoio à população supervisionado pelo poder público. Já a Associação dos Moradores sugeriu a Comissão Especial do Plano Diretor, uma Emenda Parlamentar que tornaria esta área como de Interesse Público. Conserto de tampas de bueiro, da rede coletora pluvial, na Rua José Osório Cabral; revitalização da pavimentação, levantando o nível da pista de rolagem na Rua Manoel de Lima Porto, em toda a sua extensão; providências para tapar os buracos surgidos em função das chuvas na rua Firmino Paim e José Osório Cabral.

 

 




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