A eficiência do trabalho da CEEE Equatorial e da Corsan, ambas sendo (ou em processo de serem) privadas após serem estatais gaúchas, acabam sendo palco para espaço de questionamento sobre a eficácia das privatizações. No caso de São Paulo, a questão está sendo inclusive tema de greves e de movimentos rebeldes de sindicatos, que são contra as privatizações em andamento por lá.
O argumento do corporativismo estatal (que é sempre contra as privatizações) é de que as empresas quando privatizadas, por visarem o lucro (a busca vital de qualquer empreendimento privado) deixam de investir no serviço de estrutura de fornecimento de água e luz, por exemplo. Mas minha opinião é que o que acontece é o contrário. Senão vejamos:
As empresas que não têm compromisso com o resultado, as estatais, são as que na verdade não conseguem ter dinheiro para investimentos necessários para manter e aumentar os serviços de fornecimento de água e luz ao povo. A lógica das estatais é de aumentar os impostos para que os governos possam pagar os prejuízos do trabalho corporativo estatal. Portanto, a direção das empresas consegue aumentar salários e benefícios de trabalhadores demandados através de pressões políticas, mesmo que estes salários sejam muito acima dos aplicados no mercado privado; conseguem repassar para tarifas a incompetência de eficiência administrativa da gestão e conseguem as vezes deixar o sistema caótico, pela falta de investimentos, por conta de não haver concorrência pelas leis que protegem as estatais, o que se chama de monopólio.
Já as empresas privadas e capitalistas, que visam saudavelmente o lucro (nada mais do que receitas maiores que a despesa, fruto da boa gestão administrativa) e trabalham com concorrência de mercado, conseguem administrar a gestão por metas e por méritos dos gestores, o que protege o sistema da falta de comprometimento das empresas que não tem metas de resultados (as estatais).
O Governo pode regular isto através de contrato com as empresas terceirizadas. Estes, os contratos, que devem ser arbitrados pela população através dos políticos e da imprensa, trabalho da democracia representativa. Se o governo não consegue fornecer subsídios através da atuação privada, ele – governo – paga a diferença para as empresas, como acontece no transporte público, por exemplo.
Penso então que colocar a falta de eficiência de trabalho público na conta da privatização se trata de debate vazio; de cortina de fumaça para o intento do corporativismo estatal, em conseguir oferecer e manter empregos caros e políticos em empresas dos governos, o que não se consegue no ambiente regido pela lei de oferta X Procura do mercado. Ou seja, uma ação artificial em nome de poucos, paga por todos, o contrário da oferecida e prometida “igualdade” …
Governo e estado não foram feitos para ter empresa – com receita e despesa e que precisam ser geridas com métodos meritocráticos para funcionarem bem. Estado no ambiente saudável é feito para cobrar taxas da população para trabalhar em questões coletivas estruturais e sociais. De preferência trabalhando sempre no sentido de diminuir cada vez mais as despesas fixas da máquina estatal para consequentemente diminuir a necessidade de cobrar pedágio do trabalho de seu próprio povo através de impostos. Trabalhar para que as pessoas cuidem de si, consequentemente cada vez menos precisando de cuidados corporativos.
CURTAS
- Trabalhar na proibição da formação de loteamentos e construções clandestinas é mais importante do que trabalhar lá na frente para dar serviços urbanos para atender os invasores.
- Trazer para os municípios a coordenação da organização do atendimento das guarda-vidas, talvez fosse mais eficiente que ficar esperando o trabalho ligado ao estado do RS. Uma parceria entre prefeitura e governo estadual mais bem pensada faria com que tivéssemos as guaritas dos guarda vidas sempre prontas no início da temporada de verão, e que pudéssemos ter em Torres mais serviços após o termino da Operação Golfinho coordenada pelo Estado do RS e pelos competentes bombeiros.
- O movimento de reservas em imóveis para alugar por diárias em Torres está bem abaixo do que acontecera em anos anteriores. Será fruto do mau tempo ou de um fator macroeconômico? Tomara que tenha sido somente consequência do mau tempo…
- As tábuas e pregos das passarelas de acesso às praias da Praia Grande em Torres estão começando mostrar necessidade de reparos. Não seria a hora de fazer uma reforma para evitar que veranistas se machuquem de pés descalços nos locais? Colocar pregos que não enferrujem poderia ser uma ideia para não precisar trocar mais uma vez lá na frente. Ou não?
- Os buracos nas ruas estão crescendo com o aumento das chuvas. Os excessos, além de atrapalharem o programa de tapa buracos em Torres, onde a prefeitura divulga que possui R$ 500 mil para tal, acabam também aumentando as ‘panelas’ nos asfaltos – que passam de panela de cozinha caseira para panela industrial, onde têm casos de poderem quebrar veículos, que podem por sua vez pedir indenização para a prefeitura, aumentando os custos das operações tapa buracos seguintes. Olho no lance – e que nossas rezas consigam fazer com que o universo diminua as chuvas no RS.
- As arrecadações das prefeituras devem ter caído neste último quadrimestre. É visível a diminuição de ações ordinárias que ocorriam em cidades de todo o Brasil. Olho na reforma tributária.
- Os empregos formais também estão caindo. E penso que o veto do presidente Lula à desoneração da Folha de Pagamento só irá piorar este cenário. Está na hora de caminharmos para termos menos taxas de Brasília para termos mais empregos no Brasil. Um novo desenho da relação Capital X Trabalho é urgente. Ou não?
- Mulheres trabalhando no Poder Executivo para mim são muito mais eficientes. Embora possa ser considerado politicamente incorreto dizer que mulher é diferente de homem, penso eu que elas são menos levadas à corrupção, menos sujeitas a pegar caminhos mais curtos para diminuir o trabalho e etc. “Ser mãe” dos recursos a serem utilizados funciona bem nas famílias. “O pai” empreende na busca de alternativas de progresso, mas a mãe em geral gasta melhor o orçamento das casas, não desperdiçando dinheiro de arroz e feijão em cerveja. Ou não? Não é preconceito, é constatação. E tem até um movimento feminista que defende a maior presença das mulheres na política.