OPINIÃO – Planos (de Torres e Gramado)

"Eu invejo Gramado porque ela investe em TURISMO... Desde que começou a investir no Turismo como sua principal atividade econômica, a cidade nunca mais parou. Nem por um instante ela deixou ou pensou em deixar o turismo como sua principal atividade econômica, nem com o aumento da atividade da construção civil na cidade".

27 de novembro de 2023

Morro de inveja de Gramado.

Não por suas belezas fabricadas (muito bem fabricadas), nem por sua organização urbana, nem mesmo pelos seus governantes, nem pelo seu povo, nem por suas tradições, tampouco pela quantidade enorme de eventos de sucesso.

Eu invejo Gramado porque ela investe em TURISMO.

Desde que começou a investir no Turismo como sua principal atividade econômica, a cidade nunca mais parou. Nem por um instante ela deixou ou pensou em deixar o turismo como sua principal atividade econômica, nem com o aumento da atividade da construção civil na cidade. Eles sabem que a construção civil só prospera e dá emprego por causa do turismo, e não o contrário.

Sei que a quantidade de pessoas que leem o jornal físico diminui bastante, porém considero que ainda existem muitos leitores fiéis deste jornal e de outros como a Zero Hora, e justamente neste último (na edição de 18/19 de novembro deste ano), foi publicada uma reportagem sobre Gramado – O fenômeno Gramado, assinada por Vinícius Coimbra. Nela, o autor destaca o que fez Gramado ser um sucesso, o caminho, as dificuldades e as consequências deste sucesso.

Gramado, diferentemente do que muitos pensam, iniciou suas atividades no turismo, em 1919, como local de descanso de verão (não de inverno). “Os veranistas iam a Gramado para recuperar a saúde física e mental através da apreciação da natureza, do clima agradável e do sossego.” Somente após sua emancipação é que começou o investimento no turismo de eventos, como o Festival das Hortênsias (1958), Festival do Cinema (1973) , Festa da Colônia (1984), Natal Luz 91986) e Festival de Turismo (1989).

“Quando não se tinha dinheiro para fazer o Festival de Cinema e o Natal Luz, a prefeitura tirava um pouquinho do orçamento… hoje dificilmente colocamos dinheiro, porque, com o tempo, esses eventos se tornaram autossuficientes.” (Nestor Tissot, prefeito atual).

O prefeito Tissot, lembrou que o turismo não era um consenso entre as várias administrações de Gramado, porém perceberam que ao longo do tempo o turismo é o melhor negócio.

Assistindo a sessão da câmara de vereadores sobre o Plano Diretor de Torres fiquei um pouco decepcionado, pois não vi discussão e proposição de ideias sobre as emendas, vi apenas uma ensaiada coreografia de “senta e levanta” em grupo. Não vi representantes do “povo” e de partidos com ideias próprias ou ideologias partidárias, vi um grupo unido para aprovar ou reprovar, de acordo com as ideias do executivo.

Vi vereadores votando a favor das “construtoras”, para manter os empregos de grande parte dos trabalhadores da cidade, mas não era essa a discussão. O propósito é bem maior que isso. É a manutenção do investimento das construtoras na cidade e, também, a manutenção da cidade atrativa aos visitantes. É a projeção da cidade ao longo dos próximos 5, 10 ou 20 anos, com os resultados daquele plano de Mobilidade Urbana (humana) que nem citado foi. Como disseram, o Plano Diretor proposto, é um mero plano de zoneamento da cidade de Torres. Uma pena.

Espero que o prefeito e os vereadores de Torres percam um pouco do seu tempo e leiam esta reportagem sobre Gramado. Reflitam sobre o que estão projetando para o futuro da cidade de Torres com a aprovação deste Plano Diretor que, infelizmente, não tem como base a ênfase e o cuidado com a principal atividade econômica da cidade, o Turismo.

 

Com informações de: Reportagem do jornal Zero Hora do final de semana 18/19 de novembro do ano de 2023.




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