OPINIÃO – POLUIÇÃO VISUAL DAS RUAS EM TORRES

Os letreiros fazem parte das ruas de todas as cidades, alguns são discretos e bonitos, discretos e feios, chamativos e bregas, improvisados e feios, enfim, tem de todos os tipos.

22 de novembro de 2023

Os letreiros fazem parte das ruas de todas as cidades, alguns são discretos e bonitos, discretos e feios, chamativos e bregas, improvisados e feios, enfim, tem de todos os tipos.

Passeando pela entrada da cidade de Torres podemos ter essa variedade citada acima. É um “prato cheio” causando uma terrível e indesejável poluição visual. Algum tempo atrás já foi pior, se dá para dizer isso. A prefeitura fez cumprir uma lei já existente e retirou das calçadas tudo o que não era calçada, pois já não se conseguia transitar por elas. Foram retirados pequenos postes, toldos de todos os tipos, letreiros que invadiam as calçadas, mesas e cadeiras de bares e restaurantes, e até mercadorias que eram expostas nas próprias calçadas (estendendo o tamanho da loja em até duas vezes). Tudo foi retirado. Porém, atualmente, está tudo voltando ao status anterior.

Faça este pequeno exercício, passeie pela cidade como se fosse um turista, ou alguém de fora. Observe o comércio e seus adereços, principalmente os letreiros. O que você vê? Na verdade você não consegue ver nada além de uma confusão de placas, cada uma maior que a outra chamando a sua atenção para o comércio/serviço.

Não sei se há uma lei regulamentando tamanho, tipo, luminosidade, quantidade desses letreiros e placas, pois se existe não está sendo cumprida, e se não existe, está uma oportunidade para os legisladores deixarem a cidade mais bonita e menos poluída visualmente.

Este tema não é novo, lá em 1974, o escritor/cronista Mário Krás Borges, escreveu sobre o problema dos letreiros. Só que naquele ano não era a quantidade nem a poluição visual que virou notícia, o que incomodava era os erros ortográficos.

“… em matéria de letreiros vistos em fachadas de prédios de estabelecimentos comerciais há diversos que não condizem com as características turísticas de uma cidade como Torres, além de refletirem baixo grau de cultura de um povo. Assim vemos esta preciosidade em letras sombreadas: artezanato (com ‘z’), e numa casa especializada na venda de artigos dessa natureza anúncio luminoso de acrílico, com o mesmo aleijão (erro de grafia).”

Incomodado, o cronista da época, aconselhou que acabassem com essa “orgia de erros que infestam as fachadas de prédios comerciais” com uma lei, sugerindo até o texto.

“Art. 1 – Nenhum letreiro que designe denominação de estabelecimento comercial, propaganda de mercadorias, assim como avisos em placas ou painéis será permitido na cidade sem a prévia licença da Prefeitura Municipal, cujo requerimento será dirigido ao prefeito com os dizeres referentes aos casos acima, em folha de papel à parte para possíveis correções. Parágrafo único – As licenças de que trata a presente lei, serão concedidas gratuitamente, e aqueles que assim não procederem incorrerão na multa de meio a um salário mínimo, conforme o caso.”

Olha, não sei se a lei sugerida pelo cronista foi criada, mas pelo que se vê, atualmente, muita gente estaria levando multa.

 

Fonte: Torres História em Crônicas. Org. Débora Fernandez, Idealizador Paulo Timm.

 




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