OPINIÃO – VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS DEVERIA ESPERAR MAIS.

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Imagem buscada na divulgação em Google
28 de abril de 2021
Por Fausto Júnior

Respeito quem acha diferente assim como respeito estudos que digam outra coisa sobre o assunto. Mas acho que neste momento de pandemia e de início do inverno, retornar as aulas presenciais públicas não se trata de uma opção inteligente.

Dizem os educadores (alguns) que as crianças perdem tempo na alfabetização; que crianças mais jovens ainda perdem em não estarem socializando como acham (alguns) que deveriam estar (mesmo antes dos seis anos); que pais têm que ir a luta trabalhar e não têm onde deixar os filhos, e que estes acabam sendo obrigados a deixar as crianças em casa de parentes e creches clandestinas, o que aumenta o risco de contaminação e etc. (este último argumento parece ser o mais “demandado”).

Particularmente, acho que o risco de haver surtos de contaminação em escolas levadas por crianças contaminadas e assintomáticas é maior do que todas estas mazelas citadas acima.  Assim como diminuiu a idade dos casos de óbito por covid-19, não se sabe se não pode haver mais uma diminuição e iniciar problemas sérios inclusive em crianças… E a interrupção dos estudos e da socialização é geralmente para todos, ou para quase todos, o que torna o processo praticamente igualitário, como se houvesse uma mudança da regra do jogo para todos os “jogadores”. Mas que depois o jogo segue adiante como era anteriormente, também para todos.

Talvez depois dos professores e servidores de escolas forem imunizados pela vacina se possa fazer uma tentativa. Mas o ideal é voltar às aulas presenciais somente após o índice de contaminação estar baixíssimo e caminhando para o término da pandemia, pelo menos da fase de alta contaminação.

PANDEMIA DE DOIS LADOS: SANITÁRIO E ECONÔMICO

A intenção de consumo dos brasileiros voltou a cair em abril. Apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador de Intenção de Consumo das Famílias apresentou queda mensal de 2,5%, ante recuperação pontual no mês anterior. Além disso, foi o pior mês de abril da série histórica. Em relação ao mesmo período em 2020, houve retração de 26,1%.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, essa redução no mês de abril é resultado do agravamento da pandemia no País, com medidas mais restritivas de circulação, como fechamento de comércios e cidades inteiras em lockdown.

Infelizmente passamos por mais esta “onda” da pandemia. Ela veio com força e atirou um balde de água fria na esperança de termino do contagio que estava em curso. E quando a coisa vem de novo e com mais força, as pessoas em geral ficam mais preocupadas e com medo. E medo é inimigo das melhores decisões.

O resultado foi de queda de consumo básico. Mas parece que esta queda represa muita coisa e as pessoas vão voltar a consumir de novo de forma aguda, em V, como diz nosso ministro da Economia, a partir da volta de sinais das autoridades no sentido da abertura das relações humanas, pelo menos as de iniciativa privada, o que deve acontecer em maio. Os meses de março e abril de 2021 talvez tenham sido os piores meses para a economia da pandemia, consequentemente para a geração de emprego e renda, consequentemente para a geração de segurança para consumir, um ciclo negativo.

EM TORRES, TODOS ESTÃO SENDO IMUNIZADOS DE FORMA IGUALITÁRIA.

Nesta semana eu e minha esposa ( em dias diferentes) tivermos a felicidade de receber nossa vacina contra a covid-19 (1ª dose). Foi quando tivermos também mais uma chance de publicarmos no site de A FOLHA uma imagem ou um vídeo sobre como andava a vacinação no sistema drive Trhu no Parque do Balonismo.

Embaixo da publicação, no entanto, houve algumas argumentações que davam a entender que poderia estar havendo beneficiamento dos que têm veículos para que fossem imunizados. E por isso a coluna entrou em contato com a secretária de Saúde de Torres Suzana Machado para indagar sobre o questionamento e saber o que efetivamente acontece em Torres.  E o que constatamos é que está sendo muito justa a logística de oferecimento da imunização para TODOS na cidade, independente de se estes tem carro ou não. O Drive Trhu é somente uma forma de dividir a vacinação e consequentemente oferecer menos contato entre as pessoas. Abaixo a resposta da secretária Suzana.

As pessoas que não tem carro estão fazendo a Vacina nos ESF (postos de Saúde) dos seus bairros e no posto volante que fica atrás do Supermercado Bom Rancho. Geralmente elas agendam por telefone, ou por sua agente de saúde ou ainda pessoalmente nos próprios postos. E a população está comparecendo conforme previsão.

As pessoas acamadas, ou com deficiência físicas (respeitando a idade é claro) estão sendo todas vacinadas em casa.  E está relação está chegando através das Agentes Comunitárias e através de um canal de telefone que colocamos a disposição da comunidade no início da campanha.

Além disto, o calendário está sendo divulgado nos meios de comunicação locais (rádios e jornais), bem como a população tem sido avisada pelas agentes de saúde que atendem as residências”. 

PROGRAMAS DE SAÚDE “TRIPARTITE” 

Depois de vários questionamentos sobre a questão da remuneração, do organograma e do contrato de trabalho dos servidores da Saúde de Torres, o vereador Igor Bereta(MDB) fez requerimento, que deve ser votado na sessão da Câmara desta segunda-feira, dia 26 de abril, para que a secretária de Saúde da prefeitura de Torres Suzana Machado compareça a tribuna da Câmara a fim de esclarecer sobre o assunto, principalmente os contratos entre a municipalidade e os servidores do programa Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Este tema é recorrente em Torres. É que a maioria dos servidores de Saúde deste programa (assim como de outros programas tripartite de Saúde) é contratada pela prefeitura como parte do projeto predefinido pelos governos estadual e federal. Geralmente a ambulância é fornecida pelo Ministério, outra parte é fornecida pelo governo estadual, geralmente o serviço de regulação e tabulação,  e as prefeituras entram com a contratação dos servidores (custo fixo).

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um serviço de saúde brasileiro, subordinado ao Ministério da Saúde, e destinado ao atendimento e resgate de pacientes em situações de urgência e emergência, seja na rua ou em domicílio, onde haja a necessidade de intervenção especializada imediata e remoção para Unidades de Saúde com atendimento de Pronto-socorro. Ele faz parte do Sistema Unificado de Saúde SUS.

A questão da remuneração destes assim como a questão do tipo de contrato de trabalho leva em conta isto. Não se trata de um programa municipal. E, portanto, a prefeitura na maioria das vezes tem dificuldade de fazer concurso público para os cargos, já que se trata de parte de um projeto de estado e que pode ser modificado a qualquer tempo. E se for modificado a qualquer tempo, como a prefeitura vai fazer para manter os servidores concursados sem os repasses federais e estaduais para o Samu? Esta é a questão, pois servidor concursado não pode ser demitido: é estável.

Mas é bom que a secretária vá à Câmara explicar isto. Até porque sempre a Câmara tem que aprovar a renovações dos contratos emergenciais, de seis em sei meses, contratos emergenciais estes que também há muito tempo não são emergenciais, mas são vulneráveis ao termino e, portanto, têm que receber contratação temporária.




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