Os 197 anos da Igreja Matriz São Domingos

Quando a conheci, ela já era bem velhinha. Subindo da rua Júlio de Castilhos era preciso vencer as várias escadas, degraus e mais degraus até a sua porta principal.... Suas paredes já eram brancas, sempre brancas, parecendo recém pintadas.

5 de novembro de 2021

Quando a conheci, ela já era bem velhinha.

Subindo da rua Júlio de Castilhos era preciso vencer as várias escadas, degraus e mais degraus até a sua porta principal.

Entrar na igrejinha era como visitar um museu, tudo era muito antigo (ou velho mesmo). Após subir as escadas, me deparava com aquelas grandes portas azuis (seriam mesmo azuis naquela época, acho que sim). Pelas marcas do tempo, ali já se notava a sua avançada idade.

Suas paredes já eram brancas, sempre brancas, parecendo recém pintadas.

O piso de ladrilho hidráulico parecia não ser o original, mas lhe cabia bem. Assim como seus lustres, que mesmo rústicos (e com aparência de antigo) não tinham a menor chance de serem originais, por que na época de sua construção nem lampião a querosene deveria ter, eram velas a forma de iluminação.

Quando criança, tinha muito medo de entrar naquela salinha ali logo na entrada, à esquerda. A figura de Jesus morto me afastava do lugar, era assustador, principalmente para uma criança. Isso que eu nem sabia que o padre Lomônaco estava ali enterrado.

De tudo, o que mais me chamava a atenção era a escada em caracol que levava ao mezanino. Um rodopio e… já se estava lá em cima admirando a “grandeza” da pequena capela.

Não sei como, acho que por estudar no colégio de freiras (CESD), eu fui coroinha (assim como vários amigos na época). E, claro, participava das missas tanto na igreja Santa Luzia como na matriz, São Domingos.

As tarefas de um coroinha, na época, era auxiliar o padre na missa, desde a preparação dos utensílios até tocar o sino chamando os fiéis. Não me lembro quanto tempo fiz esse papel, foi por pouco tempo. Mas foi esse papel, de coroinha, que me deu acesso a todos os cantos da igreja. Apesar de maltratada, a velha igreja ainda tinha um pouco da história da cidade em cada espaço, em cada janela, em cada porta, em cada imagem. Não sabia disso na época, hoje eu sei. Não havia muita informação, ou pelo menos não havia a difusão da informação, sobre a rica história da igreja, pois se existisse, certamente, grande parte dessa história estaria hoje preservada.

Por isso, infelizmente, muitas dessas histórias da coexistência da igreja e dos torrenses,  ficarão guardadas  somente entre suas paredes, ainda brancas, sempre brancas e serenas como sempre estiveram!

Igreja Matriz São Domingos, feliz aniversário!

25/10/1824 – 197 anos




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