TURISMO ‘INSTAGRAMÁVEL’

Quem ainda não parou para fazer “aquela” foto instagramável? Tudo certo, se isso não se tornar o “fim” (o objetivo), e ser somente parte da atividade, do passeio, da viagem, da diversão, enfim, do que você estiver fazendo.

25 de dezembro de 2023

Quem ainda não parou para fazer “aquela” foto instagramável?

Tudo certo, se isso não se tornar o “fim” (o objetivo), e ser somente parte da atividade, do passeio, da viagem, da diversão, enfim, do que você estiver fazendo.

Tem gente que antes de comer um belo prato de comida (no restaurante, no pub, na lanchonete, ou mesmo em casa) faz mais de meia dúzia de fotos e caretas com a comida (e posta, é claro, e também come fria).

Locais instagramáveis perfeitos para fotos existem aos montes no mundo inteiro. Aqui na aldeia, o criador deixou prontos vários locais para fazer aquela foto perfeita. Além disso, o homem (e a mulher) facilitou a vida dos aficionados pelas belas fotos (instagramáveis) criando outros tantos. Um exemplo, manjado em qualquer lugar do país e do mundo, são os letreiros (insuportáveis, por sinal). Aqui em Torres, como se não existissem lugares já instagramáveis, criaram alguns exemplares, sendo o mais destacado na beira mar da Prainha. Esse problema dos letreiros influenciou tanto o turismo da cidade de Amsterdam, que eles resolveram retirá-los pois estava mais atrapalhando do que ajudando o turismo na cidade.

Ao contrário deste exemplo, locais desconhecidos ou com pouca frequência de turistas, utilizam essa tendência para se beneficiar. Esses locais criam sítios para as selfies, hotéis mudam e adaptam suas rotinas para ficarem mais instagramáveis para seus usuários. Eles fazem com que qualquer lugar seja visualmente impactante e sirva de propaganda para atrair mais visitantes.

Isso fez com que surgissem os exploradores de lugares instagramáveis, que são pessoas (influencers) que alavancam essas ações, lotando lugares pouco conhecidos ou pouco populares.

O problema é que alguns lugares, aparentemente remotos nas fotos, escondem filas imensas, transformando o passeio em uma tortura de horas para uma foto de segundos. Outro problema é que muitas dessas selfies são em lugares ou situações perigosas, fazendo com que um passeio supostamente tranquilo, se transforme em uma aventura perigosa e, muitas vezes, até mortal. Segundo estatísticas, as selfies são cinco vezes mais mortais que ataques de tubarões!

O lazer e descanso se transformaram em uma verdadeira concorrência para o melhor destino, e que, muitas vezes, são falsas representações da realidade. Infelizmente, os turistas (visitantes) se preocupam tanto com a melhor posição para fazer a fotografia (e a maior quantidade delas) que não vivem o momento. Saem do local com uma sensação de vazio, levando consigo apenas uma lembrança superficial do que foi vivido, fruto dessa busca excessiva por validação e aprovação presente nos dias atuais.

 

 

 




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