Na última semana, a prefeitura de Torres cortou várias árvores que estavam localizadas na primeira quadra da Avenida do Riacho, entre a Lagoa do Violão e a Avenida José Bonifácio. 10 eucaliptos foram cortados quase totalmente. O corte mata definitivamente as plantas, mas deixa um legado obscuro: ficam os troncos de árvores como se fossem postes, enquanto os galhos e folhas se foram.
A atitude gerou debates nas redes sociais. Muitas pessoas lamentavam a falta de espírito de preservação a natureza e dos benefícios da beleza e da sombra gerados por uma árvore adulta. Mas a maioria das pessoas questionavam os “critérios” dos legisladores, já que em outras ocasiões têm pessoas que são até criminalizadas por cortarem árvores sem licença das autoridades, mesmo que este corte seja dentro de suas propriedades. Sintetizando, o corte de várias da Avenida do Riacho sem aviso prévio, como se fosse algo banal, deu ‘pano pra manga’ do debate.
Eucaliptos estavam causando risco aos feirantes
Conforme resposta da prefeitura municipal de Torres, resposta requerida por A FOLHA na quarta-feira passada (dia 7), os cortes foram solicitados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e Pesca de Torres, por conta da reclamação dos feirantes que ali se estabelecem, em feiras realizadas duas vezes por semana naquela quadra da Avenida do Riacho. Tratava-se de 10 eucaliptos onde suas raízes estariam ameaçando a segurança da laje construída sobre o valão para que seja realizada a tradicional Feira do Produtor no espaço urbano.
Conforme a mesma nota da prefeitura, foi dado licenciamento ambiental para que fosse feita a supressão das árvores por conta do risco que elas estariam causando. De acordo com o Alvará Florestal nº 83/17, emitido pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Torres, a Licença Ambiental permite a supressão total das árvores. No entanto, os troncos serão mantidos temporariamente como suporte para a instalação das tendas da Feira (as barracas são amarradas nos troncos). Isto até que sejam implantadas estruturas adequadas, dentro de um projeto de revitalização da atividade feirante, já criado pela Prefeitura, e que aguarda a liberação de recursos federais para execução.
A nota da prefeitura indica que o motivo de risco iminente é motivo para a poda de árvores, provavelmente o motivo do acontecimento polêmico. Ou seja, a sombra e a beleza do verde das árvores podem ser suprimidas desde que seja provado risco da existência das unidades para a população ou para atividades comerciais licenciadas.
