Dia do Trabalhador: Uma história entre derrotas e conquistas

Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador. É a data comemorativa onde são as lembradas as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. As origens da data remetem ao final do século 19, época onde o empregado era explorado indiscriminadamente pelos patrões, e os direitos trabalhistas não eram mais do que sonhos.

Lunch atop a Skyscraper, 1932 durante a construção do Rockefeller Center, em Manhattan, Nova York, Estados Unidos
1 de maio de 2018

Século 19 –  luta do trabalhador: explorado, sem direitos e massacrado

 

O contexto no final do século 19 era de revolta mundial por parte dos trabalhadores: Indústrias da Europa e dos Estados Unidos pagavam baixos salários e provocavam a deterioração da saúde física e mental dos trabalhadores, com jornadas de trabalho que chegavam a 17 horas diárias. Era uma escravidão camuflada por um salário de miséria. Não havia férias, descanso semanal ou aposentadoria.

No 1º de maio de 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade de Chicago. A greve paralisou os Estados Unidos. Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho, a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias), a falta de direitos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. Esses confrontos se intensificaram, e a polícia tratou de neutralizar a situação por meio da velha violência, matando 6 e ferindo outros 50 manifestantes. Centenas foram presos

A matança, ao invés de assustar os manifestantes, os deixou ainda mais indignados. E no dia seguinte (4 de maio) uma nova manifestação foi organizada como protesto pelas mortes. E a policia também apareceu novamente. De repente, o lançamento de uma bomba, de paradeiro desconhecido, para o meio dos policiais (que começavam a dispersar os manifestantes), matou sete agentes. Então a confusão virou massacre, A polícia imediatamente abriu fogo contra os manifestantes, ferindo dezenas e matando onze.

Os oito organizadores da manifestação, militantes anarquistas, foram presos e incriminados pelo acontecimento, mesmo na ausência de evidências que os conectassem com o lançamento da bomba. Uma grande campanha foi organizada para salvar os mártires de Chicago. Mas mesmo sem evidências, quatro deles foram executados na forca, um cometeu suicídio (antes do enforcamento), e os três remanescentes receberam sentenças de prisão. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Ilustração da Revolta de Haymarket de 1886

O legado de Haymarket

 

Apesar da aparente derrota dos trabalhadores na luta pelos seus direitos em Chicago, o espírito revolucionário daquelas manifestações (inspirado ainda pelos mártires injustamente mortos) se espalhou pelo mundo. Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista (reunida em Paris) decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.

Em 1 de Maio de 1891, mais uma chacina policial. Uma manifestação no norte de França é brutalmente dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como uma data de luta dos trabalhadores. Mas  ainda assim, foi apenas em 23 de abril de 1919 que o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas, e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.

Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.

 

 


Publicado em: Cultura






Veja Também





Links Patrocinados