Dois grupos de empreendedores competem para implantar o Porto em Arroio do Sal

Prefeito e vice da cidade - que estão pessoalmente ligados ao processo - participaram de entrevista na Rádio Maristela nesta terça (13). Cidades do entorno também deverão se articular para buscar usufruir dos impactos econômicos do empreendimento

14 de julho de 2021

Nesta terça-feira, dia 13 de julho, o prefeito de Arroio do Sal Flávio Angst, o Bolão (MDB), junto com o seu vice José Diogo Pereira, o Zeca (PP) estiveram participando de uma entrevista na rádio Maristela, em Torres. Dentre alguns assuntos tratados, a questão dos avanços da implementação em Arroio do Sal do Terminal Portuário do Litoral Norte foi tema principal da entrevista.

Inicialmente o prefeito Bolão mais uma vez disse que o processo está sendo formalizado nas estâncias do Governo Federal – através do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília. E que a pandemia acabou atrasando todos os movimentos, tanto dos empreendedores quanto o das autoridades – embora atualmente os trâmites estejam acontecendo.

 

Ideia iniciou com prospecção do ex-prefeito Carrion

 

Na introdução ao assunto, o vice-prefeito Zeca falou sobre a importância do tema “porto” no Litoral do RS, lembrando que o movimento neste sentido vem desde a ideia do ex-prefeito de Passo Fundo, Fernando Carrion, e do senador Luiz Carlos Heinze (à época deputado) em 2018.  Zeca também fez uma abordagem histórica da questão “Porto Marítimo” na região, se referindo a eventos de quase 200 anos de estudos sobre a possibilidade – movimento que no passado teria sido sondado pelo ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas (com ideias de um porto na Guarita), mas que foi abandonado em meio a declaração da 2ª Guerra Mundial contra a Alemanha no século passado.

Zeca também contextualizou a situação do estado do Rio Grande do Sul na questão de Portos disponíveis para movimentação de mercadorias, citando o fato do estado de Santa Catarina ter metade do tamanho do litoral do estado do RS, mas ter seis portos disponíveis, enquanto o RS tem somente um porto (em Rio Grande).  Referiu-se ao perfil do Porto de Rio Grande – citando que este exigiu investimentos em dragagem que chegaram a R$ 400 milhões (vindos do governo federal) em 2020 somente para realizar este serviço por lá – o que não seria necessário no porto do nosso Litoral Norte.  “É como juntar a fome com a vontade de comer”, afirmou Zeca, ao se referir a um encontro produtivo que teve em Brasília na semana passada quando o grupo de empreendedores liderados pelo senador Luiz Carlos Heinze (também de seu PP) mostrou fortes avanços para encaminhar sua licença junto à Antaq.

 

Prefeito Bolão lembra que ainda existem duas alternativas para o Porto

 

Ao ser perguntado sobre o local que será instalado o porto marítimo em Arroio do Sal, o prefeito Bolão reafirmou que ainda existem dois projetos que competem entre si para, somente um deles, protagonizar a instalação do terminal portuário.  Um dos grupos que está prospectando a licença já possui área reservada no Balneário Rondinha; outro já possui espaço reservado mais ao norte, na localidade do Balneário Arroio Seco.  Bolão, no entanto, disse que esta espécie de concorrência para a região só serve para dar mais garantias de que o terminal portuário será instalado, independente do grupo econômico que conseguir vencer esta espécie de ‘corrida’ para obter as licenças do governo federal, o que deverá qualificar mais ainda o projeto, justamente pela concorrência.  Bolão se referiu inclusive ao fato de técnicos públicos e privados já estarem utilizando a instalação do porto aqui no litoral em projeções de crescimento econômico do Brasil e do RS em estudos de tendências – como prova de haver certeza da instalação portuária aqui no Litoral gaúcho.

 

Cidade e região já se preparam

 

O prefeito Bolão também se referiu à preparação do setor público de Arroio do Sal para se adaptar aos impactos – econômicos, urbanos e sociais –  que a implementação da implantação do porto exige, tanto para a cidade quanto para os municípios vizinhos.  Ele informou que já existe inclusive reunião marcada da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), onde a pauta terá somente este tema, para que o grupo de trabalho de técnicos e políticos dos municípios do entorno o de Arroio do Sal já possam avaliar os impactos da chegada do porto, para que este seja colocado em seus planejamentos estratégicos, principalmente no que concerne a formatação dos Planos Diretores das cidades vizinhas (como o caso de Torres, que ainda aguarda novo documento atualizado), que poderão projetar áreas para que empresas e atividades ligadas a um Terminal Marítimo Comercial sejam instaladas, podendo estes prefeitos oferecer incentivos fiscais e outras caracterizações em seus projetos e planos de captação destas novas empresas,

Inclusive, sobre esta preparação, o vice-prefeito Zeca comemorou que a questão no saneamento básico de Arroio do Sal já estaria bem encaminhada, o que abre espaço para que o Plano Diretor do município possa ser adaptado à nova realidade. Ele lembrou que o porto irá movimentar muita gente em um espaço muito curto (quando da construção em si). Mas que depois o terminal irá iniciar a causar impactos progressistas regionais, oportunidades para todos os municípios da região.

O mesmo vice-prefeito exemplificou, lembrando que o Aeroporto Regional localizado em Torres será cada vez mais útil com a chegada do porto. Mas lembrou que o projeto apresentado pelo Senador Heinze prevê também a construção de uma estrada de ferro para atender a logística do terminal marítimo portuário, quando projetou a forte tendência de haver obras ligadas a isto na cidade de Três Cachoeiras.

O prefeito Bolão se referiu a previsão de impactos da implantação do porto em todas as áreas da prefeitura de Arroio do Sal – inclusive áreas que tratam de questões sociais, como Saúde, Educação, Ação Social, dentre outras – porque as várias visitas feitas por uma comitiva da cidade à portos em outros municípios ensinaram que os aumentos da população e das demandas sociais também são forte, quando da construção de um porto marítimo desta envergadura. Tudo issoe exige planejamento também nas áreas que não são diretamente ligadas ao projeto –  como Obras, Turismo e Meio Ambiente.

 

*Com informações de Rádio Maristela


Publicado em: Geral






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