Em meio a pandemia, pedidos de seguro-desemprego caíram em Torres nos últimos meses

Entretanto, requisições de pedido-desemprego online dispararam a partir de abril. Já Bolsa Família teve aumento de quase 20% em Torres - na comparação com mesmo período de 2019

Auxílio emergencial do governo pode ter sido uma das razões para diminuição de pedidos de seguro-desemprego
19 de outubro de 2020

Pela segunda vez neste ano, o jornal A FOLHA levantou junto à Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) do RS os dados oficiais que sinalizam o desemprego na região do Litoral Norte. E os indicadores numéricos sinalizam que, em meio a pandemia do Novo Coronavírus e as políticas públicas financeiras para o combate à Covid-19 (como o auxílio emergencial) acabaram diminuindo  as requisições por seguro-desemprego – pelo menos nas agências presenciais.

Em Torres, por exemplo, o número de pedidos de seguro-desemprego registrado pela FGTAS no mês de agosto de 2020 (presencial + online) caiu praticamente pela metade em comparação com o mês de agosto de 2019, tendo diminuído ainda mais no comparativo entre os meses de julho de 2019 e 2020. A partir de análise da tabela abaixo dá para se deduzir que o fenômeno se repetiu durante todo o período da pandemia, mês a mês, em todas as cidades onde o FGTAS possui agência na região (tabela).

 

REQUERENTES SEGURO DESEMPREGO  Agências FGTAS/Sine – 2019
 
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
Município                
Torres 278 193 299 353 259 253 287 216
Tramandaí 261 235 307 348 337 304 384 304
Capão Canoa 346 223 380 419 384 367 315 332
Sto. Ant. Patrulha 182 185 266 330 372 282 306 327
Osório 180 200 301 330 363 298 323 329
Imbé 24 0 39 42 47 56 9 19
               
REQUERENTES SEGURO DESEMPREGO  Agências FGTAS/Sine – 2020
 
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
Município                
Torres 253 201 217 7 257 221 107 124
Tramandaí 238 195 178 20 259 171 154 113
Capão Canoa 301 266 210 130 405 257 107 114
Sto. Ant. Patrulha 193 134 160 69 481 164 78 116
Osório 216 195 156 30 219 170 134 94
Imbé 24 0 39 42 47 56 9 19
               

Pode ser que – em meio a realidade da pandemia – tenha sido mais vantajoso para os desempregados optarem pelo Auxílio Emergencial do Governo ao invés de optarem pelo Seguro Desemprego. Em muitos casos, empresas grandes também se inscreveram nos programas do Governo Federal que pagaram (e ainda pagam em alguns casos), parte dos salários de empregados que foram mantidos com a carteira assinada – sem demissão – mesmo com as atividades interrompidas (parcial ou totalmente). Estas sãs hipóteses que podem ser trabalhadas pelas autoridades para contextualizar algumas mudanças na situação econômico-social deste ano de 2020 no Litoral Norte.

Outra informação interessante repassada pelo Sine/Fgtas é relativa ao número de pedidos de seguro-desemprego requeridos pelos meios online. Com muitos estabelecimentos comerciais e instituições fechados em abril, por conta da pandemia, os índices dos pedidos de seguro desemprego na web – que antes eram praticamente inexistentes, conforme o próprio Fgtas – tiveram um salto muito expressivo em Torres e várias cidades do litoral a partir de abril, como pode-se conferir pela tabela a seguir:

 

REQUERENTES SEGURO DESEMPREGO  WEB – 2020
 
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
Município                
Torres 2 6 20 151 115 28 46 31
Tramandaí 1 0 0 1 2 3 3 8
Capão Canoa 7 7 56 220 108 64 71 54
Sto. Ant. Patrulha 1 1 12 136 401 186 51 53
Osório 6 5 54 220 167 84 45 52
Imbé 2 2 6 68 37 17 16 14
Arroio Sal 0 0 7 29 17 7 8 13
Três Cachoeiras 2 1 7 46 45 15 9 25

 

Microempreendedores beneficiados pelo auxílio emergencial

 

A região do Litoral Norte do RS (principalmente as cidades litorâneas como Torres)  se caracterizam por terem muitos microempreendedores individuais que trabalham na prestação de serviços de vendas ambulantes, artesanato, turismo, dentre outras. Estes se enquadraram totalmente no contexto para recebimento do Auxílio Emergencial, mesmo que suas atividades (sendo sazonais) não tenham sido necessariamente interrompidas pela pandemia do Coronavírus, pois seriam interrompidas em qualquer outra situação. E isto pode ser, também, outro fator macroeconômico para diagnosticar esta queda dos pedidos de seguro desemprego.

 

Sobe e desce do Bolsa Família em Torres

 

A FOLHA também perguntou para a Secretaria de Ação Social e Trabalho de Torres sobre as estatísticas dos pedidos de cadastro no programa federal Bolsa Família nos anos de 2019 e 2020. É que o programa é pago pelo governo federal, mas o cadastramento é feito nos municípios, para que o processo seja mais real e com menos possibilidade de fraudes.

Conforme informações recebidas pela secretaria municipal na sexta-feira, dia 9 de outubro, em 2020 a cidade de Torres estava com 988 famílias cadastradas no programa federal, quando na mesma época de 2019 eram 835: ou seja, um aumento de quase 20% em um ano.

A secretaria de Torres, no entanto, informa que o aumento aconteceu porque o cadastro gerou uma lista de espera grande em todo o Brasil.  No ano de 2018 (dois anos atrás), a cidade de Torres tinha MAIS famílias cadastradas do que no ano de 2019.  Em 2018 tinham 897, contra os 835 de 2019.

 

Famílias cadastradas no Programa Bolsa Família em Torres (FONTE: Sec. Ação Social de Torres)

2018 897 famílias
2019 835 famílias
2020 988 famílias

 

 

 

 


Publicado em: Economia






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