EMPRESÁRIOS DE TORRES USAM ARTICULAÇÃO PARA ENFRENTAR INTERRUPÇÕES COMPULSÓRIAS

Dar Férias e implantar banco de horas foram as primeiras atitudes do empresariado para evitar demissões em massa

4 de abril de 2020

Faz duas semanas que a pandemia do Coronavírus no mundo fez com que se iniciasse o Isolamento social nas cidades, incluindo o Litoral Norte e Torres. Inicialmente, decretos municipais foram implantados.   Mas aos poucos os mesmos foram se alinhando aos decretos vindos do governo federal e aos decretos oriundos do governo gaúcho.

Uma das medidas impostas em Torres foi o fechamento da maioria das atividades produtivas de forma horizontal. E A FOLHA foi averiguar junto às entidades ligadas aos empresários para verificar quais são os reflexos iniciais da parada dentro da sociedade de Torres.

Conversamos com o empresário Eraclides Maggi, presidente do Fórum Empresarial, que reúne a maioria dos setores produtivos privados da cidade de Torres. E a resposta foi a de que em geral os empreendedores locais obedeceram ao direcionamento institucional do Estado de Calamidade federal, estadual e municipal, se mostrando, portanto, conservadores. Uma carreata pontual foi feita por iniciativa de alguns empresários e políticos, mas parece que a maioria da categoria preferiu se manter continente às sugestões das autoridades.

Dividir os ônus incluindo donos de imóveis

O comércio trabalha com a hipótese de que haverá muitas dificuldades pela frente. Muitos irão pedir junto aos proprietários dos imóveis alugados onde operam suas lojas para que eles também participem dando perdão ou desconto dos alugueis, uma forma de amenizar o baque dos comerciantes,  incluindo todos “os que empreendem” no ônus da  parada obrigatória. Os comerciantes também estão pedindo prorrogação de pagamento aos fornecedores de mercadorias. Eles alegam que também têm clientes que não estão pagando.  Mas vão manter contratos em geral.

A redução de funcionários deve haver. Mas os empresários do comércio  projetem que primeiro irão  aportar recursos das medidas de apoio dos governos para suas atividades,  antes de tomar as decisões mais definitivas sobre diminuições de custos. Conforme projetam os líderes empresariais, talvez os pequenos acabem tendo de trabalhar somente através dos proprietários para reiniciar suas atividades, por não conseguirem pagar mais funcionários em suas atividades.

Locomotiva que para e retoma aos poucos

Na Construção Civil, os empreendedores do setor deverão inicialmente procurar não dispensar ninguém do trabalho. É claro que, aos poucos, as construtoras deverão avaliar e mensurar qual é a velocidade da “roda” do mercado. E se necessário irão também se adaptar a esta roda, inclusive diminuindo as atividades. “É como uma locomotiva que para totalmente e retoma aos poucos encarando todos os reflexos e incluindo todos que estão dentro dos vagões”, afirma Eraclides Maggi sobre o setor.

O Fórum Empresarial no qual Maggi é presidente está participando de um comitê de decisão  junto com a Prefeitura de Torres. E os encontros dão conta que na semana que vem (início dia 6/4) a Construção Civil e lojas correlatas devem retomar as atividades junto com a indústria, dentro de uma nova determinação local.

Férias e depois parceria entre empregado e empregador 

Sobre as medidas para evitar o desemprego maciço, os empresários de Torres em geral estão concedendo férias ou apelando para bancos de horas,  no sentido de manter os empregos ao máximo. Trata-se de uma forma de incluir todos do sistema produtivo no processo. “Assim como os donos de imóveis devem reconsiderar a cobrança de  um ou dois alugueis, os funcionários devem entender que em alguns casos pode haver até suspensão de contratos de forma temporária, para o mesmos  empregado talvez uma coisa melhor do que a demissão”, explica Eraclides. Trata-se de uma forma de tentar incluir todos nos reflexos da  parada compulsória causada pela pandemia, para que ninguém seja mais ou menos prejudicado pelas medidas impostas.

 Muita rigidez, mas com obediência 

A Associação da Indústria Moveleira de Torres diz estar otimista. Acha que as empresas não irão precisar demitir pessoas para enfrentar a crise.  Eles voltam a trabalhar normalmente no dia 6 de abril embora não abram as lojas de vendas das fabricas, respeitando os decretos restritivos ao comércio.

Os Industriais moveleiros torrenses estão otimistas principalmente pelo fato da atividade da Construção Civil estar sendo liberada, também, atividade esta que é a grande compradora das fábricas de móveis planejados na cidade de Torres.

 


Publicado em: Economia






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