Está sendo realizado o curso de condutores de visitantes para o Parque Estadual de Itapeva

Jovens indígenas que vivem na aldeia do Campo Bonito foram convidados para serem condutores. Trata-se do primeiro esforço concreto de implantação do Plano de Uso Público dessa área protegida, finalizado em 2018 pelo Instituto Curicaca - processo que teve a Secretaria do Meio Ambiente como beneficiária.

7 de outubro de 2019

No último final de semana de maio, o Instituto Curicaca deu início ao curso de condutores de visitantes para o Parque Estadual de Itapeva, em Torres. Voltado para a comunidade local, priorizando os jovens e buscando igualdade de gênero, a iniciativa pretende ser um passo para criar oportunidade de geração concreta de benefícios sociais e econômico aos torrenses a partir da Unidade de Conservação.

No primeiro encontro, os participantes foram apresentados às estratégias que permeiam o curso, aos conteúdos e partiram para os aprendizados teórico-práticos. A equipe do Instituto Curicaca será a responsável pela maior parte das atividades de formação, junto com alguns professores convidados. A qualificação se dará por meio de 4 encontros mensais, sempre incluindo o acesso aos conhecimentos, mas o grande desafio é a articulação de conteúdos dentro de uma facilitação sensibilizadora do diálogo entre o visitante e as riquezas biológicas e culturais da área.

O coordenador técnico da ONG, Alexandre Krob, iniciou os trabalhos com as dinâmicas de grupo e as articulações de conteúdo e práticas para alcançarmos uma formação que garanta aos visitantes um acesso qualificado ao Parque – conhecimentos, sensibilização crítica, bem estar e segurança. A arqueóloga Gislene Monticelli, uma das fundadoras da ONG, tratou do tema história, arqueologia e cultura e nos aproximou das populações sambaquianas que na pré-história estiveram ali. A geógrafa Mônica Wiggers trouxe os aspectos da geomorfologia, da paisagem e conectou em nosso imaginário o parque com a África e com o nosso Planalto Meridional. A bióloga Lais Gliesch, junto com as estagiárias de biologia Letícia Bolzan e Gabriela Arnoso, iniciaram o entendimento da sequencia de ambientes costeiros, que são exclusivamente protegidos no Parque, partindo do mar em direção as dunas interiores pleistocênicas.

“Trata-se do primeiro esforço concreto de implantação do Plano de Uso Público dessa área protegida, finalizado em 2018 pelo Instituto Curicaca por meio de uma contratação viabilizada e acompanhada pelo Ministério Público Estadual que teve a Secretaria do Meio Ambiente como beneficiário. A iniciativa do curso é apoiada pela Fundação SOS Mata Atlântica e tem o Instituto de Biociências/UFRGS como parceiro”, ressalta o Instituto Curicaca (em sua página no Facebook).

 

Indígenas da aldeia guarani MBYÁ Nhu Porá serão condutores

 

O Instituto Curicaca convidou jovens indígenas que vivem na aldeia do Campo Bonito para serem condutores. A troca entre guaranis e juruás (não indígenas na língua guarani) é um grande diferencial do curso e uma oportunidade que deixou todos os participantes muito felizes. Além de permitir que os indígenas possam futuramente conduzir dentro do parque dando ênfase para seus conhecimentos, modo de vida e cosmovisão, é um passo concreto na cooperação que se formou entre o Instituto Curicaca e a aldeia para implantação de uma trilha indígena e organização de visitação turística naquele território. “Foi ótimo trocar conhecimentos e até aprender algumas palavras na língua guarani. Vai dar jogo! Agradecimento especial aos conhecimento compartilhados pelo gurany Oswaldo e pelo arqueólogo Rafael Frizo”, ressalta a assessoria do instituto Curicaca.


Publicado em: Turismo






Veja Também





Links Patrocinados