Nesta segunda-feira, dia 26 de agosto, representantes de comunidades do Litoral Norte gaúcho, interessadas em receber o Terminal Portuário Marítimo Comercial, receberam a visita de uma comitiva de autoridades envolvidas na implantação (ainda em estudo) do porto na região. Liderada pelo Senador Luiz Carlos Heinze, acompanhado do mentor do projeto, Engenheiro Carrion, bem como representantes da Serra gaúcha, os agora gestores do projeto foram recebidos em Torres, no final da manhã, em evento promovido pelo chamado Fórum Empresarial e apoiado pela Prefeitura de Torres. Já no início da tarde, estiveram em Arroio do Sal num evento promovido também pelo poder público e empresarial local. C
Conforme a comitiva, o projeto do terminal portuário a ser instalado na região vem andando bem nos últimos meses. E após estudos técnicos e econômicos, já há um lugar ideal para o empreendimento ser instalado. Isto não garante em 100% que o litoral Norte gaúcho terá um porto. E isto não garante, muito menos, que o processo será rápido. Mas se tudo der certo, talvez daqui a 12 meses uma reunião possa ser realizada para formalizar a chamada “Licença Prévia” de Implantação, a primeira das várias licenças necessárias para a construção de um terminal portuário em qualquer lugar do Brasil. É que os estudos projetam valores que vão de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões em investimentos para que seja construído o porto, e há consenso de que o perfil deste tipo de investidor é interacional. Embora já existam interesses informais da iniciativa privada, somente com mais estudos de pesquisa operacional o projeto poderá ser efetivamente ‘comprado’ por investidores, pois não existe recurso público disponível para este terminal portuário previsto.
Praia Jardim Oliva é o lugar mais viável (e já está previamente escolhido)
Apesar dos esforços por parte da prefeitura de Torres, Arroio do Sal foi a cidade escolhida para ser a provável sede do novo porto previsto para o Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A definição saiu por conta da distância da margem de praia ao ponto de calado necessário (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação) ao fundo do mar. Na localidade prevista em Arroio do Sal, essa distância é 25% menor do que seria em localidade também estudada em Torres (em balneário no sul do município). E isto por si só já barateia muito aquela obra que seria a mais onerosa, no caso a da construção da ligação entre a praia e o local de manobra dos navios. Além disso, o fato das praias do sul de Torres serem áreas mais protegida nos aspectos de conservação de patrimônio Histórico, pela presença dos chamados “Sambaquis” (indícios de populações indígenas ancestrais que lá viveram) também dificultaram a vinda do porto para Torres. Os gestores responsáveis pelo projeto também apontaram que a aceitabilidade da população de Arroio do Sal para receber o porto – acima da registrada pela população de Torres – também colaboraram.
Conforme estudo técnico realizado pela Marinha do Brasil , duas áreas são indicadas em Arroio do Sal, enquadradas aos parâmetros técnicos necessários para a instalação do Porto. Como informou o prefeito em exercício de Arroio do Sal, Adilson Vargas (o prefeito Bolão está de férias), a primeira alternativa seria entre a praia de Rondinha e a área central da cidade, no balneário chamado Jardim Oliva. A outra seria próximo ao balneário de Arroio Seco, mais perto de Torres. Mas a alternativa do Jardim Oliva considerada tecnicamente mais viável.
Impacto Político negativo em Torres e positivo em Arroio do Sal
Na reunião de Torres – realizada nesta segunda-feira, dia 26, no restaurante Régis, – ficou clara a decepção da maioria do segmento empresarial presente. Muitos torrenses, vereadores e empreendedores locais ainda tentavam ver uma forma de buscar de volta para o seu município o empreendimento. Mas ficou difícil… O Senador Heinze deixou claro a luta inconteste do prefeito de Torres, Carlos Souza para viabilizar as alternativas locais, deixando claro que o motivo não foi por falta de interesse.
Já em Arroio do Sal o ambiente era de casa cheia. O salão de eventos da Sociedade dos Amigos de Arroio do Sal (Saas) ficou lotado para receber a comitiva. E aplausos às manifestações do grupo eram dados, um a um. Lá o prefeito de Torres também participou da mesa principal, recebido pelo representante da cidade, o vice Adilson Vargas. E já iniciou uma relação de boa vizinhança com o município vizinho, ao brincar que para ele o Porto ainda iria sair em Torres, mas porque Arroio do Sal era parte de Torres num passado recente. E também foi aplaudido.
No final de sua explanação, o Senador Heinze pediu que os poderes executivos e Legislativos de Torres e de Arroio do Sal trabalhem juntos para ajudar a viabilizar o porto, bem como para buscar o que de melhor o empreendimento irá trazer para ambas as cidades.
Bolognesi Construtora vai investir R$ 20 milhões adiantados
A empresa gaúcha de engenharia Bolognesi já investiu mais de R$ 10 milhões nos estudos demandados até agora, e deve investir mais R$ 10 milhões antes de o projeto ser considerado viável ou não para os investidores. E pode perder este valor caso não venha a sair a implantação do Terminal Portuário Marítimo Comercial no Litoral Norte do RS. Mas os estudos preliminares indicam que existe muita chance de o porto vir a ser implantado, com início daqui a um ano na melhor das hipóteses.
Só para se ter uma ideia, somente para fazer a ponte que liga a praia ao fundo do mar onde será colocado o terminal marítimo em si, serão necessários dois a três morros de pedras (cascalhos) inteiros cavados aqui na região.
*Editado por Guile Rocha