Fotógrafo torrense tem foto de cometa publicada pela NASA como ‘Imagem Astronômica do Dia’

O astrofotógrafo Gabriel Zaparolli fez algumas fotos do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) – e uma delas foi divulgada pela NASA

Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) fotografado em 30 de setembro de 2024 antes do amanhecer em Praia Grande, Santa Catarina, com a Lua minguante pouco acima do horizonte leste. Crédito: Gabriel Zaparolli
4 de outubro de 2024

O cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) – visível nos céus do Hemisfério Sul desde 15 de setembro – ficará alguns dias “sumido”, até ressurgir (talvez ainda mais luminoso) na próxima semana, após mergulhar no brilho do Sol entre o sábado (5) e a quarta-feira (10).

Aproveitando os últimos dias dessa primeira fase de visibilidade do objeto celeste, o “caçador de tempestades” e astrofotógrafo Gabriel Zaparolli, de Torres, município do Rio Grande do Sul, fez alguns registros impressionantes do cometa – e um deles foi escolhido pela NASA como Imagem Astronômica do Dia (APOD) nesta sexta-feira (4)

Em entrevista ao Olhar Digital, o astrofotógrafo torrense relatou que a captura foi feita durante uma sessão de astrofotografia no Morro dos Cabritos, na região de Praia Grande (Santa Catarina), pouco antes das 5h da manhã (horário de Brasília) da última segunda-feira (30).

“Utilizei uma Sony A7s2 com uma lente de 50mm F/1.8 e programei para ela tirar 15 fotos de 3.2s, F/4.0 e ISO 5000 E”, explicou Zaparolli. “Depois, trabalhei nessas imagens para tirar o excesso de ruído e dar um tom mais suave, e aí foi utilizada a técnica de astrofotografia de stacking”.

De acordo com Zaparolli, o termo, que significa “empilhamento”, se resume basicamente em reunir múltiplas imagens para criar uma única, com menos ruídos e mais detalhes.

 

 

Ter uma imagem escolhida pela NASA “é um peso”, diz fotógrafo

Captura de tela do site da Imagem Astronômica do Dia (APOD), da NASA, mostra uma foto do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) feita pelo brasileiro Gabriel Zaparolli. Crédito: Captura de Tela/APOD/NASA

 

Zaparolli conta como foram os preparativos para a captura da imagem. Segundo ele, tudo começou no dia 15 de setembro, exatamente o primeiro dia de visibilidade do cometa. No entanto, as primeiras tentativas foram frustrantes, devido à presença de nevoeiro na região.

Foi necessário persistência. “Após cerca de 12 dias de chuva, tempestades, fumaça atrapalhando a visualização e várias noites sem dormir direito tentando fazer alguma observação, nos dias 28, 29 e 30 de setembro abriu uma janela incrível para observação do cometa após a passagem de uma frente fria levando a fumaça e chuva para o Sudeste e o Centro-oeste do Brasil”, relatou o gaúcho.

Isso favoreceu uma visão limpa e uma vista incrível do cometa a olho nu. “Eu o meu amigo e parceiro de caça ao cometa Gustavo Selau aproveitamos muito os dias de céu aberto para colocar as capturas do cometa em dia e vê-lo todos os dias a olho nu”.

 


Publicado em: Meio Ambiente






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