A Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra) – mantenedora da Universidade Luterana do Brasil -vendeu a administração da Rede Ulbra de Educação, sediada em Canoas, no Rio Grande do Sul, para a Rede Evolua de Educação, grupo privado de São Paulo. O comunicado foi feito à imprensa e comunidade acadêmica na tarde de quinta-feira (10). Segundo o comunicado, as aulas nas unidades de educação (incluindo a unidade de Torres) seguem mantidas em todas as unidades gaúchas e fora do Estado.
Não foram divulgados valores da compra nem pela Aelbra nem pela Evolua, mas sabe-se que a nova administradora irá assumir as dívidas da Ulbra. Devendo mais de R$ 9 bilhões, entre tributos da União e demais credores, a ideia da Evolua é reduzir o valor desta dívida e, além disso, viabilizar investimentos futuros. As negociações começaram há dois anos e o entendimento é de que, sem a entrada dos investidores, a instituição iria à falência.
Recuperação judicial deverá ser retomada
No seu auge, em 2015, o Ministério da Educação apontou a Ulbra como a maior universidade do Rio Grande do Sul e a 18º no país. Na época, ela registrou um total de 37.213 alunos matriculados, com 24.978 na graduação presencial e 12.235 na modalidade de educação a distância.
Entretanto, problemas começaram para valer em 2019, quando a Aelbra entrou na justiça com um pedido de recuperação judicial para conseguir condições mais favoráveis de negociação das dívidas. A solicitação englobava dívidas financeiras, com fornecedores e trabalhadores – além do valor que entra no processo, há outros R$ 5,8 bilhões de dívidas tributárias. O pedido foi aprovado no ano passado pela Assembleia de Credores, mas foi paralisado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por causa de dívidas da Aelbra com a União.
A Rede Evolua deverá retomar o processo de recuperação judicial da Ulbra, que está suspenso desde fevereiro. “A chegada de um projeto robusto, com o aporte de recursos financeiros que possibilitam à instituição enfrentar a recuperação judicial e a dívida tributária, é uma boa notícia a todos e especialmente à comunidade educacional. Sem um investidor e com a suspensão da Recuperação Judicial, no início de fevereiro, o caminho mais provável seria a falência”, disse Marcos Ziemer, diretor executivo da Aelbra, em matéria do site Extraclasse.
“Vamos trabalhar para que a Ulbra seja reabilitada e para que volte ao topo da pirâmide das instituições educacionais brasileiras, onde já esteve e tem plenas condições de retornar. Temos absoluta confiança nisso ou não estaríamos assumindo esse compromisso”, afirmou para GZH Carlos Melke, que será novo presidente da Aelbra, na mesma nota. Bacharel em Direito e fundador da Rede Evolua, Melke atua em grupos educacionais há mais de dez anos.
A Rede Evolua atua na recuperação de escolas que estão com dificuldades financeiras. Com sede em São Paulo, onde administra três colégios, a empresa foi fundada em 2020, com foco na Educação Básica e no Ensino Superior.
*Com informações da GaúchaZH, Extraclasse e Baguete.com