Uma área no Morro do Farol, em Torres, cujos arredores já há tempos foram ocupados informalmente (sem licença urbana) para dar acesso a algumas casas localizadas no lado oeste do mesmo morro – (em caminho ao lado da extinta Escola Cenecista) – está sendo considerada como uma Estação Lítica, onde constam registros pré-históricos da região. Conforme diagnóstico do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Torres (COMPHAC), as pedras de basalto existentes no lugar são provas de que lá, indígenas antigos se reuniam para afiar e produzir seus instrumentos relacionados à caça, pesca, coleta e proteção.
Pelo diagnóstico do COMPHAC , está comprovado – a partir dos registros históricos locais – que esta atividade no Morro do Farol deve ser considerada como parte do patrimônio histórico, de acordo com os protocolos do setor. Os índios nativos se reuniam no entorno das pedras de basalto de lá para afiar seus instrumentos, e provavelmente também para se alimentar de frutas em árvores locais, em períodos históricos entre 4 e 7 mil anos atrás.
Em decorrência disto, o presidente do COMPHAC , Nelson Adams Filho, buscou proteção do local junto ao Ministério Público Estadual do RS, na comarca de Torres. E o promotor Marcio Carvalho prontamente oficiou o órgão superior – o Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico do Estado (IPHAE) – para que vistorie o local e se posicione sobre providências legais e culturais a serem tomadas.
A intenção do Conselho torrense é de proteger o espaço em questão no Morro do Farol para que haja planos de uso e manejo locais no sentido de proteger as pedras e seu entorno como um sítio histórico. E a seguir o lugar pode também ser utilizado turisticamente para roteiros de Turismo Histórico e Cultural.
Além disto, a constatação formal e o plano farão com que a sociedade como um todo receba mais informações sobre a história dos moradores pré-históricos do litoral sul brasileiro.
O que são as Estações Líticas?
As oficinas líticas, também chamadas de estações líticas ou brunidores, são vestígios deixados pelos indivíduos pré-históricos que se utilizavam do diabásio (rocha basáltica) e mais raramente do granito para afiarem e polirem seus instrumentos de pedra.
Com a adição de areia e água, o utensílio era atritado contra a superfície de uma rocha. Resultante deste processo formou-se na rocha suporte uma série de depressões que registraram esta atividade no decorrer dos milênios.