llha dos Lobos é reconhecida como o 1° Geossítio Marinho da América Latina

A vocação turística de Torres tem agora o seu talento ainda mais potencializado - com o reconhecimento do Geoparque Cânions do Sul pela ONU. Já o Geossítio da Ilha dos Lobos (foto) foi reconhecido como o 1°Geossítio Marinho da América Latina, o que acabou essencial na pontuação dada pela Unesco para a obtenção do título

Ilha dos Lobos (FOTO por VAGNER MACHADO)
29 de maio de 2022

A vocação turística de Torres tem agora o seu talento ainda mais potencializado – com o reconhecimento do Geoparque Cânions do Sul pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Geoparque Global. Já o Geossítio da Ilha dos Lobos foi reconhecido como o 1°Geossítio Marinho da América Latina, o que acabou essencial na pontuação dada pela Unesco para a obtenção do título. Fora isto, morros e paredões conferem a Torres uma paisagem única na costa gaúcha. O Parque da Guarita reúne grande parte dessas belezas. O conjunto de paredões de pedra forma um verdadeiro forte natural entre o Oceano Atlântico e o continente.

Para o oceonólogo e guia de turismo, Geraldo Medeiros Lima, Torres é mesmo privilegiada, já sendo integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – Patrimônio da Humanidade – agora integra o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul. “E tudo por conta de apresentar grande diversidades de sítios geológicos, abranger ecossistemas de especial destaque no cenário brasileiro, além de um rico patrimônio cultural. O Geossítio da Ilha dos Lobos é reconhecido como o 1°Geossítio Marinho da América Latina, o Geossítio da Itapeva apresenta sítios arqueológicos, oficinas líticas, ocorrências raras como os fulguritos que são raios petrificados, além de apresentar uma variedade de ecossistemas como os Cordões de Dunas, a Mata Paludosa, a Mata de Restinga e Comunidades Marinas de Costão Rochoso na Pedra da Itapeva. E o que dizer do Geossítio da Guarita, o cartão de apresentação de Torres [desta terra] para toda a Terra. A Pedra da Guarita é um Geomonumento de relevância internacional e palco da geocronologia histórica da nossa cidade, não atoa seguimos como a Rainha das Praias e Cidade Ambiental”, destaca Geraldo.

 

Ilha dos Lobos – geosítio de relevância nacional

 

Dentre os 30 geosítios mapeados no Geoparque Caminhos dos Cânios do Sul, o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ilha dos Lobos, Unidade de Conservação (UC) é um dos cinco classificados como um geosítio de relevância nacional. A afirmação é da analista ambiental e chefe da UC, Aline Kellermann, o Revis da llha dos Lobos, Unidade de Conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), O Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, situado pŕoximo à foz do Rio Mampituba, divisa entre os estados de RS e SC, protege ecossistemas emersos e submersos, abriga espécies residentes e migratórias da fauna e flora costeira marinha, bem como formações geológicas singulares, incluindo a ilha mais ao sul da costa brasileira, única formação natural, no Brasil, de agregação de lobos e leões marinhos.

É o único geosítio do Geoparque exclusivamente marinho onde as rochas vulcânicas da formação Serra Geral encontram o mar. Este encontro forma um verdadeiro refúgio para diversas espécies, incluindo os lobos e leões-marinhos, os quais tem no REVIS Ilha dos Lobos seu limite norte de distribuição no oceano atlântico sul ocidental, e outros mamíferos marinhos, como a baleia franca austral, a toninha e o boto nariz de garrafa. A Unidade de Conservação também abriga espécies de invertebrados, tartarugas marinhas, peixes e aves, como a tartaruga-verde, a garoupa, o piru-piru, os trintá-réis, que dependem da conectividade que a ilha estabelece com outros ambientes do entorno, tornando esse local singular na região sul do Brasil. Por todas estas características, o Revis Ilha dos Lobos tem um potencial de desenvolvimento de atividades controladas de turismo ecológico, pesquisa e educação ambiental.

 

Torres, o Geoparque Cânions do Sul e o turismo

 

A geóloga Maria Elisabeth da Rocha, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo, o Geoparque Mundial da UNESCO Caminhos dos Cânions do Sul é um território formado por três municípios do Estado do Rio Grande do Sul (Torres, Mampituba e Cambará do Sul) e quatro municípios do Estado de Santa Catarina (Morro Grande, Timbé do Sul, Jacinto Machado e Praia Grande). O município de Torres possui afloramentos rochosos de relevância internacional que, além de sua beleza cênica, apresentam caráter científico especial, pois, nesses monumentos geológicos está registrada a existência do antigo deserto Botucatu, que atualmente abriga o grande Aquífero Guarani, e a história da separação dos continentes Africano/Americano.

O turismo em Torres vai muito além do veraneio. Trata-se de um município litorâneo único no Brasil por seu diferencial geológico e geomorfológico, com rochas basálticas em contato direto com os Arenitos e Peperitos, configurando a seção tipo da Formação Torres (termo geológico). Esses afloramentos ocorrem nas cinco torres basálticas (origem do nome do município), sendo elas: Torre Sul, Guaritinha (ver se tem outro nome) e Torre do Meio (Morro das Furnas) que constituem o Parque Estadual da Guarita (Parque José Lutzenberger), a Torre Norte (Morro do Farol) e a Ilha dos Lobos que, apesar de grande parte estar submersa, é nossa quinta torre.
O potencial turístico do nosso município é agigantado pela existência das Unidades de Conservação, APA da Lagoa de Itapeva, RPPN Recanto do Robalo, Parque Estadual de Itapeva e Revis Ilha dos Lobos; os dois últimos são importantes Geossítios e que foram essenciais na pontuação dada pela UNESCO para a obtenção do título de Geopark. Nossas belezas naturais contam também com a Foz do Rio Mampituba e das praias com dunas frontais preservadas, fornecendo paisagens deslumbrantes.


Publicado em: Meio Ambiente






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