Mês de fevereiro estampou queda de movimento no turismo em Torres e no Litoral Norte

Hoteleiros sugerem mais ações de marketing da cidade de Torres e querem trabalhar com a comunidade sobre a importância da atividade para emprego e renda locais

Começo de março: No feriado de carnaval em Torres, Praia Grande lotada (FOTO: Juarez Espíndola)
12 de março de 2019

O movimento do veraneio como um todo em Torres foi 20% abaixo do movimento no igual período do ano passado. Estes dados foram levantados pela Associação de Hotéis Restaurantes Bares e Similares de Torres (AHRBST), através do presidente atual, Roberto Camarão. A baixa presença de argentinos se confirmou como a principal causa para o dado negativo, conforme análise com hoteleiros e restauranteiros associados na entidade.  E o planejamento feito pelo trade, para trabalhar mais em cima justamente deste segmento de turismo internacional, acabou também atrapalhando alguns trabalhos que poderiam ter sido feito diretamente com turistas brasileiros, pois pode se dizer que os recursos (e esperanças) foram direcionados para o “plano A: Os argentinos”.

Nos restaurantes e bares, conforme o mesmo levantamento local, a queda foi menor porque há muito turismo de vizinhança – e tem também muito morador que acaba consumindo nos restaurantes locais. Mas a queda calculada é de 15%, também com certo significado.

“Queremos trabalhar mais com a cultura do turismo em Torres” afirma o presidente da AHRBST, respondendo a indagação de A FOLHA, que perguntava como evitar quedas como esta. É que Roberto já trabalhou no Nordeste do Brasil e em locais de turismo internacional. Por isso ele defende que as pessoas que trabalham junto aos empresários do segmento devem se sentir parte do esforço local para o sucesso. Para a sua visão, as pessoas devem se preocupar consequentemente com a qualidade de seu trabalho, visualizando no horizonte crescimento financeiro e profissional como resultado disto.

“Vamos nos reunir em breve para montar uma proposta de parceria entre os empresários do turismo e a prefeitura”, defende Camarão. “Queremos lançar Torres como um destino diferenciado buscando justamente a cultura do bom atendimento e da importância do sucesso do turismo para a comunidade local”, sentencia o presidente da AHRBST.

 

Na região, comportamento foi instável

 

Já para o levantamento do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Litoral Norte (SHRBS LN), o movimento foi radicalmente cíclico – quase sazonal durante o veraneio, tal a diferença entre Janeiro e fevereiro.  Segundo informou para A FOLHA a presidente da entidade, a torrense Ivone Ferraz, no mês  de janeiro de 2019 e dezembro de 2018, o movimento foi 40% acima, se compararmos o mesmo período do verão passado ( dezembro 2017/ janeiro 2018). Mas em fevereiro a maré mudou e a queda foi grande. Neste caso o movimento foi 40% abaixo do que o de fevereiro anterior.

Já, no carnaval, o movimento foi acima da média do ano anterior no Litoral Norte – mas não chegou a ser um aumento significativo. As informações obtidas pelo sindicato da região vêm dos hoteleiros e do  Observatório de Turismo do RS, conforme ressalta  a presidente do SHRBS LN, Ivone Ferraz.

Os estrangeiros – em especial os argentinos – que em anos anteriores (2016/17) chegaram a representar 60% do total de movimentação de turismo na região, neste ano representaram cerca de 10% do total – uma queda mais que significativa. Ivone Ferraz destaca ainda que em Santa Catarina a queda foi maior: Hotéis por lá chegaram a operar com 20% da capacidade em alguns períodos. Ou seja: Santa Catarina sentiu mais a baixa presença dos ‘hermanos’  do que o litoral do RS, segundo levantamento do SHRBS LN .

Como plano de ação para o futuro, Ivone Ferraz diz que o sindicato vai trabalhar a categoria para que o empresariado e os técnicos em turismo das cidades “retirem ‘a barriga do balcão’ e participem mais em eventos de promoção de destinos turísticos pelo Brasil e pelo mundo”. Ela defende que os clientes estão cada vez mais exigentes e que cada dia que passa eles (clientes) recebem mais ofertas de destinos para fazerem seu turismo, tanto de férias e lazer quanto de negócios.  Por isso a necessidade de um maior preparo – a partir da participação em feiras e encontros sobre o mercado do turismo.

 

 

 


Publicado em: Economia






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