Apesar de finalmente virar pauta e começar a ganhar atenção nas lojas e entre designers, a moda sem gênero já brilha nas ruas há bastante tempo.
Com o aumento da procura, as marcas passaram a enxergar uma oportunidade de negócios, deixando de lado a separação de roupas entre masculinas e femininas que segue cada vez mais desatualizada. A liberdade de escolha e de expressão grita cada vez mais forte, independentemente de gênero e a moda recebe os reflexos deste cenário.
Mas, afinal, qual estilo é esse? Por que a discussão sobre este tema está tão em alta? Como estamos redesenhando o conceito binário de roupas? Precisamos falar sobre isto.
Abaixo separamos algumas informações relevantes e personalidades inspiradoras para trazer este tema à tona cada vez mais.
O que é moda sem gênero?
Atualmente discutimos mais sobre como os papéis de gênero são construídos socialmente.
A forma como as mulheres devem agir e se vestir, assim como os homens devem se comportar, foi estabelecida há muito tempo e é perpetuada em nossa espécie.
De todas as maneiras que se possa atribuir gênero, a moda é uma das maiores. “Mulheres usam saias, homens paletós. Mulheres não podem usar muitos decotes, homens não podem usar bermudas muito curtas. Meninas usam rosa, meninos usam azul…”
Mas, pouco a pouco estes conceitos estão caindo por terra, Diante de um cenário onde temos mais liberdade para expor nossos desejos, estilo e mais espaço para conversas sobre sexualidade e identificação de gênero, o tema da moda sem gênero se torna mais frequente e constante.
Esta proposta prega a liberdade das pessoas escolherem como querem se vestir. E isto não tem nada a ver com roupas unissex desenhadas pelos estilistas. Muito pelo contrário! É a possibilidade de dar ao consumidor o poder de escolher o tipo de roupa que deseja vestir, seja na sessão de meninos ou meninas.
O conceito já é antigo
Diferentemente do que muita gente acredita, o movimento sem gênero não começou por agora. O surgimento ocorreu no início do século 20, mais precisamente, na década de 20.
Naquela época, mulheres como Coco Chanel passaram a usar peças do guarda-roupa masculino nas roupas. Isso significou muito, não apenas para o estilo sem gênero, mas para o feminismo como um todo.
Mas, nos últimos anos, o movimento começou a ganhar mais força e a sociedade deixou de apenas brincar com os conceitos de feminino e masculino da moda e passou a trabalhar a mudança de sua mentalidade e suas concepções em relação aos gêneros.
Mas veja bem: a moda sem gênero não é apenas para pessoas trans, nem tem a ver com homossexualidade. É para todos que desejam aderir ao conceito, pois é relacionado a roupas neutras e liberdade de escolha.
https://www.youtube.com/watch?v=nFUvLNL7E8Q&t=24s
Maestria
Os países da Ásia ainda têm muito a nos ensinar neste quesito. No Japão e China, por exemplo, a moda sem gênero é mais do que uma tendência e marcas como Comme des Garçons e Yohji Yamamoto foram pioneiras nessa área.
O movimento jovem em Tóquio é contra a definição de sexualidade da moda e faz questão de evidenciar a liberdade por meio de maquiagem, roupas e até filtros do Instagram. Os fashionistas asiáticos chegam a transmitir a ideia de erradicar o binarismo e dar às pessoas total liberdade de escolha e essa pode ser uma grande promessa para o futuro da moda.
Como aderir
A moda sem gênero não se resume apenas a roupas com modelagens retas, largas ou cores neutras, como cinza e preto. Ela pode utilizar todos os tipos de cortes, cores e texturas.
No Brasil é comum ainda encontrar peças nesta linha mais neutra, mas cuidado para não cair na falta de originalidade. O ideal é apostar em peças e acessórios que possam ser usados por todos, como as Shoulder bag, ou roupas que tenham uma atenção especial a regiões como ombros, cinturas e comprimento.
Inspire-se
Você provavelmente já se deparou com algumas celebridades adeptas a este conceito, como Billie Elish, Liniker, Harry Styles e Jaden Smith. Mas além destes, a internet nos traz influenciadores e gente como a gente para nos inspirar.
Confira algumas personalidades que valem a pena seguir e mostram que a moda sem gênero pode ser maravilhosa.
1. Hisan Silva e Pedro Batalha
Foto: Instagram @dendezeiro
A dupla baiana @hisandeverdade e @prazerbatalha criou a Dendezeiro, primeira marca brasileira a fazer collab com o Instagram.
2. VITTORIO FRANCO
Foto: Instagram @lavickybeauty
Vittorio descreve como ela/ele em sua bio. Amante da moda e produções musicais, artista, modelo e usa as redes sociais para criação de conteúdo de beleza e inspiração repletas de cores.
3. LUSCAXX
Foto: @_canaleonica e @whyanap
Mais um modelo brasileiro para compor a lista. Lusca entende a moda como uma forma de expressão que representa suas raízes e mostra o lugar da periferia na sociedade. Desde o início do ano, usa de suas referências para produzir conteúdo sobre moda acessível. Nas redes sociais compartilha sua rotina de ensaios e conteúdo com dicas e curiosidades sobre o mundo da moda.
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JESSICA ANDRADE
Foto: Instagram @jessicaandradeoficial
Recentemente a influenciadora Jessica Andrade repaginou o visual e aos poucos segue inserindo peças sem gênero no dia a dia. Desde que iniciou nas redes sociais, usa camisetas da sessão “masculina”.
5. JAMIE WINDUST
Foto: Instagram @jamie_windust
Finalizar esta lista com Jamie Windust é quase obrigatório. Com looks coloridos e maquiagem vibrante, o escritor é um ativista da comunidade não-binarista e espalha a mensagem nas redes sociais.
Viu só? A moda sem gênero tem tudo a ver com cortar rótulos e libertar a imaginação na hora de escolher roupas. Então, se você quer fazer uma coleção masculina com saias, vá em frente. Se você é mulher e achou calças legais na seção masculina, compre também.
Identidade tem a ver com ser quem você é e a moda é apenas uma forma de expressá-la para o mundo.
