O manejo de dunas é uma prática internacional recomendada no controle dos problemas de erosão, de preservação das características naturais da paisagem, de conservação da biodiversidade, além de proteger a vida e as propriedades dos perigos naturais, como os ciclones extratropicais. Já a falta de manejo e controle de Dunas pode ocasionar, por exemplo, problemas cíclicos de manutenção das vias públicas e residências devido à invasão de areia ou por destruição de ressacas, principalmente, nas áreas desprovidas de dunas próximas a canais pluviais.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Agropecuária e Pesca de Arroio do Sal, Luiz Carlos Schmitt, a partir da necessidade do Município em realizar o adequado manejo das dunas de suas extensões de praias, foi firmado um Termo de Cooperação celebrado entre a Prefeitura de Arroio do Sal e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em meados de 2010, por meio do Instituto de Geociências e do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO), com a finalidade de buscar soluções adequadas à degradação das dunas frontais frente os impactos de natureza física e antrópica.
Nesse sentido, a equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente de Arroio do Sal com a apreciação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), atualizou o Plano de Manejo do Município em novembro de 2019.
O Município recebeu a Licença Única n°480/2020 referente ao Manejo de Conflitos de Urbanização, Campos arenosos e Dunas proposto por meio do Plano de Manejo de Dunas Frontais, em toda a orla do território do município de Arroio do Sal, em pontos previamente identificados.
De acordo com a bióloga especialista em Ecologia, Michele Machado Godinho, a elaboração do plano de manejo de dunas do Município possui a localização dos pontos de intervenção, propondo estratégias e técnicas de manejo de dunas a serem usadas na solução dos problemas de erosão, conflitos de uso, manutenção de sangradouros e na melhoria dos acessos à praia.
“As dunas costeiras são feições naturais encontradas em praias arenosas e sua formação é devida a interação de três elementos: vento, areia e vegetação. São consideradas um patrimônio ambiental de extrema importância para a biodiversidade costeira e marinha e para a sociedade”, explica a Bióloga.
Remoção de algumas casuarinas
No Plano de Manejo de Arroio do Sal também prevê a remoção das casuarinas em alguns trechos de praias, por se tratar de espécie exótica, não originária do ambiente local, que prejudica a composição ecossistêmica nativa. É importante a população compreender esse tipo de manejo pelos problemas que essa espécie provoca para o meio ambiente.
“A casuarina é considerada uma planta invasora e uma espécie classificada como tendo alto potencial de proliferação. Suas sementes são rapidamente espalhadas pelo vento e acabam germinando por todo lado. É uma árvore que não dá flores e nem frutos. Cresce muito rápido e nada mais brota em seu entorno. No entanto, para espaços sombreados, há várias espécies nativas que as substituem”, conclui a bióloga Michele.
