coluna Roni Dalpiaz – Festival de Balonismo

O Festival de Balonismo em Torres iniciou por acaso. Em 1989, durante os preparativos da II FEBANANA, festa anteriormente realizada no Municí­pio, os organizadores resolveram inovar e trazer alguns balíµes para a divulgação do evento. O interesse do público pelos balíµes foi tanto que, em outubro daquele ano, surge o 1 º Festival Sulbrasileiro de Balonismo em Torres. A FEBANANA não mais se realizou no Municí­pio, enquanto que o Festival de Balonismo passou a ser realizado anualmente, tornando-se o principal e mais tradicional evento da cidade.

O festival de balonismo foi criado em uma época em que se procuravam formas de movimentar a cidade na baixa temporada através de eventos do tipo festa do produto, seja banana, abacaxi, cenoura, uva, moranguinho ou outro qualquer. Mas, como afirma o texto acima extraí­do do site do municí­pio de Torres, foi por acaso que os balíµes fixaram residência na cidade. Eles vieram para completar as atraçíµes da FEBANANA e tanto agradaram que tomaram o seu lugar.

Aí­ está o problema. As festas de produtos não têm um grande poder de atração, sua abrangência não vai além de fronteiras regionais. Além disso, são todas muito parecidas, têm o produto atrativo (as vezes até o mesmo) e os eventos paralelos. Uma área para shows, uma área gastroní´mica e invariavelmente um parque de diversíµes. Tudo muito igual, não importa em que cidade for.

Por exemplo, a festa da uva ocorrida em fevereiro e março deste ano o que ela oferece? Um parque montado onde tem o produto principal e atrativo: a uva. Possui um local adequado para shows, possui uma grande área gastroní´mica, um parque temático (Vila inicial da cidade em tamanho natural), exposiçíµes diversas e alguns grandes shows com músicos de abrangência regional e nacional. E como diferencial um desfile de carros temáticos na principal avenida da cidade. Vamos fazer um comparativo rápido entre estas duas festas.

O festival de balonismo tem quase tudo que tem a festa da uva, porém quase nada permanente. A festa da uva tem um belo e completo complexo de exposiçíµes e eventos que funciona o ano todo, gerando continuamente movimentação econí´mica e turí­stica para o municí­pio. A festa do balonismo contrata um complexo de exposição desmontável a cada edição.

Embora parecidas, as duas festas divergem, sobretudo na robustez do evento. Enquanto uma ao longo dos anos ajudou a reforçar a cultura italiana e direcionou o desenvolvimento da cidade neste sentido a outra alternou altos e baixos não passando de um grande evento regional, embora seja conhecido como festival internacional de balonismo.

Este ano repetiu-se o sucesso do ano passado e trouxe mais uma vez um cantor de grande apelo popular, o que deu mais visibilidade ao evento(inclusive cartazes destacavam mais o cantor do que o evento). Mas o que, para mim, realmente mostrou um crescimento frente aos anos anteriores foi o fato de ter balonistas da cidade. Isto mostra que finalmente a cidade está fazendo parte do evento, não apenas assistindo. A semente lançada 23 anos atrás afinal está brotando.

Um balão passeando pelo céu de Torres, algumas semanas após o evento. me deu esperança de que agora sim o evento poderá se tornar verdadeiramente torrense.

Roni Dalpiaz