ESPERA

9 de julho de 2010

               

                              Cada povo tem suas diferentes caracterí­sticas. Não falo do povo de um paí­s comparado com o de outros paí­ses. Falo do povo de cada micro região, de cada cidade, vila, bairro, comunidade. Há grupos sociais que têm caracterí­sticas oriundas de suas raí­zes étnicas, comunidades de origem européia como as alemãs e as italianas são diferentes de comunidades de origem africana ou asiática, mesmo essas têm diferenças entre si, pois comunidades de origem chinesa são diferentes das comunidades de origem japonesa e das de origem coreana, como as alemãs são diferentes das italianas. Se observarmos comunidades tí­picas do litoral norte gaúcho notaremos muitas semelhanças entre elas, mas também diferenças flagrantes em cada uma.

                      Um amigo contou-me do movimento popular que está acontecendo na nossa vizinha Capão da Canoa e outro falou do que está ocorrendo em Tramandaí­. Ambas são cidades litorâneas nascidas como balneários de verão, assim como Torres, mas que se tornaram cidades residenciais e como tal passaram a apresentar novas demandas que precisam ser atendidas pelas administraçíµes públicas em todos os escalíµes. Uma caracterí­stica comum entre elas é a composição populacional, pois além dos nativos há um grande número de pessoas que vieram residir nessas cidades por motivos diversos, mas que passam a integrar a população como um todo. Nesse processo várias modalidades acontecem em diferentes ní­veis de integração, de renovação, de alienação, de acomodação, de inovação, de adaptação, cada um conforme sua maneira de ser e seus objetivos. Nesse manancial de relacionamentos, tem predominado a apatia do conjunto, um lá que outro grita e faz barulho, faz a diferença e tudo volta a cair no vazio. Os revolucionários cansam de suas batalhas em prol de mudanças e caem novamente na apatia e na acomodação, porém nos fatos citados sobre nossas cidades vizinhas há um bom e sólido movimento de mudanças no ar impulsionando algumas açíµes concretas, embora ainda um tanto tí­midas.

                        Pergunto: – E nós, os torrenses, até quando vamos conviver nesse compasso de espera para que coisas novas aconteçam?   Até quando vamos ficar esperando pelas açíµes municipais para dar um grande impulso, uma boa guinada e buscarmos melhorias que se reflitam num melhor ní­vel de vida para todos? Torres tem uma peculiaridade í­mpar, costumo dizer que é a cidade do não pode! pois qualquer sugestão que vise mudar estruturas, antes de ser analisada do ponto de vista da conveniência para o conjunto da cidade como um todo recebe a resposta do não pode fechando portas para iniciativas. Nos últimos tempos, os burros de carga da culpabilidade são a FEPAM e o IBAMA a quem é atribuí­do o nada permitirem fazer em termos de novidades porque é imprescindí­vel preservar o meio ambiente. Então, nada se faz. Estamos faz um bom tempo esperando pelas obras da orla, a Prainha não saiu da divulgação de verbas anunciadas e recebidas e guardadas!!!   A Praia Grande… idem. As ruas e calçadas … o esgoto do IGRA… bem, de nada adianta fazer mais uma vez um rol de mazelas, estamos em julho, já passou a metade do ano, a Primavera chega logo e atrás dela, í s carreiras, o Verão e o veraneio que ainda esperamos como um tempo de safra gorda, que está cada vez mais minguada. Apenas saiu do papel a Casa do Turista, um quiosquinho de madeira e vidro ao carí­ssimo custo declarado de duzentos e dez mil reais. Ficou lindo, tal borboleta pronta para alçar ví´o. Apenas o arquiteto descuidou dos cálculos de custos e das dificuldades de manutenção. Vamos falar disso na próxima edição. Enquanto isso, a gente espera. Espera a atual administração acordar e fazer seu dever de casa. Espera!!!


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