Cada povo tem suas diferentes características. Não falo do povo de um país comparado com o de outros países. Falo do povo de cada micro região, de cada cidade, vila, bairro, comunidade. Há grupos sociais que têm características oriundas de suas raízes étnicas, comunidades de origem européia como as alemãs e as italianas são diferentes de comunidades de origem africana ou asiática, mesmo essas têm diferenças entre si, pois comunidades de origem chinesa são diferentes das comunidades de origem japonesa e das de origem coreana, como as alemãs são diferentes das italianas. Se observarmos comunidades típicas do litoral norte gaúcho notaremos muitas semelhanças entre elas, mas também diferenças flagrantes em cada uma.
Um amigo contou-me do movimento popular que está acontecendo na nossa vizinha Capão da Canoa e outro falou do que está ocorrendo em Tramandaí. Ambas são cidades litorâneas nascidas como balneários de verão, assim como Torres, mas que se tornaram cidades residenciais e como tal passaram a apresentar novas demandas que precisam ser atendidas pelas administraçíµes públicas em todos os escalíµes. Uma característica comum entre elas é a composição populacional, pois além dos nativos há um grande número de pessoas que vieram residir nessas cidades por motivos diversos, mas que passam a integrar a população como um todo. Nesse processo várias modalidades acontecem em diferentes níveis de integração, de renovação, de alienação, de acomodação, de inovação, de adaptação, cada um conforme sua maneira de ser e seus objetivos. Nesse manancial de relacionamentos, tem predominado a apatia do conjunto, um lá que outro grita e faz barulho, faz a diferença e tudo volta a cair no vazio. Os revolucionários cansam de suas batalhas em prol de mudanças e caem novamente na apatia e na acomodação, porém nos fatos citados sobre nossas cidades vizinhas há um bom e sólido movimento de mudanças no ar impulsionando algumas açíµes concretas, embora ainda um tanto tímidas.
Pergunto: – E nós, os torrenses, até quando vamos conviver nesse compasso de espera para que coisas novas aconteçam? Até quando vamos ficar esperando pelas açíµes municipais para dar um grande impulso, uma boa guinada e buscarmos melhorias que se reflitam num melhor nível de vida para todos? Torres tem uma peculiaridade ímpar, costumo dizer que é a cidade do não pode! pois qualquer sugestão que vise mudar estruturas, antes de ser analisada do ponto de vista da conveniência para o conjunto da cidade como um todo recebe a resposta do não pode fechando portas para iniciativas. Nos últimos tempos, os burros de carga da culpabilidade são a FEPAM e o IBAMA a quem é atribuído o nada permitirem fazer em termos de novidades porque é imprescindível preservar o meio ambiente. Então, nada se faz. Estamos faz um bom tempo esperando pelas obras da orla, a Prainha não saiu da divulgação de verbas anunciadas e recebidas e guardadas!!! A Praia Grande… idem. As ruas e calçadas … o esgoto do IGRA… bem, de nada adianta fazer mais uma vez um rol de mazelas, estamos em julho, já passou a metade do ano, a Primavera chega logo e atrás dela, í s carreiras, o Verão e o veraneio que ainda esperamos como um tempo de safra gorda, que está cada vez mais minguada. Apenas saiu do papel a Casa do Turista, um quiosquinho de madeira e vidro ao caríssimo custo declarado de duzentos e dez mil reais. Ficou lindo, tal borboleta pronta para alçar ví´o. Apenas o arquiteto descuidou dos cálculos de custos e das dificuldades de manutenção. Vamos falar disso na próxima edição. Enquanto isso, a gente espera. Espera a atual administração acordar e fazer seu dever de casa. Espera!!!