O final de ano vêm sendo marcado nos mares pela alta presença de mães d’água em Torres. Desde 17 de dezembro, o jornal A FOLHA teve contato com banhistas e surfistas que reclamavam de queimaduras sofridas pelos simplórios animais marinhos. Os salva-vidas da Praia Grande também confirmam que socorreram algumas pessoas que passaram pelo incidente – que geralmente não é muito grave, mas causa irritação no local atingido. A incidência de casos é maior no verão devido a maior proliferação destas medusas – em decorrência do aumento da temperatura da água.
De acordo com o coordenador da Vigilância Ambiental em Saúde de Torres, Lasier França, a maior parte dos casos ocorre durante o banho do mar, quando o banhista sente a perna ardendo como se alguma coisa a tivesse queimado. Ele explica que a mãe d’água (ou água-viva como a medusa é popularmente conhecida) é um animal invertebrado cujo corpo é constituído por 95% de água. Apesar de possuir uma estrutura simples, é perigosa, destaca. Queimaduras pelo seu veneno não são eventos raros. A água-viva é um invertebrado do grupo dos cnidários, do qual fazem parte também os corais, ressalta Lasier.
Medidas preventivas contra o veneno
O veneno é armazenado nos nematocistos, células que atuam como cápsulas de armazenamento, localizadas nos tentáculos do animal. Quando em contato com a pele humana, eles se abrem e liberam a substância. Algumas vezes, os tentáculos aderem í presa. Se isso acontecer, o banhista deve retirar delicadamente com pinça e luvas, para evitar o rompimento de mais nematocistos. Deve lavar o local com água do mar e passar vinagre, pois ele inativa o veneno. Em hipótese alguma utilize água doce, pasta de dente ou urina, como ensina a sabedoria popular, pois essas substâncias estimulam a liberação de mais substâncias tóxicas. No caso de náuseas, febre ou arritmia cardíaca, o biólogo orienta procurar por atendimento médico.