O PT de Torres elegeu seu novo presidente na cidade após campanha que mais parecia campanha política para prefeito. O método utilizado tem dois lados, um positivo e outro negativo. O positivo é o exercício da democracia mais uma vez, o que faz com que companheiros se conheçam mais em sua capacidade de militância, tolerância e de eliminar rancores. O outro lado, o negativo, parte do princípio que dificilmente os seres humanos conseguem esquecer por total os adventos de suas vidas.
Mesmo com um discurso de integração, perece que rugas seguem por muito tempo, o que pode fazer com que companheiros trabalhem no futuro para concorrentes de adversários internos, mas externamente, contra a própria sigla.
Acreditar na capacidade humana de esquecer ameniza o lado negativo, mas também ameniza o lado positivo. Os desbloqueados esquecem rugas, mas podem esquecer também o exercício democrático saudável que passaram. Você, ai, prezado leitor: acredita nesta capacidade humana?
Coligaçíµes
O PT estadual não deve coligar com o PMDB como se desenha o casamento í nível federal. Acho que aqui em Torres o casamento seria difícil também, mas mais fácil do que no Estado, onde embates sangrentos anteriores não deixam ambiente para casamentos, nem somente no civil. Na cidade os partidos se enfrentam há anos, mas as formas e os planos de governo são similares e obedecem a uma lógica social muito parecida. O PMDB é menos empreguistas e patrimonialista que o PT, mas apoia açíµes com altos teores sociais como o Partido dos Trabalhadores defende.
Na economia, portanto, o PMDB é mais apoiador da atividade privada, e o PT (principalmente o do RS) defende tendências estatizantes e intervencionistas. A questão da terceirização de serviços ou não é uma diferença clara entre o PMDB torrense e o PT torrense. O primeiro aplica e incentiva, o segundo (o PT) prefere todo o trabalho feito por servidores públicos estáveis… Portanto, em Torre, é, sim possível a aliança entre os dois partidos, pelo menos até agora…
Coligaçíµes 2
Já o PP e o PTB, tanto estaduais quanto os nacionais, parece que escolhem as coligaçíµes baseados na presença do partido no governo, independente de ideologia. Lá em Brasília estão com Lula do PT e no RS estão com Yeda, do adversário de fundamentos do PT, o PSDB. Até aí se pode dizer que outros como o próprio PMDB também fazem o mesmo exercício denegridor de siglas… Mas no Estado, na hora de se posicionarem, parece que as siglas escolhem mais uma vez os favoritos. O PTB quer ir com o PMDB porque acredita que esta cabeça de chapa ganha a eleição.
Já o PP diz que quer continuar com Yeda, mas parece que esta postura ficará presente somente até o início do ano. Caso as pesquisas continuem mostrando que a governadora atual não terá chances de reeleição, os progressistas tendem a sair, e parece que escolherão mais uma vez o que tiver mais chance de colocar secretários no governo, podem coligar até com o PT, se eles aceitarem..
Aqui por Torres o PP, o maior depois do PMDB, mostra coerência. Se mantém sempre contrário í seu grande rival na cidade (PMDB) e só coliga geralmente com partidos que indicam tendências mais incentivadoras da iniciativa privada e da liberdade, como o DEM, por exemplo.
Eleiçíµes
Agora, na hora de ajudar a cidade o campeão é o PMDB. Os políticos estaduais desta sigla sempre estão presentes na maioria dos projetos, mesmo quando estão na oposição, e quando estão na situação são imbatíveis. A eleição está chegando, e os torrenses devem se ater a isto. Se quiserem candidatos que são eleitos para a Assembléia gaúcha que trabalhem pela cidade, devem procurar candidatos que representam efetivamente a cidade. Ou votar em candidatos locais que estarão concorrendo, como já fizeram com a vereadora Nílvia há 4 anos atrás e podem repetir neste próximo ano.
Festão emblemático
A SAPT está promovendo agora no dia 11 próximo uma festa que para os torrenses marca um momento importante: o Garden Party de Abertura do Verão. í‰ como uma espécie de fim de férias, pois após 15 de dezembro, indo o período até 15 de março, praticamente todo mundo está metido em alguma atividade empreendedora ou de trabalho sazonal ligada í temporada. São famílias que saem das casas para alugá-las no veraneio; são pessoas que trabalham das 7 da manhã até a meia noite para angariar dinheiro para pagar os outros 9 meses de baixa ou média estação; são pessoas que recebem perus (visitantes de fora) em casa sempre com a desculpa que não conseguiram local para veranear e consequentemente ficam com suas casas cheias, com mais bocas, mais banhos, mais roupas para lavar e etc.; enfim: a festa da SAPT é uma comemoração dupla: Uma pela chegada da safra do dinheiro, a outra certa despedida da vida serena que a própria falta de dinheiro trás para nós na sazonalidade…
A festa foi criada para isto: Para torrenses festejarem duplamente a chegada dos veranistas, que também estarão lá, em seus casos para comemorar justamente o contrário de nós moradores: suas férias. Mas são comemoraçíµes, comemoraçíµes e comemoração.
Vamos lá, os convites estão á venda e de uma hora para a outra acabam, como na tradicional festa Faroeste.
IPTU…
A prefeitura resolveu encarar de frente o término dos penduricalhos anuais de taxas que vêm em nossos carnês de pagamento do IPTU como as taxas de lixo, melhorias, dentre outras, e incorporá-las no carnê, exercitando algo que seria mais justo. Mas muitas pessoas acham que haverá aumento real do imposto de 11%.
O carnê irá aumentar em alguns casos, mas, na maioria, a soma das taxas desagregadas é maior do que o aumento, tanto é verdade isto que a prefeitura, conforme anuncia, terá diminuição significativa na arrecadação em um primeiro momento.
Cabe ao senhor, leitor, ir lá ou telefonar e entender bem o que está acontecendo, mas em principio não é tema para pânico, o que seria se houvesse aumento simples de 11% , sem a retirada das taxas.
Altura de edifícios e impactos…
Foi aprovado pelos vereadores na Câmara o aumento da altura para que empresários construtores não precisem realizar estudos de impacto de vizinhança na cidade. A questão ainda deve gerar muita discussão, pois existem correntes que acham que não é legal esta autonomia, já que uma decisão judicial determina atualmente que a prefeitura não tenha autonomia para autorizar construçíµes acima de 10 andares, causada por uma ação civil pública impetrada pelo MP local no ano de 2008.
Mas o que é importante salientar é que o impacto de vizinhança não depende muito da altura do prédio, o que demonstra uma falta de foco do problema. Um edifício de 10 apartamentos por andar de dois quartos e sem garagem gera muito mais impacto de vizinhança que um edifício de 30 andares com um apartamento por andar e três garagem por apartamento, ou não? O impacto quer medir o fluxo de carros, a estrutura de esgoto, a capacidade dos equipamentos públicos dos entornos suprirem a demanda, como praças, calçadas e outros. Então, digam-me aí senhores leitores: O que tem í ver altura de prédio com impacto de vizinhança?
Particularmente acho que a questão deve ser muito bem discutida. As regras do plano de obras e diretor são muito mais importantes do que o tamanho dos edifícios. E a discussão deve ser rápida, pois os empreendedores da cidade estão mais perdidos do que gato em dia de faxina…
Barulho
Está fazendo muito barulho a discussão sobre os barulhos na cidade. Alguns vereadores fogem da raia para não se posicionarem formalmente contra ou a favor dos carros de som com propaganda, e agora pessoas vão í Câmara defender a continuidade dos carros de som com uma bandeira em uma mão, e com oura bandeira em outra mão, que execra os carros privados que atrapalham o sono dos moradores e turistas com suas boates ambulantes, que mais parecem uma apologia í chegada do anarquismo no Brasil após as várias demonstraçíµes dos homens públicos lá em Brasília e no Estado estão dando como exemplo para os jovens. Importante salientar que a questão dos carros particulares é parte do Código de Trânsito nacional, diferente da propaganda de carros de som, que se trata de regra municipal.
Mas eu desisto. Parece que tem gente que acredita em Papai Noel achando que turista, veranistas e moradores gostam da propaganda de carros de som. Quem gosta são somente as pessoas e empresas que ganham dinheiro com isto. E as que perdem dinheiro com a debandada de bons e abonados turistas não podem fazer nada. Acho que, talvez, se se fizer uma campanha com um reclame público em carros de som que peça o término dos mesmos no veraneio, a questão seja finalmente levada í sério. E demonstrará a eficácia dos carros de som… Desisto!