O paí­s do Carnaval sem fim…

12 de fevereiro de 2010

       Estamos entrando no perí­odo de Carnaval. O brasileiro e as brasileiras nestes momentos e geral abrem portas trancafiadas durante os outros 360 dias do ano e se permitem que alguns terceiros brinquem um pouco a mais com a liberdade delas, assim como, para compensar, e aí­ que vem o bom, se acham no direito de brincar mais com a liberdade sagrada dos outros. Resumindo: é época propí­cia para que as fantasias se tornem realidade, mesmo por alguns momentos, í s vezes minutos, ou segundos… Isto para quem curte carnaval, pois muitos passam batidos pela data e só participam do evento via TV, torcendo por sua escola de samba como torcem por seus times de futebol. Viram verdadeiros carnavalescos nestes momentos, mas em casa, acompanhados no máximo de uma cerveja ao lado

        Mas o Brasil é considerado o paí­s do carnaval lá fora porque esta suposta promiscuidade momentânea funciona os 360 dias do ano. Para muitos, o carnaval da vida brasileira tira férias justamente no carnaval, pois são quatro dias que, mesmo quem quer trabalhar e produzir, não pode contar com nada nem ninguém: tudo pára. E trabalhar e produzir com as leis brasileiras em vigor e a eficácia do judiciário para julgar suas diferenças acaba dando duas alternativas para o brasileiro. Ou entra no bloco e curte a festa do carnaval eterno brasileiro, ou fica fora de tudo e opta por ser um rebelde praticamente sem causa como, por exemplo, os membros dos partidos radicais de esquerda brasileira, que são capazes de se unir í s abelhas revoltas em uma colméia e colocar faixas abaixo a rainha.

        Somos obrigados a nos AUTO- PROTEJER e usar cintos de segurança, mas temos somente direitos de reclamar na justiça caso entremos em um transporte coletivo que não tenha cintos disponí­veis para NOS PROTEJER em um ambiente COLETIVO.  

        Somos uma república federativa, mas não podemos fazer leis penais federativas que diferenciem nossos Estados dos outros, pois a constituição carnavalesca do Brasil não permite. Para abrir uma empresa no paí­s, além de ter de se submeter a pagar uma carga tributária exorbitante, a burocracia é tão grande que é necessário contratar um PHD em contabilidade, mas com alta experiência no Brasil, pois PHD nenhum de fora consegue entender a legislação tributária, trabalhista e comercial do paí­s. Mas quando estamos em frente ao guichê para abrirmos a empresa e falta, por exemplo, um fax, o próprio servidor público sugere que compremos o mesmo no camelí´ contrabandista, que é mais barato e rápido. E diz que eles têm cartão de crédito e associação da classe caso seja necessária a reclamação…

      Os hospitais e clí­nicas psiquiátricas junto com presí­dios para menores estão esgotando e esgotando suas lotaçíµes por conta de jovens que não têm pai nem mãe para educá-los, dar amor e dar limites; mas a polí­tica pública sugere que as famí­lias tenham cada vez mai filhos. Dão bolsa famí­lia e militam para a abertura de creches e mais creches, sugerindo que ter filhos é um bom negócio.  

        Programas de prevenção ao uso de drogas e álcool consomem verbas e mais verbas públicas (pagas por nós) a cada ano como se o problema fosse uma esponja seca ao sol de 40 graus recebendo gotas d™ água para umedecê-la;  mas no mesmo Brasil,    na TV, o capitão do tetra da seleção e atual técnico do esquadrão brasileiro que disputará a copa este ano se assume brameiro e convida atletas para se juntarem a ele, chamando naturalmente um bloco de milhíµes de brasileiros a dançar sua marchinha.

        Bom, é carnaval… Tudo isto seve para nos alertar que as pequenas promiscuidades que a festa brasileira permite para nossa consciência são cândidas se comparadas com a promiscuidade do carnaval 360 dias da vida dos brasileiros. Uma mãozinha aqui, outra ali; um beijinho lá e outro acolá, não tiram pedaços de ninguém, diferente do carnaval das leis no Brasil, onde somos obrigados a participar de algum bloco e   dançar, meso que usando máscaras.

 

Salários dos funcionários públicos

 

 

A prefeitura sugeriu e após retirou abruptamente das discussíµes na Câmara um aumento real para os funcionários públicos de Torres de 1%, em todas as instâncias. Os lí­deres sindicais se rebelaram e chamaram o aumento de esmola. Um parlamentar chegou a aproveitar a deixa e chamar a atitude da municipalidade de macabra fazendo seu carnaval como oposicionista.

Parece-me que houve erro das duas partes no processo. Primeiro, sugerir 1% ao ano de aumento em um paí­s onde as taxas de juros no cartão são de 10% ao mês é pedir para se incomodar, mesmo sem razão dos opositores. í‰ melhor não dar nada… Tenho certeza que a intenção foi de mostrar civilidade, mostrar que, mesmo sem orçamento para dar aumento, a municipalidade daria um prêmio, mas acabou a emenda saindo pior que o soneto.

        Por outro lado acho exagero a reação dos sindicalistas e da oposição oportunista. O ano de 2009 foi de redução dos repasses correntes da união e do Estados para os municí­pios que chegaram a quase 30 %, e foram recuperados parcialmente após, mas parcialmente. O argumento usado do aumento do IPTU em 11% é mentiroso e hipócrita, pois isto não ocorreu nas finanças públicas. O que houve foi a substituição da queda de taxas pelo aumento, onde os mais pobres acabaram recebendo diminuição no total a pagar nos carnês. í‰ importante salientar que a cada dia a população e as leis exigem que os municí­pios prestem mais serviços aos cidadãos (com razão), mas não há nem existe vontade polí­tica de Brasí­lia para que haja aumento de receitas de repasses federais para compensar ao aumentos dos custo das cidades. Portanto, os municí­pios estão longe de estarem aptos a darem aumento ao funcionalismo.

        Outra questão que agora deve ser revista é o Plano de Carreira dos professores municipais de Torres. Do jeito que está, a categoria acabará abocanhando todos os recursos adicionais disponí­veis para pagar as vantagens conquistadas e aprovadas por lei em Torres para a classe do quadro negro. Os salários médios dos professores de Torres são muito acima, por exemplo, dos salários médios dos professores estaduais e muito acima de seus pares do funcionalismo público. Tem professor que ganha quase o dobro de um secretário municipal, por exemplo.

        Mas há males que vem para o bem. A questão agora deverá ser discutida com transparência, e é a sociedade que irá definir o que fazer com os rebeldes, que exigem com sua postura que se mexa em castelos luxuosos construí­dos ao longo do tempo em Torres.  Acho que a bola fora foi da classe dos professores…

 

 

 

 

Motes de campanha para deputados

 

 

Quando um eleitor pensa em votar em alguém para deputado estadual e federal deve primeiramente saber se a linha ideológica de seu escolhido ou de suas pré- opçíµes são similares í s suas. Se, por exemplo, seu candidato é a favor de um Estado gordo e caro mas atuante, ou prefere um estado barato, com impostos menores e com menos polí­ticas públicas de proteção ao cidadão. Mas outro detalhe é de suma importância e deveria servir de mote de campanha para os candidatos: a questão regional. O voto distrital resolveria isto, mas enquanto a mudança não vem, deverí­amos prestar mais atenção em partes pontuais do trabalho parlamentar em seus postos. Por exemplo, não adianta o povo do litoral votar em alguém para a Assembleia gaúcha ou para o Congresso Nacional que vai ser somente mais um que vai votar contra ou a favor de uma CPI, ou de um aumento de salário de uma categoria estadual ou federal. O representante de uma região que se preze deveria lá em Porto Alegre e em Brasí­lia militar e fazer leis que ajudem a desenvolver a região. Uma pendência grande, por exemplo, é a definitiva divisão clara do litoral norte como região de atrativo turí­stico. Atualmente Torres, por exemplo, está no mesmo ní­vel de turismo para o Estado que a região da Lagoa dos Patos na zona sul, chamada já de Costa Doce, quando a mesma Torres é a cidade que mais recebe turistas de fora do Estado e do paí­s no RS, ganhando em alguns casos até de Gramado se formos olhar a questão dos argentinos. Para o ministério do turismo em Brasí­lia, os chamados pólos atrativos do turismo do RS são Porto Alegre, Bento Gonçalves e Gramado. Onde estão os gaúchos e litorâneos lá em Brasí­lia que não militam por isto para nós?  

 

Portanto, atenção! Cobre de seus candidatos mais trabalho institucional e de leis que ajudem efetivamente nossa região a crescer. Não precisamos de mais gente defendendo causas já seladas como aumento do salário mí­nimo ou o aumento do teto salarial do judiciário. Precisamos de alguém que faça uma lei, por exemplo, definindo mais verbas federais e estaduais para cidades sazonais como a nossa, que tem 35 mil pessoas fixas (e recebe por isto), mas é obrigada a atender 300 mil pessoas em média no verão. Haja orçamento…


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