opinião – As pessoas estarão em primeiro lugar…

10 de junho de 2012

 

Fausto Araújo Santos Jr.  

 

As duas chapas até agora apresentadas para o pleito deste ano em Torres são bastante diferentes em vários aspectos. Pardal é uma pessoa que presa pela disciplina acima de tudo. Ní­lvia presa mais pelo humanismo, pelos direitos humanos.   Pardal se mostra uma pessoa que respeita e milita pela hierarquia. Ní­lvia sempre se mostrou mais flexí­vel.

Para uma cidade estas diferenças são fundamentais. Os estilos são quase que conflitantes, o que é saudável. Pessoas que acreditam mais em trabalho organizado e objetivo devem com o tempo se aliar í  Pardal, assim como pessoas que preferem uma cidade mais flexí­vel, mais ouvinte, mas podem receber em troca pouca objetividade nas açíµes públicas irão optar por Ní­lvia.

Em ní­veis partidários esta diferença aumenta mais.   O PMDB é, foi e sempre será mais prático, mas realizador. O PT se caracteriza por ser mais pensador, mais debatedor, mais burocrático nas decisíµes. í‰ visí­vel isto na diferença, por exemplo, entre os governos anteriores í  Tarso Genro e o governo atual, no RS, comandado pelo PT e a mesma base aliada que está se formatando por aqui por Torres.

Mas os dois candidatos são, dizem e dirão em palanque a mesma coisa. As pessoas estarão em primeiro lugar. Embora este dito já tenha se tornado jargão em todos os partidos, justamente por ter certo viés populista (o que dá voto), os dois candidatos são, sim, militantes reais desta premissa. Nas eleiçíµes anteriores tí­nhamos o discurso inverso. Rubens De Rose dizia que as pessoas seriam mais beneficiadas com obras e melhorias estruturais na cidade, portanto avaliava a estrutura coletiva acima de planos e projetos de beneficiamento direto í s pessoas, através de Saúde, Educação, Bolsas de auxí­lio, dentre outras açíµes de transferência de renda direta. Agora a cidade de Torres não terá esta escolha. Os dois candidatos vão priorizar as pessoas. Se for bom isto ou não for, não se pode prever. Talvez o turismo fique um pouco prejudicado, pois açíµes concretas nesta área demandam investimentos estruturais, frios e objetivos.       Veremos.

 

Recursos e profissionalização

 

Pelo que se anunciam, as duas campanhas em Torres, a do PT e a do PMDB, serão bastante profissionais. Dinheiro não será problema. í‰ que pelo lado do PMDB, oito anos de poder a várias conquistas de financiadores de campanhas devem ter lhe dado bom caixa. Descontos de CCs e apoios de empresas que acreditam na salubridade da continuidade do projeto atual na cidade devem colaborar para os fundos de campanha.

Já do lado do PT, mais uma vez a cidade foi escolhida como prioritária, qual seja: o PT nacional e estadual contribuirá com a campanha de Ní­lvia. Vêem em Torres uma conquista estratégica para a agremiação. E dinheiro de quem está a nove anos no poder no Brasil não deve ser problema. O fato do PT estar também com o poder no Estado reforça ainda mais a possibilidade da campanha de Torres ter caixa alta.

Tudo isto projeta um embate profissional e muito bem preparado. Bom para os eleitores.

 

Pesquisas eleitorais, uma conquista do povo

 

Esperamos também que haja muita pesquisa eleitoral em Torres. O ideal seria que o empresariado local contratasse pesquisas isentas, feitas por institutos de renome. Aí­ os dados não seriam questionáveis.   Mas, como parece que a comunidade empresarial não é muito chegada a gastar dinheiro em nome da polí­tica da cidade, em nome do futuro da cidade, acho que as pesquisas serão encomendadas pelos partidos.

Se forem registradas em cartório, conforme a lei eleitoral, a coluna e o jornal A FOLHA irão publicar os dados, do jeito que estiverem. A população merece saber de forma cientí­fica como estão as tendências para poder militar, mais para um lado, menos para outro, depende de suas convicçíµes pessoais e institucionais.

Se constatarmos divergências entre pesquisas, os nomes dos institutos é que serão expostos. Daí­ a vontade deles (institutos) de realizarem os trabalhos com muito critério. Se assim for feito, os dados serão pelo menos parecidos, independente de quem encomendou ou pagou pelo trabalho.

 

Frentão vai com quem?

 

Esta semana que vem, o frentão de Torres, coligação partidária que já formalizou sua coligação nas eleiçíµes proporcionais (as que elegem vereadores pela soma dos votos dos partidos reunidos), marcou para decidir com qual coligação que irá se alinhar em outubro. O PMDB milita que já está quase fechado com a coligação entre PSDB, PRB, PC do B e DEM, o Frentão. O PT nada falou sobre o assunto, o que não quer dizer que nos bastidores não tenha emitido propostas para a coligação, ainda independente.

O grupo diz que define eleição, que tem quase cinco mil votos garantidos. Mas na época do pleito a coisa não é tão matemática assim. No entanto, são quatro siglas importantes na cidade. São poucos militantes fiéis, antigos, que envolvem influências sobre famí­lias inteiras, como é na atualidade a realidade em Torres do PMDB e do PP, antiga rivalidade do tipo Grenal por aqui.   Mas são quatro agremiaçíµes com nome no cenário da polí­tica, algumas em ascensão e outras em franca descendências. Vejamos.  

 

PP deve iniciar trabalho de base em Torres

 

Confidenciaram-me alguns membros do PP em Torres que o partido deve iniciar, já no ano que vem, uma renovação dos militantes da sigla. Dizem eles que o partido está muito ligado ainda í  era Clovis Webber Rodrigues, que ainda sonha em administrar cidades com o antigo conceito de administração pública.

Para os militantes da sigla que não têm pretensão polí­tica executiva, sequer querem empregos para si ou para seus familiares, o partido necessita de revitalização. A prova foi a da sigla não ter produzido nos últimos quatro anos candidatos novos com potencial e motivação para concorrer í  prefeitura. Para o mesmo grupo, o partido deve a seguir se obrigar a listar ou buscar para a agremiação, nomes que e identifiquem com os ideais progressistas, principalmente í queles tradicionais em Torres.     Veremos. Parece que, no fundo, a questão fica com duas constataçíµes que são fugazes. Os empresários que querem colaborar, não querem se expor; os que querem colaborar e não têm recursos, acabam saindo de fininho das escolhas, pois podem comprometer seus negócios se optarem por colaborar. A questão, me parece, é falta de coragem.

 

Sucesso institucional

 

O 1 º Fórum do Mar “ Ambientes Costeiros, que aconteceu aqui em Torres no final da semana passado, deixou saudades. Foram unânimes os elogios de todas as vertentes sociais e partidárias da cidade. Trata-se de debater de forma profissional e cientí­fica os destinos de lugares parecidos com os nossos. Portanto, nada de errado o sucesso institucional…

O que deu destaque na edição deste ano foi a competente coordenação da execução do fórum pela gestora pública Dóra Laidens, servidora da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, presidente do PV na cidade. Ela obteve vários apoios, da Ulbra, da prefeitura, da Cadiz, do Jornal A FOLHA, da Corsan. Mas o conteúdo e a dinâmica foram o diferencial. Parabéns aos organizadores. Que venha o 2 º Fórum do Mar!

 

 

 

 

 

 


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