Em conversa com donos de jornais na última terça-feira, a candidata Nílvia Pereira afirmou que sua política de comunicação social terá como um dos principais pilares a valorização incondicional de pessoas e empresas DA CIDADE para a execução dos trabalhos de marketing e jornalismo da prefeitura, caso seja eleita… Ela quer que inclusive a agência de propaganda seja daqui em seu governo.
Muito boa a atitude da pré-candidata. O pessoal da cidade da área merece muito mais, mesmo… Mas o difícil é a lei brasileira. Para escolher uma agência, tem que se fazer uma LICITAí‡íƒO. E nesta licitação, conforme também í s leis brasileiras, pode entrar empresa de qualquer canto do Brasil. A tal da igualdade e universalidade de acessos, contida em nossa Constituição, de 1988, tem a boa intenção no sentido geral: qualquer vivente do Brasil pode de uma hora para a outra entrar em projetos de outros cantos da nação. A lei dá este direito. Isto serve para empresas em licitaçíµes como serve, também, para pessoas físicas em concursos públicos.
í‰ natural vermos pessoas de outras cidades, Estados, regiíµes, que de uma hora para a outra passam a transitar nas cidades com seus sotaques estrangeiros, porque passaram em concurso público. Hoje, eu, particularmente, posso me inscrever em um concurso na Assembléia Legislativa do Acre. Se passar, vou eu também descarregar meus tchês por lá. Assim como uma agência de publicidade de Torres pode entrar em uma licitação da prefeitura municipal de Salvador, na Bahia. E pode, se ganhar, fazer campanha para vender acarajés, mesmo só conhecendo, em alguns casos, as costelas do churrasco ou o carreteiro de charque. E vice-versa.
No caso, então, para a candidata Nílvia conseguir seu feito, caso seja eleita, a saída seria certa estatização da comunicação social. Uma empresa ou autarquia pública consegue, ai sim, direcionar e dirigir totalmente as verbas de marketing e comunicação social. Mas daí cai naquela velha história. Funcionários concursados ou CCs? E aí é discutir o sexo dos anjos. Mas é o caminho.
Na Saúde, também é este o problema
E isto acontece também na Saúde. A lei exige o acesso universal í saúde gratuita no Brasil, seja este acesso feito em São Paulo ou em Dom Pedro da Alcântara. Um cidadão de Dom Pedro tem o direito de entrar na fila de um hospital na capital paulista (e tem muita gente que assim o faz pela alta tecnologia daqueles estabelecimentos naquela cidade), assim como um turista do Rio de Janeiro tem o mesmo direito de adentrar no posto de Saúde de Dom Pedro de Alcântara pedindo atendimento, inclusive, de um ataque cardíaco. O sistema EXIGE que os dois casos sejam atendidos conforme a CHEGADA do paciente, independentemente de seu rincão. E é por isso que a Ambulancioterapia é corrente. Não há sequer demanda técnica para que em Dom Pedro exista um hospital com tratamentos de ponta em oncologia, por exemplo. Por isso, o pessoal de lá recorre í Torres e Torres, por não ter oncologia, ainda, recorre í Porto Alegre.
Não é possível pela lei brasileira que um prefeito eleja a população de sua cidade como prioritária, na saúde. Nos planos sociais, há a necessidade de cadastro, cadastro este que PROVA ou tenta provar, que aquela família é vulnerável, que não possui renda para sobreviver com decência. Aí, há, certamente, as opçíµes locais. Mas a saúde e a vulnerabilidade í Saúde não podem ser medidas. Não há forma de definir se alguém é mais ou menos vulnerável í doenças. Trocar isto tudo, só mexendo na tal da Universalidade Nacional. Trata-se de um PEC (Projeto de Emenda Constitucional). Aí, talvez, o cidadão de Torres possa ter PRIORIDADE em concursos públicos. Empresas locais possam ter preferência nas escolhas e licitaçíµes públicas. E cidadãos torrenses possam ter prioridade no hospital perante cidadãos de outros Estados ou cidades.
Caindo de maduro
A solução final para a organização do recolhimento de lixo em Torres passa, necessariamente, pela obrigatoriedade da existência de lixeiras defronte í edifícios. Em casas também, é claro, mas em edifícios mais ainda. Passeando pelas rua estes dias vi prédios novíssimos com lixos colocados no chão, por falta de lixeiras. Tenho tido a sorte de passar em alguns casos ANTES que cães de rua rasguem os sacos depositados no chão das calcadas. Se não há alguém para enxotar os cachorros (que não têm culpa “ não são inteligentes como os humanos), o quadro é vermos mais uma calçada cheia de lixo. E até isto ser resolvido, demora.
Não é nada coerente que alguém que compra um apartamento de R$ 500 mil, não seja obrigado a ter em seu prédio UM SISTEMA DE CAPTAí‡íƒO DE LIXO NO MíNIMO RíšSTICO.
O certo seria os prédios serem obrigados a ter lixeiras para os quatro tipos de coletas, principalmente prédios pomposos como os novos da Praia Grande, aqui em Torres. Parece que no novo plano de resíduos está previsto isto, mas os construtores poderiam colaborar um pouco e construir defronte seus prédios, mesmo antes de vendê-los, lixeiras bem planejadas e funcionais. Trata-se de um custo pífio em relação í obra toda. Mas tem de virar lei, com multas agressivas.
Barulho & altura de prédios
No papo com a imprensa feito com a candidata Nílvia e seu vice Brocca, a questão dos carros de som de propagandas e a questão das alturas de prédios também fizeram parte do papo descontraído sobre o futuro de Torres. Nílvia disse que não é contra a altura de prédios. Disse que prefere torres isoladas e altas na Praia Grande do que edificaçíµes baixas, mas grudadas… Brocca aceitou em parte… Disse que deveria esperar o momento certo.
Já na questão dos carros de propaganda de som, foi Brocca que em determinado momento afirmou que as reclamaçíµes que ele têm tido dos comerciantes e trabalhadores das avenidas sugerem que deve-se repensar o assunto, sem afirmar o que seria repensar. Já Nílvia não se posicionou sobre os carros de som. O bom é que os dois assuntos polêmicos e que necessitam coragem para mudar, estão na pauta dos planos da dupla liderada pelo PT.
Eleição no Brasil
A legislação eleitoral no Brasil está passando de excêntrica, eu diria, para RIDíCULA… Aqui em Torres não há consenso sobre a interpretação da lei, que mais parece um tratado de filosofia ou de antropologia. Uns partidos juram que é OBRIGADO a colocar nas propagandas dos candidatos í vereador em jornais, o nome e os membros da coligação NA MAJORITíRIA (PREFEITO), já que a lei EXIGE que qualquer partido coligado esteja também coligado na MESMA MAJORITíRIA. Já outros, acham o contrário. Interpretam a burocrática lei brasileira sugerindo que NíƒO PODE veicular os candidatos da majoritária nas propagandas de vereadores em jornais, pois seria propaganda dupla, qual seja, contaria, também ao número de anúncios para os candidatos í prefeito, o que inviabiliza, é claro.
No meio de tudo isto ficam os jornais. Além de NíƒO RECEBEREM NADA da justiça eleitoral como recebem as rádios e as TVs, recebem cotas da justiça, como em regimes próximos ao de Cuba. São 10 inserçíµes, no máximo, por candidato e uma inserção por edição, por candidato, além do tamanho que também é padronizado como na Ilha de Fidel Castro. E no final do final, os candidatos TEMEM colocar propaganda, pois TEMEM serem multados pela justiça. Ah. E o cartório e a juíza da comarca dizem que NíƒO PODEM EXPLICAR A SíNTESE DESTRE TRATADO DE ANTROPOLOGIA. Dizem que cabe aos assessores jurídicos dos partidos, ou seja, o Joãozinho do bairro, que não tem dinheiro pra nada, mas quer colocar propaganda em jornal, deverá gastar seu dinheiro contratando um advogado para SABER se pode colocar sua propaganda e como o fazer. E depois não tem dinheiro para colocar a própria propaganda. Campanha para o Moita…