Por: Fausto Araújo Santos Júnior
Está iniciando um debate sobre a permuta que a Igreja Católica irá fazer com o terreno onde fica o Salão Paroquial (a quadra inteira) junto a uma construtora, que tem projeto para construir lá um prédio de edifícios misto (comercial e residencial). A proposta inicial é de TROCA POR íREA CONSTRUíDA.
Mas tem um grupo de pessoas que questiona (com razão) a legitimidade do negócio. í‰ que a Igreja recebeu a área com uma cláusula de não poder vender nem penhorar o terreno. Lá a comunidade cedeu para que a mitra e a paróquia construíssem locais que a COMUNIDADE pudesse usufruir. E assim o fez, e assim projeta o fazer com o negócio, somente renovando…
Deveríamos analisar a questão olhando pra frente, em nome da modernidade de Torres. Temos que pensar se queremos que ali continue uma área com prédios antigos e simplórios, com um terreno alugado para parque; ou se queremos ver uma área mais bem aproveitada e bonita. Esta é a questão.
Não deveríamos nos deixar dominar por sentimentos de inveja, vingança, dentre outros. Quando foi doada í paróquia a área, a sociedade de certa forma EXIGIA que a Igreja ficasse próxima a ela; exigia que tivesse um salão para as festas religiosas (que praticamente ocupam o calendário do ano inteiro); e exigiam que a paróquia tivesse como executar seu lado social, ajudando os pobres com campanhas entre os fiéis e até entre os não católicos da cidade. E foi isto que aconteceu. A Igreja católica era 80% da população… Representava de forma legítima a sociedade. E foi a sociedade í época que assim quis. Exigiu da prefeitura que firmasse convênio e cedesse para a igreja uma área que teria proveito social, humanista, espiritual…
E o que está sendo proposto é tão somente a MODERNIZAí‡íƒO do que está ai posto, nada a mais. Ainda terá um salão, mas será melhor e mais moderno; ainda terão algumas salas para usufruto de projetos humanistas da cidade (como hoje existe o AA e NA e outras açíµes humanas parte de projetos da Igreja), mas serão melhores; e ainda existirão salas para ajudar a paróquia (através de alugueis) para com suas açíµes humanitárias e de benemerência (que são inúmeras).
Pode ser que a prefeitura queira exigir ficar com parte da permuta, o que merece ser avaliado (embora vá faturar muito com o IPTU de centenas de novos imóveis). Talvez a sociedade possa exigir um usufruto um pouco mais democrático dos espaços (embora vá usufruir indiretamente do IPTU, também). Mas tentar desfazer o acordo, me parece que se trata de espírito revanchista, mesquinho e… ineficiente.
Que o ego fique fora dos horizontes positivos de Torres. Que prevaleça a auto-estima, de preferência muito viva e positivista.
Xerife do Calçadão
Em tempos que a prefeitura inicia a edição de Projetos de lei que punem cidadãos por cometerem irregularidades quando estão transitando em área pública (como a lei que tramita na Câmara que normatiza o trânsito de animais de estimação); constatando, também, da já existência de leis na cidade que tratam de temas similares (como a de autoria do vereador Gimi, ainda em 2010, por exemplo, que proíbe o trânsito de bicicletas em calçadas), chega-se í conclusão que urge que a prefeitura crie e remunere um cargo para que seja exercida a gerencia, por exemplo, do Calçadão, na Praia Grande & Prainha.
í‰ neste equipamento que no verão existe o trânsito de pessoas de inúmeros segmentos sociais de Torres (moradores, veranistas, turistas), trânsito este que também é grande e eclético no inverno (os moradores de Torres fazem diariamente caminhadas de treinamento ou simples caminhadas de lazer por lá), e nos finais de semana muitos turistas e veranistas (mesmo no inverno) passeiam e curtem as belezas de nossa praia.
Um leitor assíduo d™A FOLHA, Evandro Parizzoto, chamou a atenção para a insistência de adultos (torrenses) manterem o calçadão como pista para andar de bicicleta, assustando muitas famílias que lá transitam com crianças e muitas pessoas que querem ali caminhar e não serem atropelados por bikes. E existem pessoas que passeiam com cachorros grandes no calçadão sem a utilização de coleiras, o que assusta alguns seres que não têm muita afinidade com animais domésticos e têm legitimidade em reclamar.
Se houvesse uma espécie de Xerife (ou Xerifa), com um celular ligado e democratizado para reclamaçíµes, o exercício da civilidade urbana (o que buscam as leis neste sentido) poderia ser mais bem entendido e PRATICADO, afinal, por torrenses, veranistas e turistas. Este servidor (a) publico (a) poderia ser um bom elo de ligação entre a prática e a teoria. Chamar a atenção e até emitir notificaçíµes contra CPFs poderia ser sua atividade. O Calçadão agradeceria, e os usuários também!
Casa de Ferreiro, espeto de pau?
Participou de uma das várias tribunas populares da sessão da Câmara da última segunda-feira, o presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB). Ele está peregrinando pelas Câmaras de todo o país, para que vereadores participem da marcha í Brasília, em novembro. Lá a UVB (e parece que seja lógico uma grande maioria de vereadores brasileiros e gaúchos) quer brigar pelo Municipalismo, por um novo Pacto Federativo, que reformule o imperialismo que se trata a divisão tributária atualmente, centralizada em Estados e, principalmente, em Brasília. Muito bom. Parabéns!
O vereador militante também, publicamente puxou a orelha de um jornal aqui da cidade. í‰ que a publicação teria criticado a ida do vereador dê Goulart em um encontro da UVB em Canela, afirmando que o pedetista iria passear.
O jornal do Mar criticou o vereador Dê de participar de evento em Canela, dizendo que se trata de cidade turística. Não é assim que as cidades conseguirão maior participação nas decisíµes. E, pergunto: Estamos pensando em trazer eventos para aqui, pra Torres. Mas como faremos se um jornal local critica eventos em cidades turísticas e Torres é uma cidade turística? Não podemos ter medo da mídia e deixarmos de participar de eventos. Temos que buscar nossa força, afirmou o presidente da UVB.
Uma questão de modernidade
A Câmara Municipal já vai completar nove meses sem disponibilizar sequer mesas para que os jornalistas possam participar das sessíµes da casa e das audiências públicas escrevendo de forma factível. Os que vão í casa legislativa são obrigados a escrever no colo, sentados no meio das pessoas que estão lá somente para assistir as sessíµes ou audiências. Já ta ficando chato. Sugiro ação breve!
Uma câmara com o orçamento da Câmara de Torres deveria disponibilizar para os jornais, rádios, TVs, etc., além de mesa separada, pelo menos sinal de internet, tomadas para carregar notebooks. O mundo está conectado e não é nada moderno uma câmara não disponibilizar nem senha de acesso í web para pessoas da imprensa. Trata-se de miopia, de visão antiquada, pois seria somente desta forma que a casa legislativa seria pelo menos um pouco mais divulgada para a sociedade.
Não imagino que seja de propósito, que alguém não goste da presença da imprensa. Acho que é esquecimento mesmo. Uma dica seria MUDAR este contexto.
Por exemplo: Nesta quinta (12) tem uma Audiência Pública na casa para tratar das mazelas da BR 101, com presença de autoridades federais e estaduais. Quinta é dia de fechamento de jornais. Se tivesse WEB na Câmara, os jornalistas poderiam estar lá e fechar seus jornais ao mesmo tempo, e a notícia sairia para a sociedade já nesta edição que o senhor ou senhora aí da poltrona esta lendo, de sexta/sábado. Não sei se conseguiremos o feito, já que a reunião está marcada para as 19 horas. Se tivesse internet e mesas, com certeza A FOLHA colocaria a matéria no ar a tempo, nesta edição.