Pela primeira vez Torres terá uma produção em larga escala de abóbora moranga cabotiá. Quarenta toneladas da fruta estão sendo colhidas em uma propriedade na Vila São João. A plantação é do agricultor José Luiz Velho, 62 anos, que trocou os campos de cima da serra, onde produzia morango orgânico, pelo Litoral Norte onde arriscou o cultivo de uma nova cultura. Pretendia, com o plantio fora de época, colher na entressafra e conseguir melhor preço pelo produto, explicou. O agricultor conta que a escolha da cultura e do manejo, bem como o local, surgiu a partir de pesquisas na Internet. Vim para Torres decidido a plantar moranga. O inverno mais quente que as demais regiíµes do Estado e a proximidade com a BR 101 foram fundamentais para a escolha do local para o plantio da fruta, relata. Em Torres, arrendou uma propriedade e nela plantou 15 mil pés da planta com a expectativa de colher 150 toneladas do produto. Os resultados só não foram melhores porque as práticas culturais não foram adaptadas í realidade do município. Conforme os técnicos da Secretaria Municipal de Agropecuária e Pesca e Emater importar um pacote tecnológico de outros lugares normalmente é bastante arriscado. Os técnicos do Município interpretaram a análise de solo, recomendaram o tratamento fitossanitário e a preparação adequada da terra para o plantio. Também falaram sobre a necessidade de um sistema de irrigação apropriado e de um quebra vento para proteção das plantas, que poderia ser obtido com o plantio intercalado de outra cultura, como, por exemplo, o milho, o que não foi possível implantar na safra em curso. Conforme surgiam os imprevistos o agricultor acionava o serviço de extensão rural do município. Procurei a Secretaria de Agropecuária e a Emater que me forneceram muita informação e orientação técnica de como proceder para minimizar os impactos do sistema de manejo que adotei, lembra. Entretanto, não seguir a risca o planejamento técnico associado a um inverno atípico na região, com frio intenso e chuvoso, seguido por uma primavera mais seca que o normal mudaram o resultado do que seria para o agricultor uma cartada de sorte. í‰ muito difícil investir em terreno dos outros, se a terra fosse minha o resultado seria diferente, pois teria instalado um sistema de irrigação que me garantiria um ganho maior, revela. Mesmo assim considera o resultado positivo. A moranga cabotiá é uma cultura que recomendo para os agricultores de Torres, pois mesmo com todas as intempéries não tive prejuízos, vou poder entregar o produto colhido pré-classificado em três tamanhos, entretanto é necessário adotar o manejo recomendado pelos técnicos do município, ressalta. Produção de abóbora cabotiá é viável em Torres Os extensionistas do Município concordam que o cultivo abóbora cabotiá é uma ótima alternativa para os produtores locais que desejam inovar ou trocar de cultura de plantio. Aqueles que seguirem a risca e cumprir as determinaçíµes técnicas têm tudo para conseguir êxito e ter abóbora cabotiá para comercializar o ano inteiro, suprindo o mercado interno e conseguindo um bom preço pelo produto na entressafra, enfatiza o engenheiro agrí´nomo da Secretaria de Agropecuária e Pesca, Gerson Nardi. O responsável pelo escritório da Emater Torres, Jânio Rodrigues Pintos, complementa que os órgãos de extensão do Município têm trabalhado nos últimos anos a possibilidade de diversificação das propriedades agrícolas familiares, difundindo práticas de cultivo sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente. Observamos no cultivo da moranga cabotiá essa possibilidade, onde o agricultor pode produzir um produto sem agroquímicos, com ampla comercialização e garantia aos produtores familiares locais, com prioridade a venda institucional para o programa da alimentação escolar municipal e estadual, entre outras possibilidades de mercado local e regional, explica. Assessoramento técnico minimiza riscos na lavoura A história de José Luiz é semelhante í de outros agricultores que arriscam o plantio de uma nova cultura e procuram os órgãos de extensão quando não há muito a ser feito. O secretário de Agropecuária e Pesca, José Vargas Peres, alerta que para evitar prejuízos na lavoura é necessário que a orientação técnica seja buscada antes do plantio com um estudo prévio das possíveis culturas e do manejo a ser adotado. A Prefeitura de Torres, além do serviço oferecido pela Secretaria de Agropecuária e da Pesca, possui convênio com a Emater/RS. Ambas entidades disponibilizam gratuitamente assessoramento técnico e serviços de extensão rural aos agricultores, ressalta o secretário. Serviço: A Secretaria de Agropecuária e Pesca e a Emater estão localizadas no 3 º piso do prédio anexo da Prefeitura de Torres, na Rua Júlio de Castilhos. O telefone da Secretaria é 3664-1411, ramal 256, e o da Emater é 3664-1065. O contato também pode ser feito via e-mail pelos endereços eletrí´nicos agricultura@torres.rs.gov.br e emtorres@emater.tche.br.
Orientação técnica da Prefeitura e Emater estimulam o plantio de novas culturas nas lavouras torrenses
12 de dezembro de 2011
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