Orientação técnica da Prefeitura e Emater estimulam o plantio de novas culturas nas lavouras torrenses

12 de dezembro de 2011

Pela primeira vez Torres terá uma produção em larga escala de abóbora moranga cabotiá. Quarenta toneladas da fruta estão sendo colhidas em uma propriedade na Vila São João. A plantação é do agricultor José Luiz Velho, 62 anos, que trocou os campos de cima da serra, onde produzia morango orgânico, pelo Litoral Norte onde arriscou o cultivo de uma nova cultura. Pretendia, com o plantio fora de época, colher na entressafra e conseguir melhor preço pelo produto, explicou.  O agricultor conta que a escolha da cultura e do manejo, bem como o local, surgiu a partir de pesquisas na Internet. Vim para Torres decidido a plantar moranga. O inverno mais quente que as demais regiíµes do Estado e a proximidade com a BR 101 foram fundamentais para a escolha do local para o plantio da fruta, relata.   Em Torres, arrendou uma propriedade e nela plantou 15 mil pés da planta com a expectativa de colher 150 toneladas do produto. Os resultados só não foram melhores porque as práticas culturais não foram adaptadas í  realidade do municí­pio. Conforme os técnicos da Secretaria Municipal de Agropecuária e Pesca e Emater importar um pacote tecnológico de outros lugares normalmente é bastante arriscado.  Os técnicos do Municí­pio interpretaram a análise de solo, recomendaram o tratamento fitossanitário e a preparação adequada da terra para o plantio. Também falaram sobre a necessidade de um sistema de irrigação apropriado e de um quebra vento para proteção das plantas, que poderia ser obtido com o plantio intercalado de outra cultura, como, por exemplo, o milho, o que não foi possí­vel implantar na safra em curso. Conforme surgiam os imprevistos o agricultor acionava o serviço de extensão rural do municí­pio. Procurei a Secretaria de Agropecuária e a Emater que me forneceram muita informação e orientação técnica de como proceder para minimizar os impactos do sistema de manejo que adotei, lembra.  Entretanto, não seguir a risca o planejamento técnico associado a um inverno atí­pico na região, com frio intenso e chuvoso, seguido por uma primavera mais seca que o normal mudaram o resultado do que seria para o agricultor uma cartada de sorte. í‰ muito difí­cil investir em terreno dos outros, se a terra fosse minha o resultado seria diferente, pois teria instalado um sistema de irrigação que me garantiria um ganho maior, revela. Mesmo assim considera o resultado positivo. A moranga cabotiá é uma cultura que recomendo para os agricultores de Torres, pois mesmo com todas as intempéries não tive prejuí­zos, vou poder entregar o produto colhido pré-classificado em três tamanhos, entretanto é necessário adotar o manejo recomendado pelos técnicos do municí­pio, ressalta.  Produção de abóbora cabotiá é viável em Torres  Os extensionistas do Municí­pio concordam que o cultivo abóbora cabotiá é uma ótima alternativa para os produtores locais que desejam inovar ou trocar de cultura de plantio. Aqueles que seguirem a risca e cumprir as determinaçíµes técnicas têm tudo para conseguir êxito e ter abóbora cabotiá para comercializar o ano inteiro, suprindo o mercado interno e conseguindo um bom preço pelo produto na entressafra, enfatiza o engenheiro agrí´nomo da Secretaria de Agropecuária e Pesca, Gerson Nardi.  O responsável pelo escritório da Emater Torres, Jânio Rodrigues Pintos, complementa que os órgãos de extensão do Municí­pio têm trabalhado nos últimos anos a possibilidade de diversificação das propriedades agrí­colas familiares, difundindo práticas de cultivo sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente. Observamos no cultivo da moranga cabotiá essa possibilidade, onde o agricultor pode produzir um produto sem agroquí­micos, com ampla comercialização e garantia aos produtores familiares locais, com prioridade a venda institucional para o programa da alimentação escolar municipal e estadual, entre outras possibilidades de mercado local e regional, explica.  Assessoramento técnico minimiza riscos na lavoura  A história de José Luiz é semelhante í  de outros agricultores que arriscam o plantio de uma nova cultura e procuram os órgãos de extensão quando não há muito a ser feito. O secretário de Agropecuária e Pesca, José Vargas Peres, alerta que para evitar prejuí­zos na lavoura é necessário que a orientação técnica seja buscada antes do plantio com um estudo prévio das possí­veis culturas e do manejo a ser adotado. A Prefeitura de Torres, além do serviço oferecido pela Secretaria de Agropecuária e da Pesca, possui convênio com a Emater/RS. Ambas entidades disponibilizam gratuitamente assessoramento técnico e serviços de extensão rural aos agricultores, ressalta o secretário.  Serviço: A Secretaria de Agropecuária e Pesca e a Emater estão localizadas no 3 º piso do prédio anexo da Prefeitura de Torres, na Rua Júlio de Castilhos. O telefone da Secretaria é 3664-1411, ramal 256, e o da Emater é 3664-1065. O contato também pode ser feito via e-mail pelos endereços eletrí´nicos agricultura@torres.rs.gov.br e emtorres@emater.tche.br.  


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