EDITORIAL – Rouba mas faz?

17 de setembro de 2010

Desde que foi reimplantada a democracia com as eleiçíµes diretas ocorridas em 1989, o Brasil passa insistente e recorrentemente por governos onde aparecem desvios de dinheiro público, mordomias exageradas e trenzinhos de alegria de CCs. A diferença das notí­cias que dominam os noticiários de TV é sempre quem é o acusado e quem é o acusador. Mas não precisa nem se preocupar o eleitor em checar isto. O acusado sempre é quem está no poder e o acusador é sempre um grupo polí­tico que está fora do poder.   E o poder sempre passa para a corrente acusadora, mesmo que ela já tenha sido acusada em anos anteriores, quando desfrutava das maiores cadeiras polí­ticas da nação. O que se pode deduzir nisto é que os brasileiros, eleitores, pessoas fí­sicas de opção privada, além de delegarem para a classe polí­tica mandatos para que, afinal, governem e dirijam os rumos da nação, acabam, também afinal, assistindo rounds similares de brigas policias, na maioria sem desfecho, que mostram que os sócios dos brasileiros são ladríµes. A diferença é que o que não rouba está acusando, sempre, que o outro segmento polí­tico estaria roubando no poder. E também, recorrida e insistentemente, nada é provado…                                                                                                                      

A candidata Marina Silva (PV), por exemplo, em sua campanha estampa isto: o roubo, feito de forma legalizada. Ela exemplifica que ambulâncias no Brasil estão custando para os cofres públicos três vezes o que custariam se um simples vivente fosse í  fábrica comprar no balcão o veí­culo, tão importante para a saúde dos brasileiros. E isto já foi provado em várias operaçíµes policiais na chamada Máfia das Ambulâncias.  A polí­cia trata de estampar o resto, a chamado roubo ilegal, quando divulga operaçíµes espetaculares em órgão públicos, estas contendo nomes que são de partidos, mas de escalíµes inferiores, os chamados "laranjas" dos processos. Vide o caso dos dólares nas cuecas.  

Fernando Collor de Mello sofreu impedimento em 1992 e saiu da presidência do Brasil, logo após ser o primeiro presidente eleito na pós- ditadura militar. No governo FHC, escândalos nas privatizaçíµes ameaçaram a república em acusaçíµes liderados pelo PT, portanto os oito anos no poder da coligação liderada pelo PSDB não ficaram incólumes í  escândalos.   No governo Lula estourou o chamado Mensalão. As acusaçíµes foram lideradas pela ala de oposição ao PT, liderada agora pelo PSDB, que foi ví­tima nas acusaçíµes anteriores.   Ministros caí­ram, processos correram, mas o governo Lula passou por tudo e recebeu anuência nas urnas dos brasileiros, talvez porque não se lembrassem mais disto. Agora em plena campanha aparecem falcratuas dentro do governo Lula. E o PSDB mais uma vez se coloca como acusador, e o PT que já foi exí­mio acusador, passa a acusado.  

Os  crimes e desvios de condutas que mostraram indí­cios nestes todos casos não foram adiante. Serviram somente como pólvora polí­tica para colocar pimenta na campanha, mas até agora ninguém foi condenado. Isto faz com que simples brasileiros como nós se perguntem: Será que faz parte do ato de governar roubar dos cofres públicos o dinheiro captado diariamente pelo trabalho do povo através de impostos que chegam í  quase metade do que produzimos? Será que não podemos confiar em mais nenhuma sigla partidária atualmente e termos de optar pela a que rouba menos? Será que o jargão que a população de São Paulo utilizava para Paulo Maluf há mais de 15 anos Rouba, mas faz é o mantra da eleição no Brasil?

 A culpa é do sistema judiciário da nação. Com exceção do ex-presidente Collor, nenhum juiz e nenhum congresso teve coragem de condenar um homem púbico de cúpula de partido polí­tico.   E se olharmos os valores e esquemas de corrupção apresentados atualmente, as falcratuas que levaram Collor a ser impedido pelo Congresso Nacional são migalhas.

 


Publicado em:






Veja Também





Links Patrocinados