SALARIOS PÚBLICOS: Uma vergonha nacional

28 de agosto de 2012

 

Entra governo e sai governo, de todas as agremiaçíµes partidárias, e as discussíµes ficam centradas nos salários e nos reajustes do funcionalismo público.  E o que é pior. Existe uma lei no Brasil que não permite que se faça socialismo e polí­tica de divisão de renda no mesmo funcionalismo. Um gestor não pode encaminhar uma proposta, por exemplo, de melhorar a base da pirâmide salarial sem aumentar a cúpula dos três poderes. Facilmente advogados derrubam as decisíµes baseados no princí­pio da IGUALDADE. Mas que igualdade é esta que congela uma situação tragicí´mica que se encontra os salários dos setores públicos da nação?

 Um levantamento feito por uma ONG mostrava que em 1992, o salário médio no serviço público era 62% maior que o salário médio na iniciativa privada.  Já em 2004, o setor público já tinha salário médio 95% maior que o setor privado.  E a situação só piorou.Se pegássemos í  época somente os servidores estatutários da União (aqueles que praticamente não podem ser demitidos), essa vantagem do salário médio pulava, há época, para 262% sobre o salário médio do cidadão de segunda classe, ou seja, do trabalhador privado, que além de ganhar menos na ativa aposenta-se sem o salário integral, ao cotrario do  concedido ao funcionalismo público.

Um profissional com Mestrado e Doutorado recebe na iniciativa privada valores próximos a R$ 10 mil. E acha bom, pois se trata de uma remuneração que dá chance de se ter uma boa qualidade de vida.  Executivos em ní­vel de gerencia e diretoria média no Brasil não ganham mais de R$ 15 mil por mês. Acima disto somente altas diretorias e cúpulas de empresas que se obrigam a trabalhar no mercado internacional de remuneração. Mas são pessoas í­mpares e que certamente fazem alta diferença nos resultados das organizaçíµes.

Já no setor público existem milhares de pessoas das cúpulas que percebem quase R$ 30 mil por mês. E ainda gozam de mordomias adicionais além de serem estáveis e se aposentarem com salários próximos ao que percebem, quando no setor privado o teto de aposentadoria do INSS atualmente mal passa dos R$ 3,5 mil/mês.

Um movimento da sociedade começa a se formatar para afrontar publicamente o desgosto do brasileiro por esta verdadeira vergonha nacional que é o salário das cúpulas dos três poderes da nação. O excesso de poder com certeza é o principal aliado das açíµes corporativistas dos polí­ticos e lí­deres dos outros poderes estabelecidos. E o poder quando usurpado gera reclames ardentes da sociedade.

Seria de alta oportunidade, se a presidente Dilma liderasse um movimento nacional no sentido de diminuir o salário das cúpulas dos poderes públicos nacionais e, principalmente, aprovasse mudanças na constituição que permitam que haja maior aproximação dos salários da base dos recursos humanos do setor público í s suas cúpulas. E uma aproximação com aumentos pequenos das bases com congelamentos dos topos da pirâmide organizacional.

í‰ muita hipocrisia da democracia brasileira, que foi instalada com a constituição de 1988, quando se auto conceitua de Um estado de direito Cidadão. As mazelas e o excesso de poder que nossa Carta maior dá aos polí­ticos no poder derrubam qualquer argumento que nosso paí­s esteja efetivamente caminhando para um sistema que respeita os princí­pios da moralidade e Igualdade de direitos.  Não deverí­amos esperar uma revolução civil para mudarmos isto. Com a caneta a senhora Dilma.


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