Mais um alimento geneticamente modificado é criado. Desta vez, trata-se do tomate que produz, no organismo humano, uma substância que imita a ação do HDL, o chamado bom colesterol.
Os primeiros experimentos, realizados em animais, mostram que as cobaias que ingeriram o tomate tiveram menos inflamaçíµes e menor acúmulo de placas nas artérias.
Assim, esse alimento foi o primeiro a conter uma substância (peptídeo) que age como a principal proteína no colesterol bom, e pode ser introduzido no corpo simplesmente comendo-se o fruto. O peptídeo não precisa ser isolado ou purificado – ele é totalmente ativo tão logo o tomate seja comido.
Quando os animais comeram o tomate, o peptídeo tornou-se ativo no intestino delgado, mas não no sangue, sugerindo que o intestino pode ser um alvo mais promissor para evitar doenças induzidas pela dieta, como a aterosclerose, uma doença que pode levar a ataques cardíacos e derrames.
Até agora o estudo demonstrou que o mecanismo de ação do tomate produtor de peptídeo envolve alteraçíµes no metabolismo dos lipídios no intestino, o que impacta positivamente o colesterol. O peptídeo, chamado 6F, imita a ação da proteína apoA-1, considerada a mais importante na lipoproteína de alta densidade (HDL na sigla em inglês), o colesterol bom.
O tomate rico no componente do colesterol bom ainda não está aprovado para testes em humanos. Mas os cientistas acreditam nessa possibilidade porque não se tratará de um medicamento, mas de um alimento funcional, com chances de ser melhor tolerado pelo organismo do que um remédio.Se não houver liberação do consumo do fruto geneticamente modificado, o peptídeo poderá ser fabricado na forma de um suplemento, e, aí sim, funcionando como um medicamento.
Aí fica a reflexão: será esse mais um alimento realmente benéfico para a saúde dos humanos? E sob o ponto de vista da manutenção do nosso ecossistema?
Ainda não há consenso no âmbito da Segurança Alimentar, pois há preocupação sobre o comportamento das toxinas presentes nos produtos transgênicos que podem desencadear processos alérgicos e alteraçíµes na cadeia alimentar dos humanos.
Em relação ao meio ambiente, há preocupação quanto ao desenvolvimento de pragas super resistentes, esterilidade de plantas e abalo na biodiversidade vegetal e animal.
Como já publicado em minha penúltima coluna, já consumimos muitos outros alimentos geneticamente modificados, assim, creio que este novo alimento também seja liberado, nos deixando com todas essas incertezas.