OPINIÃO: Um chamamento pela Lagoa do Violão

Artigo de Solon de Farias Raupp, empresário torrense raiz, que já tomou banho em praia da Lagoa

Antigamente a Lagoa possuía arborização no entorno; Hoje, pouco disso existe
8 de junho de 2022
 

 A cidade de Torres sobrevive do turismo, é a praia mais linda do Rio Grande do Sul. Seus encantos fascinam os que a visitam que sempre que podem retornam. Alguns adquirem imóveis e muitos deles acabam vindo para morar. Nós, torrenses, que amamos esta terra e sobrevivemos graças a estes turistas, temos que preservá-la ao máximo para continuar atraindo-os até aqui. Escrevo estas palavras porque nasci, me criei, amo este lugar e gostaria de vê-lo sempre bonito e atraente para que todos possam desfrutar.

A Lagoa do Violão era um local muito apreciado por mim e pelas crianças e adolescentes da minha época. Tinha um lugar especial que nós chamávamos de Prainha, onde as dunas de areia debruçavam-se em suas águas. No verão crianças e adolescentes se reuniam neste local, todos se divertiam escorregando de cima dos cômoros até cair dentro da lagoa. Na época, a água era clara e a profundidade média em torno de dois metros. Os mais velhos e bons nadadores faziam a travessia nadando toda a sua extensão. Sabia-se que sua profundidade em alguns pontos chegava até cinco metros.

Toda a lagoa era cercada por uma vegetação de porte baixo adaptada ao terreno molhado (banhado) e com algumas árvores. Nela existiam muitos peixes, entre eles: carás, traíras, lambaris, muçuns e jundiás. Quase não se pescava na lagoa, pois tínhamos grande abundância de peixes pescados no mar.

É triste pensar que a nossa lagoa maravilhosa, um dos principais pontos turísticos de Torres está condenada a desaparecer. Atualmente ela recebe uma grande quantidade de vários tipos de lixos que estão espalhados pelas ruas de nossa cidade e são arrastados para dento dela, todas as vezes que chove. Além deste problema, ainda existe o fato de algumas casas que estão em seu entorno não terem sido ligadas a CORSAN.

A nossa lagoa está ficando completamente assoreada, já podemos observar garças pousando no meio dela com a água cobrindo apenas uma pequena parte de suas pernas. Outros pássaros que também sobrevoam e colorem o céu ao seu redor, começam a desaparecer pela falta de alimentos. É comum também observar uma grande quantidade de Tilápias e outros peixes aparecendo boiando. Isso acontece devido à falta de profundidade que ao somar ao frio da superfície em um período do ano, faz com que eles morram.

O encanto deste local está se perdendo e este maravilhoso patrimônio da cidade de Torres começa a ficar desinteressante. Muitos turistas e veranistas não vão mais perceber o quanto esta lagoa era linda. Precisamos urgentemente dar ela a nossa atenção.

Em minha opinião, a melhoria mais urgente a se fazer é uma drenagem, chegando aos cinco metros de profundidade. Após isso, sugiro fazer a revitalização ao seu redor com todas as melhorias necessárias para que volte a ser um dos pontos turísticos mais visitados de Torres. Indo um pouco mais além nos meus desejos de ver a lagoa prosperar, imagino que arquitetos e engenheiros possam projetar ilhas arborizadas para receber os pássaros e as tartarugas que hoje sofrem principalmente com a falta de espaço para fazerem seus ninhos.

A minha sugestão é que esse apelo para as melhorias da lagoa se torne mais forte entre a população e que projetos possam ser apresentados na Câmara dos Vereadores. Desta forma, a comunidade torrense pode cobrar atitudes dos nossos líderes, que eles se envolvam e deem a atenção devida que a lagoa merece.

Deixo meus agradecimentos a todos os que amam esta cidade como eu e peço encarecidamente que apoiem esta ideia.

 

*Solon de Farias Raupp é empresário em Torres e natural de Torres. Engenheiro Agrônomo de formação, trabalhou em algumas empresas de fertilizantes no centro-oeste brasileiro e também na Secretaria de Agricultura do município de Torres. Também em Torres, lecionou no curso Técnico de Edificações no Colégio Estadual Marcílio Dias. 

Antigamente a Lagoa possuía arborização no entorno; Hoje, pouco disso existe

 

 


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