Para agroecologistas da região, vento forte dos últimos dias causou menos estragos que ciclone bomba de 2020

Mesmo que os estragos (no geral) não tenham sido muitos, sucessão de eventos climáticos vai influenciar a presença de algumas culturas agroecológicas em Torres e região nos próximos dias

26 de maio de 2021

Após fortes ventanias, localidades da região – como o município de Mampituba –  ficaram luz entre domingo (23 de maio) e o meio da tarde de terça-feira (25). As famílias do Núcleo Litoral Solidário entrevistadas para esta matéria ainda não tinham conseguido avaliar com exatidão as perdas causadas pelo vento em suas propriedades. Um consenso entre elas, entretanto, é que o impacto da forte ventania foi menor do que o ciclone bomba do final de junho de 2020. Mesmo assim, a sucessão de eventos climáticos vai influenciar algumas culturas.

“Vagem é uma coisa que o pessoal vai sentir falta na feira. A banana caturra por aqui estragou bastante”, relatou Liamara Monteiro Bittencourt.  A agricultora de Morrinhos do Sul calcula que, no ano passado, o ciclone bomba arrasou em torno de 50 a 60% das plantas de caturra e, no início dessa semana, o vento acabou com mais 30%. A banana branca não sofreu tanto. Para esta semana, hortaliças como alface, rúcula e couve também foram afetadas. Mas para a próxima Liamara acredita que o abastecimento já estará normalizado.

Em Três Cachoeiras, o bananal de Elci da Paz Schaeffer,  na comunidade de Rio do Terra, estragou um pouco. Por isso ela prevê uma pequena redução na produção. Lamenta, mas não se queixa. “Do jeito que as coisas estão, não é qualquer coisa que nos dê o direito de reclamar”, conforma-se a agricultora. No mesmo município, a agrofloresta onde a família de Luzia Fernandes produz banana  também resistiu. “Não estragou tanto aqui, mas acho que em outros lugares sim. Em algumas comunidades o vento foi mais forte”.

Em Torres, o vento que, na descrição da agricultora Nara Martins, “revirou tudo” na propriedade do bairro João XXIII, levou junto a cobertura da estufa do agricultor Eduardo Bauer, no bairro São Brás. A preocupação dele agora é ser rápido o suficiente para proteger da geada as rúculas, alfaces, pimentões, couves e tomates. “Estou tentando me preparar para a geada, porque eu acho que este ano vai ser um ano forte de geada”.

 

 STR fará levantamento

 

Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Três Cachoeiras, Janaíne Aguiar Cardoso, na terça-feira 25 de maio, a entidade vai conversar com agricultores e agricultoras em suas comunidades para fazer um levantamento preciso dos estragos causados pelo vento. “Um agricultor falou que, apesar do prejuízo, o impacto não foi como do ciclone bomba (de 2020) e  a recuperação será mais rápida.

 

 Rede Ecovida

 

A formação oficial da Rede Ecovida remonta a 1998, como resultado da articulação de ONGs e organizações da agricultura familiar no Sul do Brasil. Atualmente a Rede trabalha por meio de 32 núcleos regionais em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O Núcleo Litoral Solidário, onde grande parte das famílias é assessorada pelo Centro Ecológico, é um destes núcleos regionais.


Publicado em: Meio Ambiente






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