Contratado e pago pela Rádio Maristela, o Instituto LJM Ltda, de Santa Cruz do Sul, realizou a primeira pesquisa eleitoral em Torres nesta eleição de 2020. O trabalho de campo aconteceu no dia 19 de outubro – e a rádio Maristela divulgou o resultado da pesquisa na manhã desta segunda-feira (dia 26). Os dados e a metodologia foram todos registrados, conforme lei eleitoral.
Conforme a Rádio Maristela, foram investigadas as opiniões de 400 pessoas em 16 bairros de Torres – sendo que a margem de erro desta amostra seria de 4,87% para mais ou para menos – com um intervalo de confiança de 95%, que foram calculados com base na amostragem aleatória simples. O resultado deu uma vantagem grande para o candidato a reeleição Carlos Souza, do Partido Progressistas.
Abaixo segue um desenho gráfico divulgado pela mesma rádio Maristela que se refere às respostas feitas para a seguinte pergunta na pesquisa: Se a eleição fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem você votaria?
Outras perguntas foram feitas no trabalho de campo. Eles podem ser conferidos no site da rádio Maristela ou na página do Facebook da mesma Rádio torrense
Talvez por conta da aguda diferença na intenção de votos entre os diferentes candidatos, houve questionamentos sobre a confiabilidade do trabalho encomendado pela rádio Maristela.
Questionamentos na sessão da Câmara de Vereadores
Na sessão da Câmara realizada na tarde da mesma segunda-feira (26), diversos vereadores que participam de chapas ou de partidos que compõem coligações adversárias ao atual prefeito usaram seus espaços de tribuna para questionar os resultados. O vereador Tubarão (PDT) – que concorre à prefeito – disse que “não será uma pesquisa com amostra de somente 400 pessoas que irá desmotivar minha campanha”. O Vereador Dê Goulart (PDT) também criticou a pesquisa contratada pela Rádio Maristela, afirmando que a pesquisa “era mais falsa que nota de R$ 15”.
A vereadora Gisa Webber (candidata a vice na chapa de Tubarão) usou seu espaço na tribuna para afirmar que a pesquisa era uma necessidade de afirmação de uma força que não existe. “Faltar com a verdade à força, quando a população passa fome nos bairros, não está certo”, insinuou a vereadora sobre a pesquisa da Rádio Maristela.
O vereador Jeferson (candidato a vice na chapa de Alessandro Bauer) disse: “Nós que estamos caminhando em campanha pelas ruas sabemos que a pesquisa não está certa”. Ele disse também que tem casos de pessoas que colocam adesivos de candidaturas em seus carros “só para receber dinheiro para a gasolina”.
Embora vereadores da base aliada e do Partido Progressista tenham utilizado a tribuna, nenhum deles tocou no assunto da pesquisa contratada pela Rádio Maristela, nem para comemorar a liderança absoluta da chapa do atual prefeito pelo PP.
Nas redes sociais, posturas fortes contra o resultado de pesquisa
Desde a manhã de Segunda-feira (26), logo abaixo da postagem mais direcionada sobre a pesquisa (no Facebook da Rádio Maristela), quanto em Live da rádio que também abordou o tema, os comentários foram, na maioria, de críticas ou questionamentos sobre o resultado da pesquisa. Em alguns casos, como têm acontecido nas redes sociais na maioria das situações, houve até ofensas à rádio por ter contratado e pago a pesquisa.
Entretanto, tratam-se apenas de comentário sem rede social – livres para qualquer usuário se manifestas. Assim, não é possível saber se o que aconteceu foi articulação política de coligações contrárias ao candidato Carlos Souza, ou se os comentários são manifestações puras e ‘orgânicas’ de pessoas que não concordaram com as resultados apresentados pela pesquisa eleitoral em Torres
Noutras eleições, as pesquisas eram de partidos políticos.
Na eleição passada em Torres (2016), assim como nas eleições de 2012 e de 2008, foram divulgadas pesquisas feitas pelos próprios PARTIDOS políticos. Algumas vezes, as diferentes pesquisas tinham resultados bastante diferentes, até invertidos. Neste ano de 2020, este cenário eleitoral mudou. E a Rádio Maristela resolveu fazer uma pesquisa bancada pela emissora.