Não foi ameaça nem houve intenção no advento que chamou a atenção dos torrenses no dia 25 de dezembro passado, quando um artefato explosivo foi achado num depósito de gás na entrada da Estrada Geral do Jacaré, na periferia de Torres. Esta foi a dedução da investigação na Policia Civil de Torres conforme informou para A FOLHA o delegado de da comarca Celso Jaeger na quarta-feira.
“Resto” de artefato amador de fogos de artifício de vizinho
Após toda a operação de desarme do artefato, quando foi acionado o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais da Brigada Militar) para desarmar um artefato encontrado no depósito de Gás Sul Gás, localizado na entrada da Estrada geral do Jacaré, à beira da BR 101, em Torres – e o fato ter repercussão na imprensa e em redes sociais – um morador próximo ao depósito de gás e água foi à delegacia dizer que a “bomba” achada poderia ser um dos três tiros de um foguete grande (fogo de artifício) comprado por ele em Araranguá usado para comemorar a meia noite do dia 24/25, início do dia de Natal.
Após a investigação da polícia que iniciou na terça-feira e teve auxílio dos depoimentos dos donos do depósito, a delegacia resolveu assumir que teria sido, sim, este artefato que foi achado no pátio do estabelecimento, junto aos bujões de gás. É que o vizinho disse em depoimento na polícia que, dos três disparos do fogo de artifício especial comprado por ele, um falhou, o que sugere que ele tenha caído junto à vizinhança. E a bitola da “bola bomba” encontrada no depósito (artefato suspeito, que gerou toda a ação que bloqueou a estrada e evacuou a vizinhança na tarde do dia 25) estavam fechando ( em tamanho) com a bitola do fogo de artifício comprado pelo vizinho de um produtor na cidade de Araranguá.
Confirmação das vítimas
A FOLHA foi conferir e as vitimas do advento – os donos do depósito de gás e água mineral Sul Gás – acabaram concordando com a dedução da policia. Eles só estranharam o fato de a BM ter acionado o GATE, a seguir este mesmo GATE ter deduzido que se tratava de uma bomba, consequentemente ter bloqueado, evacuado e a seguir detonado o artefato, e não ter chegado à conclusão que se tratava de uma parte de um fogo de artifício. Acharam estranha também a afirmação da BM para eles (após a explosão), que teria sido constatado que se tratava de uma bomba poderosa, que continha até pregos. Mas o pessoal ficou aliviado, ao final, por não ser uma ação de ataque ao estabelecimento que poderia ter sido feito por concorrentes.
A polícia não trabalha mais com hipótese de “atentado”, portanto. Mas o delegado diz que irá investigar a origem da compra do fogo de artifício e ver se não houveram delitos no processo de venda do mesmo ao consumidor.
Cuidados especiais nesta época do ano
O delegado Celso Jaeger aproveitou para pedir para A FOLHA que advertisse a sociedade para não adquirir fogos de artifícios fora de locais licenciados, nem de acionar os mesmos sem critérios técnicos. “Os fogos da virada em Torres, por exemplo, são disparados por empresa licenciada com engenheiros responsáveis e medidas pretéritas e posteriores ao advento. Não é responsável as pessoas soltarem fogos sem ter um acompanhamento técnico e muito cuidado”, alertou o delegado.
